Sotreq aposta no crescimento das construtoras do Nordeste

Novo distribuidor da Caterpillar na região investeR$ 15 milhões na melhoria da rede local

Augusto Diniz

ASotreq, maior revendedor de máquinas da Caterpillar no Brasil, crê no desenvolvimento das construtoras do Nordeste de portes médio e pequeno para expandir seus negócios na região de maior crescimento econômico no País. “Elas estão cada vez mais preocupadas com custo total do equipamento, da manutenção, da revenda e da produtividade”, afirma Renato Pimentel, diretor da empresa.

De acordo com o executivo, essas construtoras precisam se equipar para participar do cada vez mais competitivo mercado de construção nordestino. Muitas delas estão trabalhando em atividades influenciadas diretamente pelo aumento de consumo da população, como as indústrias de bens e o comércio.

No final do ano passado, a Sotreq adquiriu a Marcosa, que por mais de 60 anos representou a multinacional americana no Nordeste. Por conta disso, o ativo da Sotreq teve crescimento de 30% na área de construção. O novo dealer da Caterpillar na região agora investe pelo menos R$ 15 milhões na melhoria da rede de filiais na localidade do antigo revendedor.

“Vamos atuar na região dando autonomia aos gerentes regionais. Isso facilitará nossa operação”, explica o executivo. O processo de incorporação da Marcosa ainda está em andamento. A Sotreq já atuava nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte. No Sul, a Caterpillar continua sendo representada pela Pesa.

Renato Pimentel, diretorda empresa, destaca aimportância de ter “volumede negócios” no setor demáquinas

A compra da Marcosa fez a Sotreq aumentar em mais 16 filiais a sua rede, que passa a contar agora 59 filiais. Cerca de 800 colaboradores foram também incorporados à Sotreq e a empresa passa a ter 5.515 funcionários.

Sobre o movimento de aquisições e fusões no mercado de máquinas de construção, cuja ação a Sotreq passou a ser um exemplo, Renato Pimentel avalia que hoje “ter volume de negócios é crítico para fazer os investimentos necessários”. Isso justifica, segundo ele, essas operações no setor.

A revendedora estima crescimento de 7% em 2013, e mais um incremento de expansão esperado de 20% devido à aquisição da Marcuse e à venda de máquinas da Bucyrus.

A Caterpillar assumiu a americana Bucyrus, de máquinas de mineração, há dois anos e desde o final de 2012 a Sotreq vende a linha da marca no Brasil, já com o nome de Caterpillar. A venda de máquinas da Bucyrus representa acréscimo de 30% a 35% dos negócios da unidade de mineração da Sotreq.

Sobre as expectativas ainda para este ano, Renato Pimentel revela que o “momento é difícil”. Mas confia no enorme potencial de desenvolvimento do País para apostar no sucesso nos investimentos recentes do grupo. “Em longo prazo teremos crescimento”, complementa.

Centro de remanufatura

A Sotreq irá construir em Benevides, região metropolitana de Belém (PA), um Centro de Remanufatura de Componentes. O investimento no projeto é de R$ 80 milhões e o empreendimento deve ficar pronto até 2015.

A unidade ocupará área total de 160 mil m², com área construída de 25 mil m². Atualmente, o terreno está com serviços de terraplenagem em andamento. A empresa ainda não selecionou as construtoras do projeto.

O dealer da multinacional americana já possui um Centro de Remanufatura em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Lá, a empresa refaz componentes ou subcomponentes, inserindo inovações tecnológicas da Caterpillar no equipamento. A prática garante mais vida útil à frota de máquinas da marca. Os serviços de remanufatura incluem motores, transmissões, comandos, diferenciais, cilindros hidráulicos e bombas.

“Será uma centro maior do que o de Contagem”, afirma Renato Pimentel. Outros investimentos no Brasil estão em andamento pela empresa.

Recentemente, ela aplicou R$ 10 milhões em treinamento operacional em Contagem. “Precisamos qualificar a mão de obra”, ressalta.

Uma nova filial foi aberta em Manaus. “A região tem um mercado de construção crescente, assim como os setores de energia e marítimo”, explica Renato.

Até 2014, a Sotreq terá uma nova filial em Goiânia (GO). A de Macaé (RJ) está em reforma e a de Cuiabá (MT) foi aberta recentemente em novo endereço.

Já em São Gonçalo do Rio Abaixo (MG) e Vitória do Xingu (PA) serão abertas novas filiais. Trata-se de cidades-base de grandes projetos no País. No caso de São Gonçalo, encontram-se iniciativas de exploração de minério. Já em Vitória do Xingu, o projeto em andamento é a construção da Hidrelétrica de Belo Monte. “Locais com máquinas que enfrentam muitas horas de uso exige filial”, explica Renato.

A Sotreq já teve filial em Tucuruí (PA) quando da construção da hidrelétrica. A empresa mantém filiais para atender grandes projetos de mineração em Minas Gerais (caso da filial de Itabira) e Pará (Parauapebas).

No total, serão gastos R$ 120 milhões em reformas, ampliações e novas filiais.

Fonte: Revista O Empreiteiro

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