Petróleo avança a US$ 45 em NY, puxado por gasolina.

Os contratos futuros do petróleo terminaram em alta, no maior nível de preço em um mês, impulsionados pelo avanço nos contratos futuros da gasolina e por sinais de diminuição na oferta. O contrato do petróleo para abril negociado na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês) subiu US$ 2,72, ou 6,4%, para US$ 45,22 o barril – maior nível desde 26 de janeiro. Em Londres, o contrato do petróleo tipo Brent para abril ganhou US$ 2,22, ou 5,01%, para US$ 46,51 o barril.

O contrato da gasolina reformulada (RBOB) para março avançou US$ 0,1337, ou 11,5%, para US$ 1,3004 o galão – maior preço de fechamento desde 13 de novembro.

Os preços do petróleo deram continuidade ao movimento de alta registrado na sessão de ontem, quando um declínio inesperado nos estoques comerciais de gasolina dos EUA, juntamente com uma leve recuperação na demanda, impulsionou os preços em mais de 6%.

Um rali de dois dias, no entanto, não significa uma reviravolta no mercado e o peso da recessão econômica nos EUA continua frustrando as tentativas de avanço dos preços para além do intervalo registrado recentemente. “Tivemos correções deste tipo antes e não acredito que este rali por conta da gasolina será sustentado”, disse Jim Ritterbusch, presidente da consultoria Ritterbusch & Associates. “Estamos falando dos mesmos problemas econômicos há aproximadamente sete meses. Podemos facilmente retomar uma tendência de queda nos preços que nos conduza aos US$ 33.”

Mais cedo, o governo dos EUA divulgou dados mais fracos do que a expectativa do mercado sobre as encomendas de bens duráveis e as vendas de residências novas, além de um aumento para o maior nível em 26 anos no número de trabalhadores que entraram pela primeira vez com pedido de auxílio-desemprego. No entanto, as informações não pesaram sobre os preços do petróleo, que subiram após o presidente dos EUA, Barack Obama, divulgar seu plano orçamentário de US$ 3,6 trilhões.

O mercado voltou a se concentrar na possibilidade de queda na oferta em meio a sinais de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) está cumprindo os cortes de produção anunciados no final do ano passado – 4,2 milhões de barris por dia, ao todo. De acordo com a consultoria Petrologistics, os 11 países do cartel que estão sujeitos às cotas de produção terão superado a meta de redução da oferta até o final do mês.

A consultoria britânica Oil Movements, por outro lado, sugeriu que os embarques de petróleo da Opep caíram apenas 1,45 milhão de barris por dia desde o primeiro anúncio de cortes de produção do cartel, em setembro do ano passado.

Segundo Gene McGillian, analista da corretora Tradition Energy, “é basicamente a terceira vez neste ano que o mercado avança por conta da perspectiva de que a oferta será reduzida e a demanda está se recuperando”.

Fonte: Estadão

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