Saneamento: distritos de Belém estão abandonados

Quem conhece a ilha de Mosqueiro pelas suas belas praias e por garantir o lazer de muitas famílias paraenses nos feriados prolongados e férias de julho, pode se surpreender com o outro lado da bucólica. Nas áreas mais afastadas da orla e do centro, os moradores do distrito reclamam de abandono por parte da Prefeitura de Belém. Há ruas que precisam ser asfaltadas e necessitam de iluminação. Algumas estão completamente tomadas por mato. Em certas vias mais movimentadas e com asfalto, há acúmulos de lixo pelas calçadas e em terrenos baldios, inclusive com acúmulo de água, que nessa época do ano se torna local propício para proliferação do mosquito da dengue.

No distrito de Outeiro, a situação não é diferente. Logo ao chegar, o visitante deve ter cautela com a estrada que dá acesso ao local. Muita poeira e buracos. Na orla da praia Grande, problemas com o calçamento, além da erosão evidente que pode pôr em risco quem está na praia. A falta de ônibus com linha direta para o centro de Belém é outra queixa.

Mosqueiro e Outeiro, mesmo com todos os seus visíveis problemas estruturais, deverão ser ligados por uma ponte de 1.

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500 metros. A expectativa é encurtar a viagem de 60 quilômetros para três entre os dois distritos.
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É o que pretende um projeto que será elaborado pela Prefeitura de Belém.

A possível interligação também inclui a construção de uma nova ponte entre Icoaraci e Outeiro voltada para veículos pesados. Parte do recurso será oriundo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal.

Porém, para alguns moradores, a obra não é prioridade, apesar de acharem que o projeto trará benefícios para os dois distritos. Quem vive no bairro São Francisco, às proximidades da entrada de Mosqueiro, quer mesmo é asfalto, iluminação e água encanada. A rua Variante, por exemplo, nunca passou nem por um processo de drenagem. Há mato nos dois lados e a via é cheia de buracos e altos e baixos, semelhante às trilhas usadas para prática de esportes radicais como o rally.
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Por causa desses altos e baixos e da lama que se forma quando chove, a vida de quem precisa se descolar para o centro de Mosqueiro se torna cada vez mais difícil. “Quando alguém passa mal, a ambulância às vezes não entra ou até mesmo não vem”, conta o marceneiro Miguel Rodrigues, que passava de bicicleta quando a reportagem entrou na rua. Ele mora no local há cinco anos.

Miguel reclama que o asfalto chegou às praias e na vila, mas o bairro do São Francisco foi esquecido pela atual administração. “Prometeram asfaltar essa rua bem antes da reeleição do atual prefeito e até agora nada”.
Outro problema do São Francisco citado pelos moradores é a falta de saneamento básico. A dona-de-casa Margarida Carvalho vive há 18 anos na Variante e precisa puxar água de um poço todos os dias para a higiene pessoal da família, lavar roupa e cozinhar. Chuveiro é considerado luxo para alguns. “Quem tem condições possui uma bomba que puxa a água para os canos. O meu banho ainda é de cuia mesmo”, afirma.

Margarida nem exige inicialmente o asfaltamento. “Que pelo menos entrasse uma máquina aqui para abrir mais a rua e os carros poderem passar. É difícil até para os pedestres”. A comerciante Albélia Ribeiro, que vive há oito anos no Ariramba, bairro mais estruturado, próximo à praia, também se diz insatisfeita. Com o movimento fraco, o bar que possui não está indo muito bem nos lucros.
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Ela mora próximo a um terreno baldio onde há acúmulo de lixo. “Quando parte do lixo é retirado fica uma poça d’água, pode haver risco de dengue”, acredita.

Ela explica porque há lixo das residências acumulados em alguns pontos da cidade.
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“A coleta passava três vezes na semana, agora só passa uma vez. Um dos lixeiros me disse que isso aconteceu porque todos deles estavam de férias”.

A Agência Distrital de Mosqueiro informou, por meio de nota, que a ilha teve cerca de 30% de excesso de lixo ocasionado pelo período de férias e de carnaval que atraíram um grande número de pessoas. O material está sendo retirado gradativamente devido a distância da ilha para o lixão do Aurá.

Sobre a falta de saneamento no São Francisco, a Agência informa que está atualmente estudando junto com a Secretaria de Saneamento (Sesan), para realizar projetos estruturais na área.
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A Agência de Mosqueiro informou que os trabalhos de asfaltamento e tapa-buraco foram interrompidos pela grande quantidade de chuva, o que dificulta as atividades ao ar livre.

Tratamento de água: Prefeitura garante qualidade

Os moradores das comunidades Jibóia Branca e Icuí Laranjeira, localizadas no bairro 40 Horas, em Ananindeua, pela primeira vez têm água encanada de qualidade e com todo o tratamento adequado para ser consumida diariamente. O sonho só pôde ser realizado através da parceria entre a Prefeitura Municipal de Ananindeua com o Governo do Estado do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop), que construiu microssistemas de abastecimento de água encanada para atender as duas comunidades. A obra foi entregue na manhã de sábado pelo prefeito Helder Barbalho e pelo secretário estadual Francisco Melo (Chicão).
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A Prefeitura de Ananindeua participou com a doação dos terrenos para a implantação dos microssistemas e será a responsável pela manutenção do abastecimento. A Seop financiou e gerenciou a execução das obras.
Na comunidade Jibóia Branca foram construídos dois poços e duas caixas d’água de 15 mil litros cada, que beneficiarão 350 famílias. Já na comunidade do Icuí Laranjeira, 240 famílias da localidade têm água encanada através do poço e de duas caixas d’água de 10 mil litros cada que foram construídas.

EM BOA HORA – Segundo a moradora da área do Icuí Laranjeira, Cibele Gomes, 37 anos, o projeto veio em boa hora. “Nunca tivemos água encanada. Tínhamos que puxar baldes d’água muito pesados. Agora temos água de boa qualidade”, disse Cibele.

Para o prefeito de Ananindeua, Helder Barbalho, a inauguração do microssistema de abastecimento de água no Jíbóia Branca e no Icuí Laranjeira “representa parcela das diversas ações de saneamento que a Prefeitura está realizando por toda a Ananindeua para melhorar a vida de todos os moradores, principalmente daqueles mais humildes”.

Os dois microssistemas inaugurados estavam em fase de testes de funcionamento desde novembro passado. Agora, eles funcionam elevando a qualidade de vida das famílias das comunidades. Em breve, a comunidade Nova Vida, no 40 Horas, também será beneficiada com a implantação de sistema de água encanada.

Fonte: Estadão

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