Tramo 1 em fase final

Compartilhe esse conteúdo

Enquanto aguarda a liberação de recursos do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) para retomar as obras do tramo 2 do metrô de Salvador – a previsão era de que o convênio de inclusão do projeto fosse assinado ainda em outubro de 2007 -, a Companhia de Transporte de Salvador (CTS), da prefeitura de Salvador, responsável pela implantação do empreendimento, dá continuidade às obras do tramo 1, com 11 frentes de serviço distribuídas na execução das estações Lapa, Campo da Pólvora, Brotas, Bonocô e Acesso Norte, túnel e poços de ventilação, elevados Fonte Nova, Acesso Norte e Bonocô 1, 2 e 3, túnel e poços de ventilação e pátio auxiliar de manutenção.
Atualmente, há 1.300 funcionários no conjunto de obras, que receberam, em 2007, R$ 70,8 milhões de recursos.

Os trabalhos decorrem de uma parceria entre o governo federal, o Estado da Bahia, a prefeitura de Salvador e o Banco Mundial (Bird). Seu inicio se deu em janeiro de 2000, correspondendo à então denominada primeira etapa – trecho Lapa-Pirajá da Linha Norte-Sul, com 12 km de extensão e prazo de implantação de 40 meses. “A conclusão desta etapa, nas condições normais, terminaria em maio de 2003, mas pela descontinuidade no aporte de recursos, a obra sofreu diversas retrações com redução de avanço e paralisação de diversas frentes de serviço”, conta Jackson Cerqueira, diretor administrativo-financeiro da CTS.

No final de 2005, foi assinado um convênio entre os três governos, com a garantia de repasse de recursos. Com isso, a primeira etapa foi redimensionada, sendo dividida em dois tramos: tramo 1 – trecho Lapa / Acesso Norte, com 6,6 km, e tramo 2 – trecho Acesso Norte / Pirajá, com 5,4 km, sendo que o convênio contemplou somente o primeiro.

Ritmo acelerado

A fase atual do tramo 1 compreende a implantação de 6,6 km de ligação entre as estações Lapa e Acesso Norte, sendo 1.500 m em via subterrânea, 4.400m em via elevada e 1.700 m em superfície, com previsão de conclusão em agosto de 2008. “O andamento das obras está em ritmo acelerado”, informa José Hamilton Bastos, diretor de Obras da CTS. A Estação Lapa está com 75% de avanço físico; a Estação Campo da Pólvora com 96%; a Estação Brotas, com 70%; a Estação Bonocô, em fase mais inicial, tem 17% de avanço físico; e a Estação Acesso Norte apresenta 85% concluídos. Os elevados Bonocô 2 e 3 estão 80% prontos e os demais, com 98% finalizados.

O túnel e os poços de ventilação estão em fase de conclusão, com 96% de avanço. Já o principal trecho em superfície, com cerca de 550 m, teve os serviços paralisados devido ao período chuvoso. “Eles serão retomados a partir da segunda quinzena de outubro deste ano e sua conclusão está prevista para fevereiro de 2008”, explica Bastos.

Dificuldades

Ao longo dos 6,6 km do tramo 1 não havia projeto executivo aprovado referente a 2,6 km, o que representava 40% em extensão. Nos demais 4 km, de acordo com a direção da CTS, as obras estavam parcialmente executadas e as metodologias executivas dominadas, não representando risco para o cumprimento do prazo de conclusão. Ao longo dos 2,6 km estão incluídos trechos elevado e em superfície. “Naturalmente, como o trecho elevado apresentava o segmento maior em extensão e complexidade (interdependência entre as etapas executivas), seu projeto e seu planejamento executivo foram priorizados”, esclarece José Hamilton Bastos.

A seqüência executiva foi estabelecida da seguinte forma: fundações – blocos – pilares – travessas – vigas longarinas – transversinas – laje – complementos. “Ou seja, cada etapa depende do andamento da anterior, e dentre todas, as mais críticas são as fundações e a fabricação e o lançamento das vigas longarinas”, destaca.

Com relação às fundações, a ocorrência de interferências não detectadas nas sondagens preliminares, aliada à improdutividade dos equipamentos, mostrou que a rapidez prevista não estava sendo alcançada e as fundações pelo processo mais tradicional, com tubulões, estava sendo mais eficaz e mais rápido. “Portanto, as equipes de tubulão a ar comprimido foram incrementadas e o prazo que estava ficando atrasado foi novamente atingido”, afirma Bastos.

A execução dos elevados estava prevista pelo ataque simultâneo em duas frentes distintas, com dois canteiros para fabricação das vigas pré-moldadas. Se uma das frentes andasse mais rápido, a outra poderia servir de apoio. “O problema inicial apareceu quando foi constatada a impossibilidade de implantação de um dos pátios para fabricação das vigas, e como sua localização era fundamental para o sincronismo com o lançamento, optou-se por somente um pátio com pequena ampliação de área, acréscimo de berços de fabricação e fôrmas metálicas. Desta forma foi possível superar os obstáculos”, explica.

Como um só canteiro, a área de estoque ficou menor do que a idealizada e os lançamentos tiveram de ser realizados com espaçamento de tempo menor para dar saída nas vigas para liberação de frente para fabricação. Bastos conta: “No início foi um pouco complicado, porque era efetuado durante as madrugadas, com todo o aparato de desvios de tráfego em toda a avenida ao longo dos elevados, translado de dois guindastes (250 t cada) e quatro carretas com dole para transporte das vigas (4 por vão por lançamento por dia)”.

Retomada

“Os serviços do tramo 2 foram executados parcialmente de 2000 a 2005 e paralisados em julho de 2005, em função da assinatura do convênio para o tramo 1”, informa Carlos Chamadoira, diretor de Planejamento da CTS. Este tramo complementa o trecho inicial entre as estações Acesso Norte e Pira

já e terá 4,4 km de extensão, três estações – Retiro, Bom Juá (as duas executadas parcialmente) e Pirajá (ainda não iniciada), oito elevados, o túnel da Mata Escura, duas subestações retificadoras e complexo de manutenção, com área de 190 mil m2. Há ainda trecho em superfície (com terraplenagem executada parcialmente) e via permanente e sistema de energia que ainda não foram iniciados.

Para Bastos, os principais obstáculos previstos e que estão recebendo preparo especial para a execução desta fase da obra serão o complexo de manutenção, pela magnitude e prazo estimado de 18 a 24 meses, e o trecho no entorno da Estação Retiro, que é atravessado por região de solo compressível e com aterro da ordem de 10 m.

Fonte: Estadão


Compartilhe esse conteúdo

Deixe um comentário