Principal produtora de celulose do mundo, a Suzano informa que elevou em R$ 2,9 bilhões (15%) a previsão de investimentos no Projeto Cerrado, uma nova fábrica de celulose em construção no Mato Grosso do Sul, saltando de R$ 19,3 bilhões para R$ 22,2 bilhões.
De acordo com a Suzano, do total de investimentos, R$ 15,9 bilhões referem-se aos aportes de capital industrial e R$ 6,3 bilhões são relativos a “investimentos florestais, logísticos e outros”. Ampliar a verticalização da companhia é um dos motivos de elevar os aportes do projeto.
Passar a controlar ativos responde por R$ 1,3 bilhão do acréscimo no orçamento do projeto, revelou ao Valor o diretor de Finanças, Relações com Investidores e Jurídico da companhia, Marcelo Bacci. “Isso vale para planta química, vagões, casas para moradia dos trabalhadores. Chegamos à conclusão de que é mais vantajoso construir esses ativos do que comprar, o que traz competitividade adicional.”
No programa de investimentos, a nova estimativa considera também fatores como correção monetária de contratos pela inflação e investimentos adicionais para maior eficiência da planta e diminuição de riscos operacionais, como planta química de ácido sulfúrico e material rodante para escoamento da produção, segundo fato relevante.
Prevista para entrar em operação no segundo semestre de 2024, a nova fábrica de Ribas do Rio Pardo (MS) – que será a unidade mais competitiva da Suzano –, vai produzir 2,55 milhões de toneladas de celulose de eucalipto por ano. Os investimentos vêm sendo feitos desde 2021, sendo que o projeto já atingiu 57% de progresso físico e 43%, do financeiro.
De acordo com a Agência Reuters, a empresa estima que a partir da conclusão da curva de aprendizagem da nova fábrica, o custo caixa de produção de celulose seja de cerca de R$ 500 por tonelada, sem incluir paradas programadas para manutenção. Esse valor deve diminuir para aproximadamente R$ 400 a tonelada a partir do segundo ciclo florestal – prazo característico de plantios de eucalipto para a produção de celulose de fibra curta branqueada – contando do início da operação da fábrica.