A execução de um conjunto de obras subterrâneas para segregar o trânsito de pedestres e de veículos da célebre Opera House de Sydney, na Austrália, foi um dos projetos de relevo do Congresso Mundial de Túneis. Os autores do trabalho, apresentado em sessão técnica, segunda-feira, 12, são Nik Sokol, Mark Adams e Seth Pollak, da construtora Arup; Greg McTaggart, da Opera House; e Ben Clarke, da John Holland, a empreiteira líder do projeto.
Orçado em R$ 310 milhões, o projeto VAPS (The Vehicle Access and Pedestrian Safety Project), iniciado em 2011 e em fase final, estabelece a execução de túnel rodoviário, túneis de acesso e doca de carga, entre outros serviços. É uma estrutura sob a Opera House, que permite o tráfego e a carga e descarga de veículos de grande porte, como caminhões.
A Opera House de Sydney é um ícone da arquitetura mundial, inaugurada com pompa em 1973, após 14 anos de obras. O projeto é do arquiteto dinamarquês Jørn Utzon (1918-2008), que foi o vencedor, em 1957, do concurso internacional lançado para a criação de uma casa de ópera no chamado Bennelong Point, um promontório na baía de Sydney, junto do mar. A edificação, reconhecida pela arrojada composição com estruturas em forma de concha, seria incluída, em 2007, na lista de Patrimônio Mundial pela Unesco.
Portanto, um projeto que envolvesse escavações sob o edifício icônico, sem prejudicar a estrutura e sem interromper e interferir na programação cultural regular (mais de 8 milhões de pessoas visitam o local, anualmente), deveria ser tratado com cuidados rigorosos. E assim foi feito, com o desenvolvimento de um programa específico de monitoramento e instrumentação do sítio e dos trabalhos, com o auxílio, entre outros equipamentos e processos, de seis inclinômetros, dois extensômetros e 200 pontos de monitoramento do edifício e da superfície. O resultado foi interferência mínima na estrutura geral, com um recalque que girou normalmente entre 3 mm e 5 mm e chegou a 15 mm, em momentos de elevado calor.
Fonte: Revista O Empreiteiro