Pré-moldados erguem estrutura que ia ser concretada in loco

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Fundações predominantemente em hélice contínua

 

Fábrica de biscoitos da Piraquê na cidade de Queimados (RJ) tem 11 edificações distintas e interligadas, totalizando 40.792 m² de área construída

No projeto original da obra da nova fábrica de biscoitos da Indústria de Produtos Alimentícios Piraquê, no município de Queimados, na Baixada Fluminense, a cerca de 55 km do centro do Rio de Janeiro, todos os projetos estruturais previam, originalmente, a utilização de estruturas de concreto moldadas in loco. Mas a Marco Projetos e Construções, construtora encarregada da obra, conseguiu mudar essa diretriz, para dar maior celeridade à construção.
 

Ainda na fase de concorrência, a construtora foi buscar informações técnicas para sustentar sua proposta alternativa em favor de pré-moldados junto ao cliente e demais envolvidos no projeto. “Fizemos diversos estudos da estrutura pré-fabricada para conseguir dados quantitativos fiéis, para que pudéssemos realizar nosso orçamento com segurança”, argumenta o diretor geral da Marco Projetos e Construções, Paulo Afonso Tergolina.

 

A Marco finaliza em dezembro deste ano a obra iniciada em agosto de 2014, contratada na modalidade de empreitada a Preço Máximo Garantido (PMG), com faturamento direto dos materiais, equipamentos e serviços à Piraquê. A nova planta, constituída por 11 edificações distintas e interligadas, totalizando 40.792 m² de área construída em um terreno de 72.509 m², encontra-se em processo de montagem dos equipamentos para produção. “Nosso primeiro desafio foi encontrar uma solução pré-fabricada para que a execução da obra fosse economicamente viável”, lembra o diretor geral da Marco.

 

De acordo com Tergolina, todos os blocos foram executados pelo sistema de pré-fabricados em concreto. A exceção ficou com o bloco 4, destinado a abrigar a área de administração, que foi erguido com estruturas concretadas in loco. “Fizemos isso para atender ao projeto arquitetônico diferenciado”, explica Tergolina (ver detalhes na pág. 34).

 

O piso industrial foi executado em concreto armado com fibra metálica, com revestimento à base de poliuretano. Com espessura de 15 cm, tem capacidade de carga de 6tf/m², perfazendo uma área total de 27.500 m².

 

Para o fechamento lateral, foram utilizados painéis de concreto pré-moldados maciços e alveolares, com 20 cm de espessura, e blocos de concreto. O pátio externo, com área de 33 mil m², recebeu pavimento em blocos de concreto intertravados, tipo unistein, resistente ao tráfego de veículos pesados.

 

A cobertura de toda a edificação foi feita em estrutura metálica. A impermeabilização utilizou a membrana Ultraply TPO Firestone para grandes coberturas, que, segundo o fabricante, reflete o calor, ajuda a economizar energia e garante resistência aos raios ultravioletas.

 

Segundo o diretor geral da Marco, em média, 450 profissionais atuaram na construção da fábrica de biscoitos da Piraquê, no distrito industrial da cidade de Queimados. “No pico da obra, esse número chegou a 600 pessoas”, lembra. Atualmente, mais de 30 empresas, segundo Tergolina, a maior parte europeias, trabalham na montagem do processo industrial. “A Marco não participa dessa etapa, mas realiza as interfaces das redes de abastecimento e utilidades para essas montadoras de instalações industriais”, ressalta.

 

GRANDES NÚMEROS

Concreto estrutural

8.500 m³

Estruturas metálicas

650 t

Aço para construção

400 t

Trabalhadores (pico da obra)

600 pessoas

Movimentação de terra

215 mil m³

 

A logística de fornecimento dos principais insumos para a execução da obra teve como base a cidade do Rio de Janeiro. A construção da nova unidade de produção da Piraquê consumiu 8.500 m³ de concreto estrutural, 650 t de estruturas metálicas e 400 t de aço para construção.

 

Terraplenagem

A preparação do terreno onde se construiria a fábrica de biscoitos Piraquê demorou cerca de cinco meses. A terraplenagem foi iniciada em dezembro de 2013 e finalizada em maio de 2014. A prioridade do projeto foi a de não haver bota-fora de material na terraplenagem, fazendo-se a compensação no próprio terreno. O volume de escavação foi de 110 mil m³, enquanto o aterro movimentou 105 mil m³. O diretor da Marco esclarece, no entanto, que essa etapa não fez parte do escopo dos trabalhos da construtora.

 

Segundo Tergolina, o terreno natural era medianamente ondulado, mas nos limites externos havia um corte existente com mais de 20 m de altura. “Tivemos de reconstruir uma berma de equilíbrio para a estabilização dos taludes no local”, explicou.

 

Nas fundações da fábrica da Piraquê predominaram as estacas tipo hélice contínua, iniciadas em junho e concluídas em agosto do ano passado, quando começaram as obras dos prédios. O engenheiro explica que, “devido à variabilidade do solo”, 90% das fundações foram executadas com estacas hélice contínua monitorada. Somadas, a quantidade de estacas utilizadas equivalem a mais de 10 km. “Nos pontos restantes, particularmente nas regiões de corte do terreno, utilizamos fundações diretas tipo sapatas”, lembra Tergolina.

 

Fonte: Revista O Empreiteiro


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