Uma questão de ovos e de cesto(s).

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“Espanha, Espanha, Espanha!”

Foi desta forma que, em 2005, bem no início da actual legislatura, o primeiro-ministro elegeu as “três primeiras prioridades” para a sua política económica externa. Uma concentração total no país vizinho. E, nesse sentido, foi criado um programa específico de capital de risco para o mercado espanhol; foi criada uma rede de suporte aos empresários portugueses em Espanha; foi concedido apoio a acções individuais de PME; e foi feita a promoção de acções colectivas em parceria com associações empresariais. O objectivo, segundo José Sócrates era “tratar o mercado como se fosse Portugal. É dos países grandes da Europa o que mais está a crescer”.

. E era mesmo: um crescimento médio anual de mais de 3.5% entre 2000 e 2005. mas, assente, essencialmente, no investimento em construção e na expansão do crédito imobiliário. Sucede que, no Verão de 2007, rebentou a bolha do crédito hipotecário americano que originaria a crise do subprime e levaria à profunda crise económica global que atravessamos.

Naturalmente, depois dos EUA (país onde rebentou a crise), as economias mais afectadas seriam as que maior exposição tivessem ao sector imobiliário. Onde, na Europa, entre outros países (Islândia, Irlanda, Reino Unido.), sobressaía a Espanha. E assim é: depois de uma travagem a fundo em 2008 (crescimento de 1.1% com recessão na segunda metade do ano, contra 3.7% em 2007), a economia espanhola deverá registar, em 2009, a maior recessão em, pelo menos, 50 anos (um crescimento de -2%, de acordo com as recentes projecções da Comissão Europeia); ao mesmo tempo, também segundo a Comissão Europeia, o desemprego deverá disparar, em 2009, para mais de 16% da população activa (11.3% em 2008, 8.3% em 2007), podendo aproximar-se de 20% (!) em 2010.

Sendo Espanha o maior parceiro comercial de Portugal (27% das exportações portuguesas, ou cerca de ?

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10 mil milhões, destinam-se ao país vizinho), era fatal que o nosso país fosse afectado em grande escala: depois de em 2007 as exportações lusas para a economia espanhola terem crescido 12.
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5%, em 2008, até Outubro, cresceram.
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0.7%. E pior deverá ainda suceder em 2009. Além disso, Espanha é o terceiro maior comprador de serviços turísticos em Portugal e um dos principais investidores estrangeiros no nosso país.

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Assim, não espantou que as receitas provenientes do turismo estrangeiro tenham crescido apenas 2.
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2% nos primeiros onze meses de 2008 contra 10.

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8% em 2007 (com uma evolução das receitas provenientes de turistas espanhóis de 1.4% e 11.6%, respectivamente), sendo muito provável que a situação piore em 2009 e 2010; nem surpreendeu que o investimento directo estrangeiro proveniente do país vizinho tivesse caído, nos onze primeiros meses de 2008, cerca de 60% (!) face ao ano anterior (?500 milhões contra 1.2 mil milhões).

Ora, é inegável que Espanha e Portugal estão condenados, até pela proximidade geográfica, a terem relações económicas cada vez mais intensas – e não tenho dúvidas de que isso é (e será) benéfico para ambos os países. Mas isso não significa ignorar todos os outros mercados e apostar unicamente no país vizinho, o que criaria uma nociva extrema dependência e não diversificaria o risco – precisamente o contrário do que mandam os livros. E diversificar o risco significa, neste caso, apostar em mercados ainda longe da saturação. Como é o caso de Angola, Singapura e Brasil, os três exemplos a seguir referidos que, a avaliar quer pelo dinamismo, quer pelo peso que já representam para as exportações portuguesas, constituem significativas apostas dos nossos empresários.
Vejamos.

Em 2008 (até Outubro), Angola já foi o quarto (!) maior destino das nossas exportações, com 6.3% do total, logo atrás de Espanha, Alemanha e França; desde 2000, o crescimento médio anual das exportações portuguesas para a economia angolana foi superior a 25%.

As vendas de produtos portugueses para Singapura cresceram, nos primeiros 10 meses de 2008, 20% em termos homólogos (e mais de 60% em média anual desde 2000), tendo já representado 2.4% do total (0.4% em 2000). Mesmo considerando que Singapura serve como entreposto comercial (ponto de distribuição) para o sudeste asiático, não deixa de ser um caso que regista desde há vários anos uma evolução muito positiva e que, por isso, merece toda a atenção.

Finalmente, ainda que com menor expressão, as exportações portuguesas para o Brasil já atingiram, entre Janeiro e Outubro de 2008, cerca de 1% do total, tendo aumentado 26% em termos homólogos.

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Em 2004, o peso era metade e, desde então, o crescimento médio anual rondou 25%.
Eis como, com os tradicionais parceiros comerciais de Portugal – como a União Europeia e os EUA – em profunda crise, a aposta noutros mercados, com elevado dinamismo e potencial de crescimento, e com grandes afinidades com o nosso país (como é o caso de Angola e do Brasil) rende frutos.

Quem tiver seguido à risca o conselho de José Sócrates em 2005 estará, certamente, a passar por grandes dificuldades nesta altura – mas quem, acertadamente, não tiver colocado os ovos todos no mesmo cesto, diversificando para mercados menos tradicionais, até poderá não se estar a dar mal. E até poderá explicar ao primeiro-ministro por que razão uma aposta num só mercado tem tudo para não dar certo…

Fonte: Estadão


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