Com 30 anos de atuação no mercado e mais de 80 mil imóveis lançados, a MRV Engenharia chega a 2009 consagrada pela revista O Empreiteiro como Construtora Imobiliária do Ano, e com uma meta desafiadora – pretende lançar 40 mil unidades residenciais populares por ano, numa estratégia para consolidar sua área de atuação, o mercado de baixa renda, e acompanhar um crescimento significativo no segmento econômico da construção residencial por causa do grande déficit habitacional no País. Se depender de sua atuação no mercado, a empresa já conta com meio caminho andado para atingir esta meta – segundo o guidance divulgado, as vendas contratadas da MRV devem ficar, neste ano, entre R$ 2,4 bilhões e R$ 2,9 bilhões, um aumento de 93% se comparados às vendas contratadas alcançadas em 2008, que foram de R$ 1,5 bilhão. Pretende também aumentar sua atuação nas cidades brasileiras, passando de 70 municípios para 80 até o final deste ano.
Para atingir essa estratégia dos 40 mil, a empresa passou os últimos cinco anos se estruturando para crescer. O presidente da MRV, Rubens Menin, explica que a empresa adquiriu, em 2007, para fortalecer esse planejamento, a participação em duas construtoras parceiras voltadas para a baixa renda: a Prime Empreendimentos S/A e a Blás Engenharia.
O maior desafio será a construção em grandes escalas, mas a empresa, que tem um landbank de mais de 90 mil unidades residenciais, vai utilizar um modelo construtivo que permite replicar, em escala industrial, em diferentes localidades e de forma simultânea, um padrão único de construção modular. É um método que possibilita a construção de empreendimentos de até cinco mil unidades com uma série de vantagens – além dos ganhos de escala, a construtora tem, também, maior poder de negociação com fornecedores, diluição de custos fixos, rígido controle de qualidade, ciclos de incorporação mais curtos.
A estratégia da MRV, para se diferenciar nos preparos industrial, de logística e de produção, foi a implantação de um moderno sistema de informação, o SAP, que tem como principal função contribuir no planejamento e controle da produção com mais eficiência.
Outro desafio é equacionar vendas, financiamento e capacidade construtiva. Uma das primeiras ações da empresa foi o aumento de todas as equipes para adequação da nova realidade. “A equipe de vendas foi a que menos precisou de ajustes. Hoje, são mais de 1.600 colaboradores. A produção está sendo adequada e devemos contratar, até o final deste ano, cerca de 3.500 operários para as obras da empresa”, observa o vice-presidente Comercial, Eduardo Barretto.
Enquanto muitas empresas brasileiras começaram 2009 com o pé no freio nos investimentos, por causa dos efeitos da crise econômica no País, a MRV optou por manter todos os projetos, com a estratégia de investir em seu crescimento. O presidente da companhia observa que foram estratégias fundamentais para lidar com as boas mudanças anunciadas para o mercado, uma delas foi o pacote habitacional do governo federal Minha Casa Minha Vida.
“Esse programa mudou a MRV de patamar, foi um vento a favor que está contribuindo fortemente para o crescimento da empresa. E o mais importante, a empresa não precisou fazer mudanças para atender a demanda do Minha Casa Minha Vida, já que conta com 30 anos de expertise neste segmento e já estava em um processo acelerado de crescimento, depois de um bem sucedido IPO”, diz Menin.
A abertura de capitais na Bolsa de Valores foi um passo estratégico da companhia que fortaleceu um processo em que cada ação foi fundamental para o crescimento atual da empresa. Em 1986, quando ainda não havia financiamento habitacional, a empresa criou sua própria linha de financiamento, o Sistema Fácil de Habitação, o SFH.
Em 1994, a chegada do Plano Real e o início da estabilização econômica marcaram o início da expansão geográfica, primeiro para o Triângulo Mineiro e depois para o interior de São Paulo, sul do País e outras capitais. Foi também neste ano que a empresa iniciou sua história de patrocínio ao esporte com o intuito de fortalecer a marca nos novos mercados.
Foi em 2004 que a MRV começou a se preparar para crescer. O gestor executivo de planejamento, Evandro Carvalho, explica que o primeiro procedimento foi excluir todos os negócios que não eram focados em construção e incorporação de empreendimentos residenciais populares. “Para isso adquirimos vários terrenos e áreas para acelerar nossos lançamentos, além de iniciar a contratação de profissionais”, observa. Em 2006, outro grande passo – a empresa vendeu 16,7% deseu capital para o fundo de investimento britânico Autonomy Capital Research LLP. Em 2007, a MRV abriu seu capital, ofertando 45,9 milhões de ações ordinárias ao mercado (equivalentes a R$ 1,2 bilhão) na Bolsa de Valores. Mesmo calcada nessa evolução corporativa impressionante, a empresa não baixa a guarda em nenhum momento.
Há uma preocupação do mercado que o programa Minha Casa Minha Vida atraia também empresas tradicionais do ramo, mais focadas na alta renda.
buy neurontin online redemperorcbd.com/wp-content/languages/new/prescription/neurontin.html no prescription
Mesmo com essa possibilidade, a empresa aposta nos seus 30 anos dedicados exclusivamente à construção e incorporação de unidades residenciais populares. “Nossos imóveis se diferenciam pela localização, o preço e a forma de financiamentos oferecidos. Essa forma de pagamento também é muito importante uma vez que nossos clientes precisam de financiamentos longos e taxas de juros baixas. Além de acreditarmos que o mercado habitacional brasileiro é imenso e há espaço para várias empresas”, diz o presidente da empresa.
Para se diferenciar dessas outras empresas, outra aposta é um grande projeto na internet, que a empresa trabalha há cinco anos, com um site que possibilita, 24 horas por dia, acesso ao corretor on line. Nele, é possível simular a compra,fazer um tour virtual, ver imagens, comparar, tudo antes de sair de casa. “Hoje, 20% das nossas vendas são feitas pela internet, porém esse número está crescendo”, afirma o diretor.
Nessa consolidação, muitos dos empreendimentos da empresa mudam o perfil e a característica das regiões onde estão. É o caso da construção de 10 empreendimentos no bairro Cabral, na cidade de Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte.
“O que se vê na região do Cabral é o crescimento de um bairro novo, totalmente planejado, ordenado e com infraes
trutura completa”, destaca. O resultado é que os primeiros empreendimentos lançados no Cabral valorizaram até 110% desde o lançamento.
Outro investimento da MRV, de R$ 187 milhões, foi no lançamento do Complexo Reserva São Vicente, de 26 empreendimentos em Mauá. Esse investimento é para suprir uma demanda de um local com maior segurança, em que os moradores podem desfrutar de espaços de lazer e de áreas verdes.
Segundo o vice-presidente comercial da construtora, Eduardo Barretto, os projetos contemporâneos de moradia pregam uma mudança no estilo oferecido nos grandes centros urbanos. “Hoje, há uma preocupação em ordenar os espaços sistematizando o traçado das ruas para equilibrar a construção de casas e prédios à paisagem e esta foi a proposta da MRV com a construção do Complexo Reserva São Vicente”, ressalta o executivo.
A empresa lançou, em 2007, o complexo Prado Ville, em Campinas, com sete residenciais somando 2.556 unidades. Em dois anos de trabalho a empresa já lançou 1.732 unidades, construiu e entregou o edifício Cristal Ville e está em andamento de obras de outros quatros empreendimentos.
“O Complexo que está sendo construído em uma área de 120.710 m² tem Valor Geral de Venda (VGV) estimado em, aproximadamente, R$ 300 milhões. Até o final de 2009, o último condomínio deste Complexo será lançado: o Opala Ville, com 480 unidades”, afirma Barretto. Além dessas ações estratégicas, a empresa também tem uma forte atuação em projetos de responsabilidade social. Entre eles está o suporte à Cidade dos Meninos de São Vicente de Paulo, obra que atende a mais de cinco mil jovens carentes, sediada na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No ano passado, a empresa e seus acionistas construíram dois edifícios com seis apartamentos para abrigar 200 jovens beneficiados pela instituição.
“A MRV Engenharia tem consciência da importância de sua atuação como agente do progresso e da melhoria da qualidade de vida das comunidades nas quais está inserida. A construtora disponibiliza sua estrutura empresarial e capacidade gerencial para desenvolver projetos sociais transformadores”.
A preocupação ambiental se une à responsabilidade social em outra ação – a construtora incentiva às comunidades a manter os muros dos seus empreendimentos limpos e adequadamente pintados. Em inúmeros residenciais a MRV afixa placas, comprometendo-se publicamente a doar mensalmente cestas básicas para instituições assistenciais, desde que os muros de seus empreendimentos se mantenham livres de pichações.
Entre outubro de 1999 e outubro de 2001, em parceria com a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, a MRV Engenharia construiu um Centro de Atendimento Comunitário e manteve refeitório, consultórios médicos e dentários para atender a crianças carentes da periferia da cidade. Neste período foram beneficiadas cerca de 16 mil crianças.
Bairro Planeja do e ordenado
Quando a MRV Engenharia iniciou, há cinco anos, empreendimentos no bairro Cabral, na cidade de Contagem (Região Metropolitana de Belo Horizonte), houve uma mudança na concepção de moradia do município, com o crescimento de um bairro novo, totalmente planejado, ordenado e com infraestrutura completa. A construção dos empreendimentos, que compõem boa parte do bairro, foi iniciada com o Città Giardino, composto por quatro condomínios da linha Village e 299 casas. Desde então já foram lançados, o Jardins do Cabral e o Siena Condomínio Resort. O último empreendimento, o Parque Sagitta, teve 100% de suas 80 unidades vendidas em duas semanas.
Atualmente, além das casas, seis condomínios com 336 apartamentos já foram entregues aos moradores do Cabral, o que soma 635 unidades. A empresa já lançou mais 1.707 unidades entre villages, spazios e parques. Até o final de 2009, serão lançados outros sete condomínios, que gerarão outras 912 moradias.
A localização privilegiada do bairro Cabral, com estratégica saída para Brasília, além de estar a cinco minutos da Pampulha, área nobre de Belo Horizonte, foi um dos principais atrativos para a definição do local pela construtora. A região também é privilegiada por inúmeras vias de acesso fácil e infraestrutura completa. O bairro ainda tem um forte potencial de valorização. Para se ter uma ideia, os primeiros empreendimentos lançados no Cabral valorizaram até 110% desde o lançamento.
“São empreendimentos que proporcionam uma forma melhor de viver a vida, sem as atribulações do dia a dia e com uma agradável sensação de bem-estar e conforto, em um lugar de prazer e harmonia com a natureza”, afirma o vice-presidente da empresa, Eduardo Barretto.
Modelo construtivo é diferencial
O processo construtivo em alvenaria estrutural, desenvolvido pela MRV Engenharia, é considerado um dos principais diferenciais competitivos da empresa. Segundo o vice-presidente comercial, Eduardo Barretto, o modelo é aquele em que a alvenaria tem dupla função. Além de servir como vedação, é também a parte estrutural da construção, sendo responsável pela transmissão e absorção de todos os esforços que atuam na edificação. “Em resumo, a alvenaria é a estrutura do prédio, substitui pilares e vigas. Os principais materiais usados são blocos de concreto e blocos cerâmicos estruturais”, afirma Barretto.
O modelo não é totalmente industrializado, já que utiliza mão-de-obra para a montagem de alvenaria. Outro diferencial é que, por ser padronizado, além de permitir a montagem em grande escala dentro da MRV, também facilita a logística da compra, recebimento e estocagem de materiais, além de simplificar a execução e a supervisão por ter um grau de repetição e padronização grandes.
Segundo o vice-presidente, esse método construtivo contribui para o planejamento da empresa por apresentar facilidades nos detalhamentos dos projetos estrutural e complementares – elétrico e hidráulico. “Nosso método diminui a necessidade de armadura de aço e fôrmas de madeira, oferece menor custo para instalação elétrica e hidráulica (não há necessidade de quebrar parede para fazer essas instalações). Em geral, verifica-se que o número de homens mobilizados por metro quadrado de área construída é menor. Por esses e outros motivos, também facilita a supervisão da obra e oferece maior velocidade na construção”, observa.
Outra vantagem é que o orçamento das obras em alvenaria estrutural se aproxima muito mais do custo real apropriado na obra do que normalmente ocorre nas obras convencionais. O resultado é que as previsões de desembolsos e o fluxo de caixa são muito mais precisos.
A empresa trabalha com a replicação desse modelo de construção modular em diferentes localidades, simultaneamente. Para que isso aconteça, o executivo explica que a MRV tenta aproveitar, ao máximo, um projeto em vários canteiros ao mesmo tempo e em diversas cidades. “Algumas vezes, temos que fazer pequenas adaptações para atender às leis municipais vigentes”, explica.
buy cytotec online redemperorcbd.com/wp-content/languages/new/prescription/cytotec.html no prescription
Essa replicação de projetos resulta na economia de tempo com projetos estruturais, complementares, orçamentos, além de outras etapas da obra. “Por serem construções iguais, ou muito parecidas, acabam facilitando a transferência de mão-de-obra de um residencial para outro e, consequentemente, também facilitam a supervisão das obras”.
O vice-presidente observa que o processo é utilizado pela empresa há 30 anos. “A MRV detém total conhecimento dessa técnica e nossos engenheiros projetistas são nacionalmente conhecidos por sua ampla experiência em cálculos utilizando esta técnica”.