Segundo centro olímpico ainda está em fase de terraplenagem

A prefeitura do Rio afirma que as obras das corredeiras artificiais para a canoagem são as mais complexas do cluster da Rio 2016

O segundo cluster olímpico da Rio 2016, em Deodoro (o primeiro é o Parque Olímpico na Barra da Tijuca), já está em obras desde julho. As execuções estão sendo feitas em dois contratos, e os trabalhos deverão ser entregues a partir do segundo semestre de 2015 até pouco antes do início dos Jogos.
 

O Complexo Esportivo de Deodoro será palco de 11 modalidades olímpicas (hipismo saltos, hipismo adestramento, concurso completo de equitação, BMX, mountain bike, pentatlo moderno, tiro esportivo, canoagem slalom, hóquei sobre grama, rúgbi e basquete) e quatro paralímpicas (tiro esportivo, futebol de 7, hipismo e esgrima).

A prefeitura afirma ter 60% das áreas de competição em Deodoro construídas – o terreno do segundo cluster fica numa vila militar do Exército e algumas edificações esportivas já existem -, envolvendo os seguintes equipamentos: centro de tiro, piscina do pentatlo moderno, centros de hipismo e hóquei sobre grama – mas todos precisam de adaptações. Para atender ao público, há melhorias sendo feitas em arquibancadas já existentes e também a implantação de assentos temporários e permanentes.

De acordo com a RioUrbe, Empresa Municipal de Urbanização do Rio de Janeiro, responsável pelas obras, a construção das corredeiras artificiais para as provas de canoagem representa a maior difilculdade do projeto. Elas simulam um rio com correnteza. O circuito de 250 m de extensão (mais 210 m para treinamento), que está na etapa de terraplenagem, ocupa área de 35.200 m², terá formato da letra “U” e contará com bombas para gerar o fluxo contínuo da água.

O Consórcio Complexo Deodoro, formado pela Queiroz Galvão e OAS, trabalha na chamada Região Norte (a linha férrea delimita a região), cujo valor da obra é de R$ 643 milhões.

Neste contrato incluem-se as obras do circuito de canoagem slalom, pista de mountain bike, pista de BMX, centro de tiro, arena de rúgbi e combinado do pentatlo moderno, Arena Deodoro (no local, ocorrerão as modalidades esgrima do pentatlo moderno e preliminares do basquete feminino), centro de hóquei sobre grama e piscina do pentatlo moderno.

O complexo ganhará três instalações permanentes: Arena Deodoro (com 5 mil lugares, sendo 2 mil permanentes e 3 mil temporários), pista de BMX e circuito de canoagem slalom. A pista de mountain bike e a arena de rúgbi e combinado do pentatlo moderno serão totalmente provisórias, de acordo com a prefeitura.

Pós-Jogos, o circuito de canoagem slalom e a pista de BMX farão parte do Parque Radical com 490 mil m² – que será o segundo maior da cidade, combinando centro olímpico de treinamento de atletas e lazer à população. A pista de BMX terá 7.500 lugares temporários. O circuito de canoagem slalom terá 8.500 lugares, também temporários.

A Arena Deodoro, que ficará como legado, será concebida em estrutura metálica, com vão de 66,50 m, ventilação natural e iluminação zenital.

As obras da chamada Região Sul, conduzidas pela IBEG Engenharia e Construções, no valor de R$ 157 milhões, envolvem o centro de hipismo, onde acontecerão as competições de cross country, saltos e adestramento. No local, será construída nova clínica veterinária e acomodações para tratadores e veterinários – três blocos de seis andares cada, 72 apartamentos no total, com 12 mil m² de área construída – que ficarão como legado.

De acordo com o gerente de obra da IBEG, Carlos Elísio, os trabalhos de fundação das três edificações já começaram. “Essa etapa do projeto deve levar mais tempo”, diz. A empresa também constrói o centro de tênis no Parque Olímpico da Barra da Tijuca.

O engenheiro civil explica que a pista de cross country do centro de hipismo já está sendo feita para atender a evento-teste a ser realizado no meio do ano que vem.

Legado

A RioUrbe enfatiza que as intervenções no complexo devem priorizar soluções simples e economicamente viáveis. “Os projetistas consideraram todos os elementos de projeto, de modo a obter um resultado inspirador, criativo e elegante, que forneça, simultaneamente, facilidade de montagem e qualidade, sem perder de vista a racionalidade dos custos e da viabilidade da obra”, ressalta o órgão em nota à revista O Empreiteiro. Destaca ainda que o padrão de obra deve assegurar o legado do projeto.

Atualmente, 1 mil operários trabalham nas obras do Complexo de Deodoro, mas a previsão é que no ano que vem aumente para 1,5 mil, com os trabalhos conduzidos 24 horas do dia. No geral, as obras estão em nível de terraplenagem e esta etapa deve terminar antes do início do período das chuvas, no final de 2014.

Fonte: Revista O Empreiteiro

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