Vanguarda na sustentabilidade conquista o consumidor

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O pulo do gato veio do modelo de negócio adotado, baseado nas “consultoras” que fazem as vendas dentro de suas redes de relacionamento. Em paralelo, a empresa acentuou o conceito de valorizar e preservar a natureza, quando o tema sustentabilidade ainda não estava tanto em evidência. Assim, a Natura promoveu o uso de embalagens recicláveis, refis e fórmulas biodegradáveis e com essas atitudes passou ao público a imagem definitiva de empresa preocupada com o meio ambiente.
Para ampliar o conceito, em 2000, a indústria criou a linha Ekos voltada à preservação da biodiversidade brasileira ao associar a pesquisa científica e inovações tecnológicas ao conhecimento popular dos povos nativos da Amazônia. Já com essa nova linha, em 2004, a empresa abriu seu capital na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa), passou sua concorrente internacional, a Avon, em vendas e faturamento, e reafirmou sua marca no mercado brasileiro.
Hoje, a Natura é líder no mercado nacional de cosméticos, fragrâncias e higiene pessoal com 22.1% de participação. A Natura tem 4.900 parceiros na rede de fornecedores. Só a linha Ekos tem 25 comunidades produtoras com 2.300 famílias, sendo 16 delas na Amazônia beneficiando 1.495 famílias. Segundo a empresa, o relacionamento com fornecedores “é baseado na criação de cadeias de valor de preço justo, com a remuneração feita pelo uso do patrimônio genético e do conhecimento tradicional, o manejo adequado dos insumos e o incentivo ao desenvolvimento”. Em 2010, a Natura repassou R$ 8,7 milhões para as comunidades fornecedoras, valor 57% superior a 2009.
A linha Natura Ekos engloba produtos de perfumaria, higiene pessoal e ambientação tais como sabonetes, xampus, condicionadores, hidratantes e perfumes com a utilização de recursos da biodiversidade brasileira. É inspirada no conhecimento tradicional das propriedades e usos das plantas por parte das populações locais da Amazônia. A empresa trabalha em 14 locais do Amapá, Amazonas, Pará e Rondônia de onde compra 14 matéria-prima para seus produtos: açaí, andiroba, breu-branco, buriti, cacau, capim limão, castanha, cupuaçu, estoraque, maracujá, mate verde, murumuru, pitanga e priprioca.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O presidente da Natura, Alessandro Carlucci, esclarece que a empresa criou um programa para a região amazônica visando o crescimento: “A experiência que acumulamos ao longo de mais de uma década de trabalho e pesquisa nessa região única, nos pôs diante de uma certeza: a de que é possível utilizar as riquezas da Amazônia em harmonia com a natureza, dentro de um modelo sustentável que se opõe ao sistema exploratório e devastador que tem colocado em risco a existência da maior floresta do mundo”.
O Programa Amazônia está baseado em três iniciativas: ciência, tecnologia, inovação (CT&I); cadeias produtivas sustentáveis; e fortalecimento institucional. Segundo Carlucci, o projeto “nasceu para gerar novos negócios, e atuar como um catalisador de conhecimentos, além de criar oportunidades para organizar as sociedades locais, ampliando as oportunidades de trabalho e renda envolvendo um número mais expressivo de comunidades e organizações que vivem e atuam na Amazônia Legal Brasileira e latino-americana”. Daqui até 2013, o foco será expandir a atuação da empresa por meio dos investimentos citados, entre eles, a criação de um Centro de Conhecimento em Manaus (AM) e a expansão da Unidade Industrial de Benevides (PA), com a implantação da mais moderna fábrica de sabonetes das Américas. 
Marcelo Cardoso, vice-presidente de Desenvolvimento Organizacional e Sustentabilidade, detalha que a Natura enxerga esse investimento como uma das principais iniciativas capazes de mudar a realidade da Amazônia e tornar a região um grande polo mundial de tecnologia e negócios sustentáveis. “O modelo pretende também contribuir para estimular a fixação de pesquisadores e cientistas locais em sua região de origem, através de redes internacionais, envolvendo instituições acadêmicas, de pesquisa tecnológica e científica. O objetivo é envolver em rede mais de mil pesquisadores dessas instituições até 2020 por meio da nossa presença física na cidade de Manaus”, explica. 
Com as inovações nos campos de CT&I, a Natura pretende também estimular a formação de uma rede com produtores e comunidades agroextrativistas locais, ampliando os negócios a partir dessas cadeias produtivas da biodiversidade ao priorizar o uso de insumos amazônicos em seus produtos, elevando de 10% para 30% sua compra, até 2020. Nesse contexto, deverá dobrar o número de famílias de comunidades tradicionais e agrícolas que participarão de sua cadeia produtiva. A proposta da empresa é estimular a criação de outras cadeias da biodiversidade na região que poderão envolver de 10 a 12 mil famílias até 2020.

Fonte: Padrão


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