A Vale emitiu nesta terça-feira (8) bônus com vencimento em dez anos no valor de US$ 1 bilhão, informou a empresa. Os papéis serão negociados no mercado de capitais internacional e a emissão foi feita através da subsidiária Vale Overseas.
A empresa não detalhou qual será o destino do dinheiro captado, dizendo apenas que “utilizará os recursos líquidos dessa oferta para propósitos corporativos em geral”.
Os bônus vencem em setembro de 2019 e pagarão ao investidor retorno de 5,727% ao ano, de acordo com a Vale. Os papéis têm classificação Baa2 pela Moody’s, BBB+ pela Standard & Poor’s e BBB pela Fitch, todas dentro do chamado “grau de investimento”, que denota investimentos considerados seguros.
Segundo a empresa, os bônus são obrigações não garantidas pela Vale Overseas e têm garantia completa e incondicional da Vale.
Destino
O analista da corretora SLW Pedro Galdi avaliou que o volume da emissão é expressivo, mas que não deve ser utilizado para aquisições de grande porte, já que o período ainda é de incertezas.
“Nesse momento pode até fazer uma aquisição de pequeno ou médio porte, mas não sei se faria isso. Ainda existe muita incerteza no mercado em relação à demanda por minério”, disse Galdi referindo-se ao principal produto da empresa.
A Vale, assim como outras mineradoras, não conseguiu fechar o preço do minério com o seu principal cliente, a China, e teve que reduzir o valor do produto entre 28,8% (minério fino) e 44,47% (granulado) para os demais clientes por conta da queda de demanda. A queda do preço das pelotas foi de 48,3%.
Recentemente, a empresa investiu 965 milhões de euros para aumentar a participação na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), projeto em parceira com a alemã Thyssenkrupp, no Rio de Janeiro.
“Muitas empresas estão tentando baratear e alongar suas dívidas”, explicou Galdi. Para o analista do Banco do Brasil Antonio Emilio Ruiz, o objetivo pode ser aumentar a diversificação de produtos, comprando pequenas operações de carvão ou cobre, por exemplo, ou mesmo apenas garantir mais folga no caixa.
“Pode ser conservadorismo, se proteger para o caso de uma geração de caixa menor”, disse Ruiz.
Fonte: Estadão