A GE Hitachi (GEH), junção da americana General Electric (GE) com a japonesa Hitachi, apresentou no Brasil a sua nova tecnologia para reatores nucleares BWR, durante o 3o Seminário Nacional de Energia Nuclear, no Rio de Janeiro. Os novos reatores, que possuem um padrão altíssimo de segurança, serão oferecidos para dar continuidade ao programa nuclear brasileiro após o fim dos contratos com a Siemens, que construiu os reatores de Angra 1 e 2, e Westinghouse, de Angra 3.
Ao contrário dos reatores de Angra, que são de água pressurizada (PWR), os nossos reatores de 3a geração são de água fervente (BWR). De acordo com o vice-presidente de vendas para as Américas da companhia, Isidro de la Fuente, “a principal virtude desses reatores é a simplicidade. O BWR, que tem o modelo ABWR em operação desde 1996, possui muito menos peças e apenas um recipiente, onde a maioria dos processos da geração de energia acontece. No mesmo recipiente ocorre a reação nuclear e a fervura da água, o que economiza em tubos e equipamentos. Outro fator é que o BWR opera sob muito menos pressão e menor temperatura do que os PWRs, porém com a mesma eficiência”.
No que diz respeito à segurança, o dirigente ressalta mais uma vez a simplicidade do sistema: “Os reatores ABWR, e futuramente os ESBWR, possuem diversos sistemas de segurança passivos, que não necessitam nem ação dos operadores da usina e em alguns casos nem energia elétrica. O sistema de redução de pressão em casos de acidente é automaticamente ativado caso a energia elétrica falhe, e se trata apenas de uma válvula que se abre e libera o vapor acumulado dentro do reator, sem contar que todo o processo de desligamento do reator é automatizado. Outro fator que conta para a durabilidade do reator é o uso de água pura, ao invés de água misturada com ácido bórico, utilizado em PWRs, que é muito mais corrosivo, e requer muito mais manutenção”.
Isidro de la Fuente, da GE Hitachi, destaca a simplicidade como principal virtude do novo reator
Fonte: Padrão