Caros e nem sempre fáceis de encontrar – devido à demanda aquecida dos últimos anos – pneus fora-de-estrada, usados em caminhões e carregadeiras, exigem atenção redobrada no uso diário, sobretudo em relação à carga transportada, velocidade, pressão e acidentes, que são responsáveis por dois terços das causas de perdas prematuras.
Dependendo do tipo de piso das minas,do minério transportado, da abrasividade e da agressividade das pistas e das praças de carregamento, a vida útil do pneu não passa de 3.500 horas, caso das minas de cobre, podendo chegar a 10.
000 horas nas minas de ferro. Normalmente, uma grande mina possui regime de trabalho de 500 horas por mês, o que resulta em 6.000 horas de operação anual. Dá para se ter idéia da
relevância do uso adequado do pneu no cotidiano das mineradoras.
Apesar de produzidos para operar em condições operacionais extremamente severas – terrenos rochosos, abrasivos e com topografi a irregular – os pneus fora-de-estrada podem ter sua vida abreviada. Mário Barros, gerente nacional de venda e serviços OTR da Bridgestone Firestone, revela que dentre os fatores que mais afetam a vida útil dos pneus fora-de-estrada, estão a baixa pressão, a sobrecarga e o excesso de velocidade.
“O controle criterioso da pressão de infl ação de acordo com as recomendações do fabricante é o fator mais importante para o aumento da vida dos pneus”, afirma.
Roberto Lunes, diretor de negócios agricultura e industrial da América Latina da Pirelli, endossa a opinião de Barros. “É extremamente importante evitar excesso de carga e a baixa pressão dos pneus”.
Segundo Iunes, a verificação da calibragem,
temperatura e condições gerais do pneudeve ser feita
todos os dias, preferencialmente antes do início dos trabalhos, quando os pneus ainda estão frios. Mesmo em caso de ciclos de 24 horas/dia de atividades a verifi cação deve ser diária. Assim, é recomendável a inclusão no checklist das manutenções programadas.
Outro problema apontado pelos especialistas são os corpos estranhos (pedras, pedaços de vergalhão, etc) nas pistas, responsáveis pela perda prematura do pneu por corte ou impacto.
É fundamental a manutenção regular das pistas, observando largura, inclinação, cambagem, condições do revestimento, áreas de carga e descarga.
Importante também é a manutenção periódica dos veículos – alinhamento, cambagem e verificação da suspensão. O uso de correntes deve se restringir somente aos casos extremos em que há alta incidência de avarias provocadas por cortes e arrancamentos de borracha da banda de rodagem. “A atenção a esses pontos associada ao treinamento dos operadores é fator que influência para melhor a performance de pneus”, afirma Barros. “O segredo para prolongar a vida útil do pneu é a manutenção de qualidade”, complementa Roberto Iunes.
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Conscientes da importância da inspeção regular, fabricantes de pneumáticos, como Pirelli, Bridgestone, Goodyear e Michelin, oferecem sistemas de controle de condições operacionais e levam técnicos para atuar nas operações dos clientes. “A Michelin dispõe de uma equipe de técnicos que visitam periodicamente os clientes para acompanhar o rendimento dos pneus e aconselhar as melhores práticas, visando à boa performance operacional das frotas de mineração”, revela Evaldo Pedrosa, responsável técnico para pneus de terraplenagem e mineração da empresa. Além disso, ela possui um centro de capacitação no Rio de Janeiro, onde oferece cursos específi cos sobre a preservação dos pneus.
Sistemas eletrônicos de monitoramento também fazem parte do pacote que os fabricantes de pneumáticos oferecem aos usuários. É o caso do Michelin Earthmover Management System (MEMS), processo que permite medir, em tempo real, a pressão e a temperatura dos pneus de mineração, por meio de uma interface com a sala de controle da mina. “O monitoramento permanente sustenta a produtividade e minimiza os riscos de acidentes durante a execução do
trabalho, evitando paradas desnecessárias do equipamento”, diz Pedrosa. A nova tecnologia permite que, pela sala de controle, as máquinas e os caminhões sejam redistribuídos entre os ciclos de trabalho na mina. Um veículo que rodou em um ciclo de maior velocidade e está com os pneus quentes, por exemplo, pode ser encaminhado a outro ciclo, mais lento.
Um caminhão de serviços que vai até os clientes é a principal ferramenta de suporte da Goodyear na área de pneus fora-de-estrada. O veículo possui amplo ferramental voltado ao controle e inspeção de pneumáticos, incluindo uma balança de grande porte, equipamento obrigatório para o dimensionamento do cálculo da tonelada/quilômetro/hora (TKPH). Fazem
parte da equipe avançada engenheiros e técnicos que, por meio de um portfólio de serviços, orientam sobre a obtenção o melhor desempenho e vida útil dos pneus. A empresa utiliza também uma balança portátil, de rápida instalação, que gera relatórios de pesagem imediatos.
“É importante também que o usuário tenha um departamento dedicado que administre a escolha correta do pneu, faça estudos gerenciais de TKPH e gerencie uma equipe de manutenção especializada ativa”, aconselha Rubens Campos, gerente de marketing comercial da Goodyear.
Fonte: Estadão