SC: Novo destino para o carvão

Para não depender apenas da relação das chuvas com a demanda termelétrica, a Carbonífera Criciúma, que hoje vende 99% da produção à Usina Jorge Lacerda, da Tractebel, desenvolve inovações tecnológicas para a utilização do carvão mineral numa Estação de Tratamento de Efluentes (ETE).

Com 60 anos de atividades, a Carbonífera Criciúma se dedica a fornecer carvão energético conforme as determinações do Operador Nacional do Sistema e da Agência Nacional de Energia Elétrica. Ela possui 1,1 mil funcionários e produz 120 mil toneladas mensais de carvão, obtendo, no ano passado, R$ 100 milhões de faturamento, o que a posiciona como a maior carbonífera do país.

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Segundo o diretor administrativo e industrial, Alfredo Flávio Gazzolla, a empresa não para de crescer porque investe em tecnologia e desenvolve novos projetos, como a ETE, que pretende abrir um nicho de mercado importante para a saúde pública, com a correção da água cloacal.

– Desenvolvemos o projeto porque é fundamental tratar a água e os esgotos.

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E nada melhor do que utilizar o carvão para isso, como ocorre nos filtros de águas comuns. O passado do carvão podia ser vinculado à degradação, porque faltava conhecimento ambiental, mas o futuro é o inverso.

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O carvão contribuirá para a sustentabilidade quando passar a ser utilizado nas ETEs em escala industrial – aposta Gazzolla.

Detentora das maiores minas subterrâneas em funcionamento no Brasil, a Carbonífera Criciúma não sentiu a crise porque abasteceu os estoques da Usina Jorge Lacerda, produzindo mais do que o normal ao longo de 2009, em função das secas que reduziram a energia das usinas hidrelétricas.

– A mineração, segundo a Fundação Getúlio Vargas, gera 8,3 empregos para cada posto de trabalho nas minas. Portanto, se temos 1,1 mil colaborados, isso garante trabalho e renda para quase 9 mil pessoas. No Sul de SC, o setor tem uma importância social muito grande – destaca.

Ele ressalta que o projeto da Usina Termelétrica Sulcatarinense (Usitesc), com potência de 440 megawatts, o equivalente à metade da Jorge Lacerda, está em fase de licenciamento. Durante a construção, a obra vai gerar 5 mil empregos.
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Na usina, serão abertas 400 vagas.

– Além de investir todos os anos cerca de R$ 300 mil em recuperação das áreas degradadas, o que garante a sustentabilidade ambiental da área de nossa concessão, nos empolgamos também com o novo projeto da usina. Mas estamos à procura de parceiros para torná-la uma realidade.

Fonte: Estadão

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