Sem crescimento e sem reformas, não há blindagem anticrise

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Difícil acreditar, conforme insistem em dizer os arautos econômicos do governo, que o Brasil está blindado contra a crise que expôs as vulnerabilidades do mercado de crédito imobiliário nos Estados Unidos.

Claro que a situação, provocada pelo artificialismo de uma política gestada para favorecer os que vivem das benesses do mercado financeiro, não vai abalar, em profundidade, uma economia que até aqui tem comandado o mercado global. Mas, há turbulências. E, a globalização, não veio apenas para o bem; ela também facilita a fusão e transferências de males.

O jornalista Martin Wolf, do Financial Times, dá bem o cenário em que as dificuldades começam a aparecer, quando a edificação econômica não se assenta em fundações profundas.

O mercado financeiro age livre e solto; abre facilidades excessivas para o crédito; escancara as portas para a acumulação dos lucros dos insiders mediante fornecimento de informações privilegiadas, e os favorecidos se esquecem de que, um dia, a casa pode cair.

E, quando cai, acontece o que sucedeu com um dos maiores fundos de investimentos imobiliários dos Estados Unidos, que perdeu US$ 40 milhões com hipotecas e cujo prejuízo pode chegar a US$ 290 milhões. Por sorte, os Bancos Centrais estão aí para segurar o descalabro.

Mas, até quando? Por isso, não chega a causar perplexidade (nada mais causa espanto nesse governo), mas provoca preocupação, a mensagem otimista que é passada aos brasileiros, quando o presidente da República diz que o País está ancorado na solidez das reservas internacionais, hoje da ordem de US$ 160 bilhões.

No contraponto do otimismo, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, procura nadar em águas internacionais. Afirma que “poderá haver uma desaceleração da economia mundial, e poderá haver uma alteração no preço dos commodities”, restringido, no entanto, os possíveis riscos, a “movimentos de curto prazo”, embora deixe implícito que “estamos todos no mesmo barco”.

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O problema é que, se estamos todos no mesmo barco, os coletes salva-vidas talvez não sejam suficientes para todos, sobretudo, os emergentes.
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É extremamente positivo o volume de reservas internacionais do País. Mais positivo ainda, se internamente, ele estivesse fortalecido a partir do incremento de suas atividades produtivas – e não as especulativas – em todos os segmentos.

E se o governo tivesse um planejamento de médio e longo prazo como parâmetro para o seu crescimento sustentado. Contudo, não é isso o que acontece.

Um governo que precisa desenvolver negociações de bastidores como as que ocorreram na Câmara dos Deputados, para a aprovação da CPMF, o imposto do cheque, nascido com um objetivo e desviado sistematicamente de seus fins, sendo utilizado até para pagamento de juros; que insiste em ter como aliados, políticos que andam pulando na corda bomba das denúncias de corrupção e que vêm trabalhando para inserir na reforma tributária mecanismos que podem consagrar o desvirtuamento da Cide-Combustível, possivelmente não tenha como demonstrar, na prática, a blindagem do País contra a insegurança provocada por crise econômica externa. Outros exemplos internos de que há buracos nessa blindagem são os apagãos na malha rodoviária, na energia, nos aeroportos, portos, na segurança pública. na saúde e na educação.

Portanto, quando o governo diz que “quem tem um colchão de US$ 160 bilhões pode ficar tranqüilo”, não dá para confiar. A globalização, ao lado de mudanças consideravelmente positivas, tem deixado o Brasil, e todos os demais países, expostos a chuvas e trovoadas.
Fonte: Estadão


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