Ao longo do tempo, a energia tem assumido uma posição estratégica no desenvolvimento econômico dos países, sendo o insumo essencial para qualquer realização humana. Nesse contexto, a necessidade de fontes de energia renovável torna-se cada vez mais urgente, no processo de maximizar ganhos energéticos, mas mitigar o desperdício de energia a favor da sustentabilidade ambiental, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e promovendo um futuro energético mais limpo e eficiente.
O Brasil já se tornou uma referência internacional em energia limpa e geração de energia renovável. Esse avanço está vinculado à medida provisória assinada pelo Governo Federal, que integra o portfólio do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Serão R$ 200 bilhões até 2028, como projeção de investimentos no setor de energias renováveis, somando projetos de novos combustíveis, biomassa e outras formas de geração de energia limpa.
Uma das iniciativas é o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas (Proinfa), que tem o objetivo de aumentar a participação de fontes renováveis, como Pequenas Centrais Hidrelétricas, usinas eólicas e térmicas a biomassa, na produção de energia elétrica.
Além dos procedimentos de aprovação necessários e da determinação das áreas utilizáveis para a energia eólica terrestre, as fases complexas, multilaterais e demoradas de projeto, planejamento, solicitação e construção dos parques eólicos desempenham um papel essencial na implementação da meta desejada.
O mapa seguinte ilustra as principais fontes de insumo para a geração de hidrogênio de baixo carbono no país, baseado na Empresa de Pesquisa Energética – EPE.
Outro destaque é a produção subsidiada de novas unidades imobiliárias do Minha Casa, Minha Vida em áreas urbanas, onde as concessionárias e permissionárias de serviço público de distribuição de energia elétrica estão implantando e custeando a infraestrutura de distribuição de energia elétrica nestas unidades habitacionais de forma que o projeto armazene energia e devolva para a distribuição em outras residências próximas.
Análise de incidência solar em loteamentos de casas. Fonte( O poder dos SIG ao serviço da Energia Solar (arcgis.com), ESRI 2023)
Dependendo das características do terreno, como inclinação e o contexto dos objetos presentes no local, o cálculo da radiação solar em áreas urbanas exige dados e algoritmos em 3D. Ao integrar a radiação difusa, direta e indireta, um SIG 3D possibilita a determinação da quantidade de energia recebida em um ponto ou superfície específicos (em Wh/m²) para uma data e hora definidas.
Análise de energia solar — como funciona?. Fonte( O poder dos SIG ao serviço da Energia Solar (arcgis.com), ESRI 2023)
Essas análises são frequentemente apresentadas na forma de um cadastro solar, sendo especialmente úteis para municípios, aglomerações ou departamentos. Esse cadastro oferece aos cidadãos informações sobre o potencial solar e a quantidade de energia recebida em suas localidades.
Com isso como base, as equipes de projeto podem explorar diferentes opções e avaliar onde é mais eficiente integrar painéis solares no telhado e/ou fachada para maximizar o rendimento energético. Esses insights também podem ser utilizados para otimizar a localização, orientação e forma de um edifício, visando uma exposição solar ideal. Essa ferramenta poderosa não só auxilia os arquitetos a reduzir a pegada de carbono de um projeto, mas também alivia a pressão sobre as demais partes interessadas, que estão lidando com a crise energética global.
A gestão de ativos na área de energia é uma das áreas que mais têm se beneficiado dessa inovação. O SIG (Sistema de Informações Geográficas) e o BIM (Building Information Modeling) são ferramentas valiosas para a avaliação e desenvolvimento da utilização de recursos energéticos renováveis em regiões extensas. O SIG é especialmente adequado para analisar as variabilidades espaciais dos recursos, além de resolver problemas de gestão e planejamento de programas de instalação de sistemas descentralizados, que são caracterizados por uma grande dispersão espacial. Já o BIM, ao integrar informações detalhadas sobre as características construtivas e operacionais dos projetos, complementa o SIG ao fornecer um modelo preciso de infraestrutura e instalações.
Essas tecnologias, quando usadas em conjunto, tem como objetivo encurtar consideravelmente as fases desde o design até a realização dos parques eólicos, criando uma ligação (modelo de ligação) entre a Modelagem da Informação da Construção (BIM) e o Sistema de Informações Geográficas (GIS).
O AVANÇO DE PROJETOS DE ENERGIA RENOVÁVEL COM IOT
A partir da integração dessas informações, a capacidade de monitoramento em tempo real, manutenção preditiva e integração com tecnologias emergentes como gêmeos digitais, cria uma nova Era na gestão inteligente de ativos para o setor de energia. Nesta etapa, estamos falando de IoT: a Internet das Coisas, ou do inglês Internet of Things.
Fato é que o futuro do setor dependerá da capacidade de adotar e integrar essas inovações para garantir uma transição energética sustentável e eficiente. O conceito de IoT refere-se à interconexão de dispositivos físicosatravés da internet, permitindo a coleta, transmissão e análise de dados em tempo real.
O futuro da IoT na gestão de ativos de energia é promissor. À medida que a tecnologia continua a evoluir, espera-se que os custos de implementação diminuam e que novas soluções sejam desenvolvidas para enfrentar os desafios do setor. O avanço na inteligência artificial (IA) e no machine learning permitirá que as plataformas IoT se tornem ainda mais autônomas, tomando decisões de manutenção e operação de forma automatizada.