Matec é premiada pelo uso do processo em projetos complexos
AMatec Engenharia recebeu um prêmio de reconhecimento especial no Be Inspired 2010, da Bentley Systems, na categoria Retorno sobre Inovação. A construtora foi reconhecida pela adoção do processo Building Information Modeling (BIM) na gestão dos projetos, que permite a simulação em três dimensões da construção e minimiza de maneira significativa todas as incompatibilidades existentes, sejam elas de estrutura, fundações, arquitetura ou instalações.
"É uma honra representar o Brasil neste momento importante que vivemos do mercado de construção civil no País. Isso reforça para o mundo o quanto nós estamos preparados para todas as evoluções tecnológicas que nosso setor necessitará", comenta Luiz Augusto Milano, diretor presidente da Matec.
Atualmente, a Matec utiliza o BIM em todos os projetos em andamento, o que tornou uma vantagem competitiva para a companhia. A prática de simulação proposta pelo BIM permite definir quantidades corretas dos materiais necessários à construção, sem desperdícios ou erros não previstos, gerando redução de custos. Como resultado, os processos construtivos são detalhados e compatibilizados antes do início da execução da obra, com materiais e fornecedores contratados de maneira correta, evitando retrabalhos.
Para iniciar o uso da ferramenta, a Matec investiu R$600 mil, e selecionou três dos seus melhores profissionais para se dedicar integralmente, durante um ano, ao treinamento para o uso do processo. "Esta foi uma decisão muito acertada, porque não adianta somente adquirir um processo e não treinar as pessoas de forma adequada", comenta Milano. O executivo reforça que este foi apenas mais um investimento em tecnologia dentro da organização. "Temos o cuidado de continuamente aperfeiçoar nossos processos. Os investimentos em tecnologia começaram há 15 anos e já totalizam um valor de aproximadamente R$ 20 milhões", lembra.
A experiência da Matec mostra como este processo pode ser importante também na execução dos projetos. "Antes da utilização, nos deparávamos com um erro apenas no meio do ciclo da construção, tendo a necessidade de um retrabalho. Hoje, nos antecipamos aos problemas", explica Milano.
O gerente de Novos Negócios, Gustavo Zan, recebeu o prêmio em nome da empresa, junto com a arquiteta Ivelize Cristiane Casimiro, que faz parte de um dos projetos enviados para a Bentley, de um data center para a Porto Seguro, situado em São Paulo (SP), a ser concluído em março do ano que vem. Cada obra permite interferências de um tipo, de acordo com o que é identificado quando o projeto passa a ser visualizado em três dimensões. No caso da Porto Seguro a modelagem em 3D foi aplicada com sucesso em todas as redes de utilidades, otimizando os projetos elétrico e hidráulico. Com a comodidade visual proporcionada pelo 3D, foi possível escolher os melhores caminhos, percorrendo as menores distâncias. As novas propostas do projeto de tubulações, por exemplo, que evitam imprevistos durante a execução, devem proporcionar uma economia em materiais superior a 30%.
Outro caso emblemático foi o estudo de modelagem de um terreno para identificar o melhor nível para implementação. A simulação, feita em uma hora, permitiu adaptar o projeto à topografia do terreno, reduzindo a movimentação de cerca de 130 mil m³ de terra. Trata-se de uma fábrica da Siemens, construída pela Matec na modalidade build to suit, em um terreno da construtora de mais de 150 mil m2 em Cabreúva (SP). A nova unidade industrial, destinada à reforma e produção de trens urbanos e de metrô, já está pronta. Embora a movimentação de terra prevista inicialmente fosse bem expressiva, com o uso da modelagem em 3D foi possível otimizá-la em cerca de 20%. "O 3D ajuda a calcular o nível médio e permitiu a compensação entre cortes e aterros. Se o projeto fosse desenvolvido em 2D viraria um complexo cálculo matemático", explica Zan.
Ele conta que o desenvolvimento de projetos em 3D está presente em 100% dos contratos da Matec, variando apenas em quais disciplinas será adotado: somente no projeto de arquitetura, ou também nos de terraplenagem, estrutura e instalações. A melhor solução é analisada caso a caso.
Apesar das inúmeras vantagens proporcionadas pelo uso do 3D – inclusive para o cliente, que pode até visualizar claramente como será a operação do empreendimento e "passear" pelos ambientes – e de já ser uma realidade na construção civil brasileira, ainda resta um longo caminho a ser percorrido. É que os projetistas das diversas especialidades precisam também se modernizar, pois muitas vezes os projetos são recebidos pela construtora em 2D e adequados ao 3D. "Precisamos conscientizar esses projetistas especializados, para que o projeto já nasça em 3D. Mas acredito que em um ou dois anos já teremos pelo menos três vezes mais projetos na modalidade 3D. O investimento é interessante financeiramente também, pois temos uma otimização média de 10% nos custos dos projetos", analisa Zan.
Fonte: Estadão