As obras de saneamento básico do município fluminense de Rio das Ostras, que estão sendo executadas pela CBPO Engenharia, do grupo Odebrecht, englobam a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), os sistemas elevatórios e redes coletoras de esgoto, o coletor tronco, as linhas de recalque e os emissários terrestre e submarino. Já foram executadas a rede de esgotos da sub-bacia 4, envolvendo os bairros Centro, Nova Esperança, Boca da Barra e parte da praia do Bosque, incluindo as redes coletoras e o coletor tronco de esgotos, as estações elevatórias, a linha de recalque, o emissário terrestre, o píer em concreto (incluindo câmara de carga) e o emissário submarino. Na ETE, foram construídos prédio da administração, reservatório semi-enterrado de água potável, reservatório elevado de água potável, elevatória de esgoto bruto (entrada), subestação de alimentação elétrica, caixa de recepção, caixa de areia, reatores anaeróbios de fluxo ascendente (duas unidades), leito de secagem com Geobag (duas unidades), elevatória de esgoto tratado (saída), sistema de tratamento de odor, central de queimador de gás e central de polímeros. Os estudos determinaram que o melhor lugar para a instalação da ETE de Rio das Ostras seria no bairro de Jardim Mariléia, a fim de atender ao plano diretor de crescimento da cidade. “Essa localização também visou otimizar a chegada do esgoto a ser tratado, por ser uma zona central do município, bem como facilitar a chegada do efluente tratado ao emissário submarino”, informa o engenheiro Leandro Andrade Azevedo, diretor de contrato das obras. Na segunda fase, estão previstas a execução de quatro unidades de reatores anaeróbios de fluxo ascendente e seis de leito de secagem com Geobag, que comporão a Estação de Tratamento de Esgotos.
EMISSÁRIO SUBMARINO
Para a execução do emissário submarino de Rio das Ostras foi utilizada tubulação em PEAD (polietileno de alta densidade), com diâmetro externo de 630 mm e interno de 537,64 mm. A montagem da tubulação foi feita por tramos, interligados através de solda por termofusão. Para facilitar o transporte e afundamento da tubulação, de acordo com o engenheiro Leandro Andrade Azevedo, foram acoplados aos tramos blocos de ancoragem, formados por duas peças de concreto semicilíndricas, interligadas por intermédio de parafusos, anodos de sacrifício e elastômeros, de modo a garantir o travamento e a absorção dos esforços incidentes na tubulação no leito marinho. O lançamento do emissor foi feito por meio de difusão. A região do difusor fica na extremidade final do emissário e a 20 m de profundidade, aproximadamente. “Para o cálculo da tubulação difusora foram executados orifícios, com 100 mm de diâmetro, distribuídos na tubulação (um a cada 2,65 m) na parte superior do tubo, de forma que o jato de efluentes alcance a velocidade determinada em projeto”, explica o engenheiro. Na execução do emissário submarino, que vai despejar no mar até 571 l/s de emissões, a 3.888 m da praia de Costa Azul, de acordo com Leandro Azevedo, a principal dificuldade enfrentada foi relativa à variação da maré. O tratamento de efluentes, adotado no Município de Rio das Ostras, foi do tipo primário avançado, que consiste em tratamento anaeróbio com reatores Rafa (Reatores Anaeróbios de Fluxo Ascendente) e leitos de secagem para o lodo excedente produzido (Geotube GT-500). Além disso, há o sistema de exaustão de gases e eliminação de odores gerados pelo esgoto, com capacidade para tratamento de até 5,55 m³/s. Os gases gerados no processo de tratamento anaeróbio (Rafa) serão coletados e queimados em um flare.
EMISSÁRIO TERRESTRE
Para a execução do emissário terrestre, foi utilizada tubulação em PEAD PN5 – PE100. Nesse caso, o diâmetro externo é de 630 mm e o interno de 590,80 mm. A extensão totaliza 2.357,00 m. A montagem e a ligação dos tramos foi executada utilizando-se solda por termofusão, em área externa à vala. Posteriormente, os tramos foram transportados e lançados na vala, acoplando-se uns aos outros, também pelo processo de solda por termofusão. Ao longo do emissário terrestre foram instaladas duas ventosas e três válvulas de descarga, que se destinam à execução de atividades de manutenção do sistema.
Fonte: Estadão