Primeiro shopping de Cajamar testa potencial fora da grande cidade

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Localizado na Grande São Paulo, centro comercial aproveita a estrutura de uma fábrica de pré-moldados desativada

 

Augusto Diniz – Cajamar (SP)

 

Mais um shopping é erguido na Grande São Paulo. O Anhanguera Parque Shopping, que está sendo construído em Cajamar (município com população estimada pelo IBGE em 70 mil habitantes), aproveitou estrutura existente de uma fábrica de pré-moldados desativada para ser erguido. O sistema acelerou a obra, mas fez também com que o empreendedor tomasse medidas de correção, complementação e adequação para instalar o novo empreendimento.
 
Engenheiro Antonio Carlos Chapela
 

A Falcão Bauer fez análise de toda a estrutura existente, com testes e ensaios, antes de iniciar os trabalhos do centro comercial. A prática visava avaliar as reais condições da antiga fábrica da Rodrigues Lima, e se ela poderia ser usada para a construção do shopping. O local possuía peças pré-moldadas armazenadas que também foram avaliadas para saber se poderiam ser usadas.

 

Aquilo que não foi utilizado na estrutura foi britado, por exemplo, pequenas áreas construídas não aproveitadas pelo shopping – com exceção do prédio administrativo, que poderá virar um estabelecimento educacional. O material descartado tem sido usado como sub-base dos acessos, além de outras aéreas. “Quando o projeto foi elaborado, pedimos que fosse aproveitado tudo, desde a estrutura até o entulho produzido”, conta o engenheiro civil Antonio Carlos Chapela, do grupo empreendedor do shopping RGR.

 

A fábrica existente possui na área industrial galpão pré-moldado, com uma curiosidade: 2,5 m de declive. O pé-direito começava com cerca de 10 m e terminava com aproximadamente 14 m. “Inicialmente pensou-se em nivelar tudo, mas depois resolvemos conviver com isso”, explica Antonio Carlos.

 

No projeto do shopping, em um determinado ponto do empreendimento, ele ganha dois andares, aproveitando a diferença de altura existente. Vale ressaltar que severas complementações com vigas e pilares foram realizadas, além de toda estruturação da laje do segundo piso.

 

Perspectiva da fachada do empreendimento

 

O projeto manteve o declive, mas aterrou 1,5 m o piso existente. A terra utilizada no aterro foi retirada de um pedaço de morro predominantemente de argila, existente no fundo do terreno e cortado para dar lugar a uma complementação do empreendimento de cerca de 5 mil m² de área construída. A movimentação de terra no empreendimento foi de 70 mil m³.

 

A construção do shopping, iniciada em janeiro de 2013, está sendo feita em duas etapas. A primeira terminou no ano passado com a inauguração de uma grande rede de supermercado no local, ocupando 5,5 mil m² de área construída. A segunda está com previsão de conclusão em novembro – a parte civil está em fase final e a montagem eletromecânica está em rápido desenvolvimento. O terreno tem área total de 60 mil m² e área construída de 35 mil m². A área bruta locável (ABL) é de 17.647 m².

 

 

Empreendimento recebe complementações de vigas e pilares, além de lançamento de laje para construção do segundo piso

 

O fechamento do prédio é feito com parede de alvenaria de 6 m a partir do piso, mais placas metálicas de 8 m até a cobertura. As divisórias entre as lojas é de gesso acartonado. Um vão na entrada, onde ficará a praça de eventos, será fechado com vidro para entrada de luz natural.

 

A telha já existente recebeu uma manta termoacústica – porém, na praça de alimentação, será trocada por cobertura de estrutura metálica para aproveitamento de luz natural. As galerias pluviais também foram aproveitadas. Os acessos internos somam 1 km. O empreendimento terá que fazer como contrapartida asfaltamento de uma rua paralela, além de urbanizá-la.

 

O Anhanguera Parque Shopping tem três salas de cinema, três lojas-âncora e 800 vagas de estacionamento na área externa, boa parte na frente do shopping.

 

Hoje, 100 pessoas trabalham na obra. O investimento gira em torno de R$ 100 milhões. Há um projeto em área adjacente, de construção de sete torres residenciais de 12 andares cada.

 

 

Ficha Técnica
Anhanguera Parque Shopping – Cajamar (SP)

 

Empreendedor: RGR

Planejamento, comercialização e administração: Lumine

Gestor da obra: RBN Engenharia

(empresa pertencente ao grupo empreendedor)

Construtora: Seron

Pré-moldados: Leonardi

Fechamento metálico: Isoeste

 

 

Opinião

Política de desenvolvimento urbano

 

*Luiz Augusto Pereira de Almeida

O Brasil precisa de uma política de desenvolvimento das cidades que enfatize melhores práticas de planejamento urbano, a curto, médio e longo prazo. Considerando a diversidade do tamanho, número de habitantes, características geográficas e econômicas, cada município precisa ter um plano diretor específico e personalizado. Porém, há algumas diretrizes gerais importantes a serem observadas.

 

A primeira delas é que não basta construir habitações. É preciso que a moradia esteja inserida num contexto mais amplo, no qual as empresas e os empregos, sistemas de transportes, escolas, postos de sa&
uacute;de, hospitais, centros de lazer, cultura e compras estejam próximos da população. Com isso, em especial nas grandes cidades, as pessoas deixariam de percorrer longas distâncias para ir trabalhar diariamente e atender as suas necessidades rotineiras.

 

Também é necessário aprimorar o modelo de ocupação do solo, tornando os centros habitacionais mais inclusivos, sustentáveis, com espaços públicos maiores e mais bem pensados para as pessoas. Nesse sentido, é necessário priorizar o bem-estar dos habitantes e sua inclusão social, estruturando-se políticas que melhorem os atuais padrões de crescimento das cidades. Dois aspectos devem ser considerados com muita atenção: evitar a expansão dispersa; e garantir um adequado adensamento populacional, com melhor aproveitamento dos espaços.

 

O modelo de desenvolvimento urbano deve contemplar a criação de empregos, a diversidade social e cultural e a sustentabilidade ambiental. É necessário agilizar as aprovações dos projetos de uso e ocupação do solo, desburocratizando-as, rever sob foco mais contemporâneo as exageradas legislações técnicas e ambientais cada vez mais restritivas e gerenciar corretamente os recursos e investimento.

 

O Brasil precisa consolidar novos conceitos de urbanismo, nos quais habitação, comércio e serviços possam interagir com altas densidades e eficientes sistemas de mobilidade (transporte público, privado, ciclismo e caminhada). Cidades compactas, adensadas e conectadas viabilizam melhor aproveitamento da infraestrutura urbana, seja ela energética, de saneamento básico ou de gestão de resíduos, criam mais oportunidades de convívio familiar e interação social e propiciam mais segurança e qualidade de vida.

 

*Luiz Augusto Pereira de Almeida é diretor da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (Fiabci/Brasil)

 

 

Instalações em shopping

A Planem Engenharia, fundada em 1974, é uma empresa com longa experiência na execução de instalações e montagens elétricas, hidráulicas e mecânicas nos segmentos comercial, industrial, hospitalar, shopping center, residencial e infraestrutura. Tem mais de 1.200 contratos executados no País. No entanto, recentemente, participou de três significativos empreendimentos.

 

Um foi na construção do Praça Uberaba Shopping Center, em Uberaba (MG). O outro foi na ampliação e modernização do Via Parque Shopping, no Rio de Janeiro. O último também foi no Rio de Janeiro: a construção do Windsor Hotel Barra da Tijuca.

 

Nos três projetos, o escopo do trabalho incluía várias atividades diferentes. Veja a seguir quais são elas, sendo que algumas foram feitas em todos os projetos e outras em dois ou um empreendimento: subestação elétrica, grupo gerador, cabos alimentadores de MT e BT, distribuição de iluminação e tomadas, instalação de luminárias, infraestrutura para dados, voz e CFTV, automação predial, controle de acesso e detecção, alarmes de incêndios, sistema de proteção contra descargas elétricas, redes de água potável, água fria e quente, esgoto, águas pluviais, água de reúso, gás GLP, rede de hidrantes e sprinklers, geradoras de água quente, e louças e metais.

 

Fonte: Revista O Empreiteiro


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