A Celulose Riograndense investiu mais de R$ 5 bilhões na expansão de sua fábrica na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS), iniciada em outubro de 2013 e finalizada no ano passado. Neste período, foram contratadas mais de 600 empresas, fornecedoras de serviços e insumos, e gerados mais de 9 mil postos de trabalho diretos.
Para a Metso, o contrato foi o de fornecimento, instalação e comissionamento de 1.740 válvulas e um sistema de gestão com 600 malhas de controle. Detalhe: 90% das válvulas foram montadas no Brasil, com o sincronismo entre profissionais da Metso Brasil e especialistas internacionais.
“O processo de produção de celulose está cada vez mais automatizado, e o transporte de fluídos exige o acionamento de vários dispositivos, entre eles as válvulas”, explica Luiz Renato Chagas Figueiredo, gerente de Energia e Controle da Celulose Riograndense. “Mas são elas que regulam o fluxo dos fluídos a serem transportados, funcionando como elemento final de controle”, complementa.
No caso desta fábrica, a tecnologia da Metso emprega válvulas automáticas de controle, com posicionadores, combinadas com chaves fim de curso e com o sistema de monitoramento de malha de controle (PlanTriage). A inteligência embarcada nas válvulas permite que elas armazenem as informações de campo e que os dados sejam coletados e interpretados pelo PlanTriage, viabilizando não só a gestão, como a avaliação de desempenho de todos os dispositivos. É como se fosse um big data industrial em tempo real. A digitalização ampliou na Celulose Riograndense a possibilidade de ter uma operação centrada em confiabilidade.
“As plantas de outra geração nos obrigavam a gastar mais tempo corrigindo problemas do que detectá-los e preveni-los”, argumenta Luiz Renato a respeito da digitalização. Segundo ele, os sistemas de controle estão tão sofisticados que passaram a incorporar mecanismos de alarmes não só para diagnosticar o desempenho da válvula, como indicar as variáveis que indiretamente podem ser afetadas por esse desempenho.
“A automação permite que se faça um diagnóstico remoto do desempenho das válvulas automáticas de controle. Ou seja, os técnicos da Metso em Sorocaba (SP) podem verificar a performance do parque de válvulas, identificando problemas como, por exemplo, de engripamento ou incrustação”, detalha o gerente. “Nós temos uma avaliação que nos dá muito mais garantia para interagir, manter e consertar, se for o caso, os equipamentos monitorados”, explica.
Além de 90% do total de válvulas instaladas na Celulose Riograndense terem sido montadas no Brasil, a operação envolveu a especialização de estrutura pelo método ATO (Assembled to Order). Isso ocorre porque os corpos fundidos das válvulas foram fabricados em várias unidades industriais da Metso distribuídas mundialmente