Desde que assumiu a concessão no Amapá, em 2021, passando a operar em 16 municípios em 2022, a SAM – Ambiental e Engenharia S/A, do Grupo Aterpa, juntamente com a Equatorial, formaram a Concessionária de Saneamento no Amapá (CSA), e estão mudando o cotidiano de 82 mil famílias amapaenses.
O Estado, considerado um dos maiores biomas do mundo, até 2021 só tinha 38% da população atendida por rede de água e 8% dela em termos de esgotamento sanitário. Em entrevista à revista O Empreiteiro, o CFO do Grupo Aterpa, engenheiro Lucas Vasconcelos, detalhou os desafios enfrentados nesta primeira fase das atividades com a meta de atingir a universalização no Amapá. “Quando chegamos, o Estado tinha 70% de água produzida perdida. Nesses dois anos, reduzimos para 59,39% de perda. Fora isso, já conseguimos universalizar a água em quatro municípios, dos 16 existentes, até 2023, e pretendemos alcançar mais três cidades em 2024 com água tratada”, explicou Lucas, acrescentando que a produtividade no fornecimento de água tratada teve um aumento de 93%.
Sobre as perdas d`água, o engenheiro detalha que descobriram duas causas principais: redes improvisadas, conectadas entre as casas sem cadastro ou hidrômetro, gerando assim as perdas comerciais; e as perdas físicas no processo produtivo que não recebia monitoramento e, por isso, geravam numerosos pontos de vazamento, que passaram a ser identificados e reparados. “Era muito comum ter poços nas casas, e, para mostrar para a população a importância das instalações de rede, colocamos um carro elétrico fazendo ensaios nos poços de cada bairro, revelando que a água era de má qualidade. Um trabalho de conscientização para os moradores entenderem a qualidade da água tratada fornecida pela rede”, contou Lucas.
A diretora de Gente e Cultura do Grupo Aterpa, Juliana Salvador, destacou os desafios sociais no Amapá. “Vamos de porta em porta, com uma equipe formada por pessoas locais, esclarecendo sobre a importância da água tratada. É um verdadeiro trabalho de educação e conscientização. Desde a nossa equipe, porque são colaboradores contratados na região até a população de todo estado”, explica .
Segundo as equipes de campo, algumas famílias não tinham comprovante de endereço para fazer o cadastramento. “O problema não é a captação de água, porque tem em abundância na região, a questão maior é a conscientização”, lembrou Juliana.
Com 513 terceirizados e 265 colaboradores próprios, contratados no Amapá, as obras da CSA, até 2023, geraram 775 empregos diretos. Além disso, estão sendo realizados dois programas de formação: o Amapá Jovem e o Vem com a Gente, que visitam os bairros para os cadastros e divulgação dos benefícios do saneamento.
Em relação às Estações de Tratamento de Água, Lucas comentou que são 20 unidades no estado. Já sobre coleta de esgoto, o desafio é ainda maior, pois apenas dois municípios, dos 16, possuem tratamento de efluente. “Ainda estamos na fase de expandir o fornecimento de água, e a partir de 2025 iremos trabalhar com os de investimentos em esgoto”, explicou Lucas.
Nessa questão, Juliana lembrou que diversos bairros possuem moradias suspensas sobre palafitas nos rios. “Nas regiões das pontes, fazemos as ligações de forma suspensa, tirando o contato da rede com a água contaminada e do lixo acumulados no entorno das casas. Ainda estamos verificando cada caso, um a um, por isso há muitos desafios a serem enfrentados naquela região”.
Segundo o Grupo Aterpa, já foram investidos R$ 61 milhões em 2022, R$ 58 milhões em 2023 e, para os próximos cinco anos, os aportes podem chegar a R$ 2 bilhões com a expansão das obras para esgotos. O contrato de concessão da CSA tem duração de 35 anos e a expectativa de atendimento é de chegar a 200 mil famílias no Amapá.