O governo federal anunciou um novo aeroporto na Região Metropolitana de São Paulo. Embora ainda não tenha local definido, o novo aeródromo está criado oficialmente pelo governo federal, com a publicação, na edição de sexta-feira do Diário Oficial da União, do despacho que inclui o projeto no Plano Nacional de Desestatização (PND). A idéia é que o terceiro aeroporto, que vai integrar o sistema aeroportuário paulistano e nacional, junto com Congonhas e Guarulhos (Cumbica), não se localize em uma cidade onde já haja um terminal de grande porte.
Itapecerica da Serra, Franco da Rocha, Ferraz de Vasconcelos, Mogi das Cruzes e Jundiaí são alguns dos municípios que foram apontados recentemente como fortes candidatos a receber o empreendimento.
A dimensão do negócio mexe com imaginário dos 39 municípios da grande São Paulo, que estão de olho nos investimentos para implantação do novo aeroporto, estimados inicialmente em mais de R$ 5 bilhões. Alguns prefeitos desses municípios já teriam, inclusive, encomendado estudos de viabilização do projeto dentro dos seus territórios e aguardam a chance de que possam apresentá-los às autoridades locais e federais como comprovação de alternativa viável.
“O local não está escolhido”, disse o ministro Nelson Jobim (Defesa), em declarações feitas no interior de São Paulo. Mas fonte próxima aos estudos informou à Gazeta Mercantil que o governo federal, inclusive, já prospectou alguns locais aptos a receber o empreendimento. Mas que decidiu manter as alternativas sob absoluto sigilo, por haver o temor que a divulgação da relação provoque uma corrida imobiliária especulativa e isso contribua para inviabilizar a alternativa mais adequada. “Se falarmos em local, os preços triplicam”, confirmou Jobim.
O ministro afirmou que a concessão privada para operação de Galeão e Viracopos, e para construção do terceiro aeroporto de São Paulo, “é uma coisa de envergadura, mas de mais longo prazo – uma previsão para que possamos ter uma da infra-estrutura aeroportuária brasileira compatível com o Brasil de daqui a 20 anos”. Na quarta-feira da semana passada, o terminal de Viracopos (Campinas, SP) também foi incluído no PND, junto com o Galeão (RJ). Os estudos e possíveis modelos de privatização dos aeroportos estão sob responsabilidade da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e coordenação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Todas as análises sobre esses dois aeroportos devem ficar prontas em janeiro de 2009 e o edital do leilão ser lançado no segundo semestre. A Anac será o órgão encarregado pelo Conselho Nacional de Desestatização pelo processo de privatização.