O Rio Grande do Sul tem mais de 35 mil rodoviários atuantes. 15 mil deles são representados pelo Sindicato dos Empregados em Transporte Rodoviário de Carga Seca do Rio Grande do Sul (Sinecarga). O presidente da entidade, Paulo Roberto Barck, detalhou ao PortoGente o motivo da falta de poder de negociação dos rodoviários gaúchos diante dos grandes empregadores do estado.
“Somente na Grande Porto Alegre, tivemos o fechamento de duas grandes empresas de transporte em 60 dias, o que gerou 300 demissões. E a data-base da categoria, no mês de maio, foi cercada por época de demissões, o que enfraqueceu nosso poder de negociação e mobilização.
Só recuperamos o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Ficamos de mãos atadas em época de demissões.
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Não dá para mobilizar ninguém, está todo mundo preocupado em conservar o emprego para sustentar a família”.
Segundo Barck, o transporte rodoviário de matéria-prima foi fortemente afetado no Rio Grande do Sul desde o final de 2008, quando a economia mundial começou a sentir os efeitos da crise instalada nos Estados Unidos.
Embora sem números oficiais, cogita-se que a movimentação de peças para as indústrias metalúrgica e automobilística caiu até 40% no estado. “Fevereiro terminou com muita gente de férias.
Tivemos que fazer um acordo de três meses de redução de jornada e de pagamento com um dia a menos de trabalho por semana nas indústrias de autopeças”.
No caso dos pedágios, a reclamação é antiga e frequente no noticiário de PortoGente.
Portuários de Rio Grande já demonstraram insatisfação (ver nota ‘Governando para o inimigo’) com a grande quantidade de praças de cobranças nas rodovias. O fato leva muitos exportadores a escoar as cargas produzidas no interior gaúcho pelos portos de Santa Catarina, ao invés de adotarem Rio Grande como porta de saída para o exterior. O presidente do Sinecarga relata que da capital Porto Alegre até Rio Grande os transportadores se deparam com cinco postos de pedágios com cobrança média de R$ 6. “E um terceiro eixo aumenta ainda mais o preço”.
Outras regiões do interior gaúcho, destaca Barck, também sofrem com o problema. Na região das Missões, por onde há grande escoamento da produção agrícola, caminhoneiros têm que encarar seis pedágios em menos de 500 quilômetros de distância – com um deles chegando ao valor de R$ 22. Na avaliação dele, a cobrança não tem retorno, pois grande parte das estradas está pessimamente conservada e muitos locais não têm nem acostamento para os motoristas.
Fonte: Estadão