Augusto Diniz – Tatuí (SP)
Amarca chinesa Shacman se prepara para fincar os pés de vez no Brasil. A sua fábrica tem previsão inicial de começar a operar em agosto, na cidade de Tatuí, no interior de São Paulo. Ainda em 2013, a estatal chinesa pretende produzir 500 caminhões pesados e extrapesados na nova planta.
A Shacman chegou ao Brasil por intermédio de uma joint venture com a Metroeuropa, construtora com atuação há mais de 10 anos na área de infraestrutura em Angola e cujo principal sócio é o brasileiro Reinaldo Reis Vieira. Foi no país africano que a companhia teve contato com as máquinas chinesas e decidiu trazê-las para o Brasil. As condições adversas enfrentadas pelos veículos chineses nas obras da Metroeuropa foram o grande teste.
Diretor Reinaldo Maluta Vieira
A operação em território nacional, com o nome de Metro-Shacman, começou há cerca de um ano, com a importação de caminhões – até hoje, foram mais de 200 caminhões vendidos. Quando aportaram no Brasil a ideia era a abertura de uma fábrica em Pernambuco, inclusive com apoio do governo do estado, mas por falta de cumprimento de acordo local decidiu-se transferir a unidade fabril para São Paulo.
“Tínhamos previsão de trabalhar um pouco mais de tempo com a importação. Mas a alta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e os impostos já conhecidos, como o ICMS, fez com que adiantássemos a criação da fábrica”, explica Reinaldo Maluta Vieira, diretor de marketing da empresa. “Hoje o foco é este. Com a fábrica, abre-se a possibilidade de o comprador obter o caminhão pelo Finame, com juros bastante atraentes”.
Atualmente, mais de 70% dos caminhões no País são vendidos através do Finame, a linha de crédito do BNDES para financiamento de máquinas e equipamentos às empresas. “Assim, vamos nos tornar mais competitivos”, complementa o executivo.
O total investido na instalação da unidade no Brasil é de R$ 100 milhões. A planta em Tatuí já terminou as obras civis, a cargo da construtora RCM, e agora começa a montagem eletromecânica. A linha de montagem terá 55 mil m².
Para montagem dos caminhões, o chassi e a cabine virão da China. O restante dos componentes será fornecido por marcas globais com fábricas em território nacional, como a Cummins, que também dará assistência técnica dos motores dos caminhões da Shacman em sua extensa rede no País.
A partir do segundo semestre, com a fábrica, serão comercializados no mercado brasileiro cinco modelos da marca, concentrados em caminhões com seis eixos e tração em quatro rodas, e quatro eixos e tração em duas rodas. Os motores variarão de 385 cv a 440 cv.
A fábrica deve inicialmente gerar 100 empregos. No ano que vem, a previsão é produzir 1.500 caminhões. Em 2017, a produção deve alcançar 35 mil unidades.
Paralelamente à conclusão da fábrica, a empresa busca em ritmo acelerado a formação da rede de concessionárias em todo o Brasil – pelo menos 20 já foram criadas ou estão em fase final de negociação. “É importante para que a assistência pós-venda ao comprador seja eficiente. Temos muita preocupação com isso”, menciona Reinaldo.
A Metro-Schacman é distribuidora da marca Schacman em todos os países integrantes do Mercosul. Na China, a empresa estatal Schacman produz, além de caminhões, veículos comerciais, utilitários, ônibus e máquinas de construção. Os representantes brasileiros têm planos de trazer outras linhas de produtos da Schacman para o País.
Fonte: Padrão