Do primeiro edifício em concreto armado (ainda existente na Praça Patriarca, em São Paulo) até a obra mais recente, a Ponte Estaiada sobre o rio Pinheiros, em São Paulo, inaugurada em 2008. Esta linha do tempo da arquitetura e da engenharia do cimento compõe a exposição de fotografias “Um Século de Concreto Armado no Brasil”, do fotógrafo ítalo-brasileiro Lamberto Scipioni, que a CAIXA Cultural (Av. Paulista, 2083) promoverá a partir de 1° de novembro. A entrada é franca.
Com montagem e curadoria do próprio Scipioni, o projeto apresenta cerca de 90 imagens fotográficas coloridas, com várias dimensões – 50cm x 50cm, 90cm x 60cm e 1m x 1,5m – de obras da arquitetura e da engenharia do concreto armado, produzidas por arquitetos e engenheiros brasileiros ao longo dos últimos 100 anos. As imagens contemplam cerca de 50 obras de grande importância, situadas em todo o Brasil, como o já mencionado edifício em concreto armado ainda existente na Praça Patriarca, em São Paulo, e os recentes Auditório do Parque Ibirapuera, de autoria de Oscar Niemayer, e a Ponte Estaiada, sobre o rio Pinheiros, ambos na capital paulista.
O tema e objetivo central da exposição é proporcionar aos visitantes leigos, aos estudantes e aos profissionais uma visão geral da contribuição brasileira na arquitetura e na engenharia do concreto armado. Mais do que o simples desenvolvimento de uma tecnologia de construção, essa contribuição é produto de uma verdadeira saga empreendida por engenheiros e arquitetos que fizeram escola e cujos nomes se tornaram conhecidos no mundo todo (veja abaixo).
As imagens serão expostas em diferentes seções:
– Primeiras realizações na arquitetura brasileira do concreto armado.
– Arquitetura de edifícios públicos e institucionais.
– Arquitetura de edifícios pluri-habitacionais.
– Arquitetura de edifícios comerciais.
– Arquitetura para uso misto.
– Arquitetura de residências.
– Arquitetura religiosa.
– Arquitetura de monumentos.
– Arquitetura de pontes e rodovias.
– Arquitetura de edifícios sociais e esportivos.
– Arquitetura de edifícios industriais.
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– Arquitetura de terminais de transporte e postos de abastecimento.
– Arquitetura de edifícios escolares.
– Arquitetura de equipamentos urbanos.
A exposição “Um Século de Concreto Armado no Brasil” ficará em cartaz na CAIXA Cultural (Av. Paulista, 2083) de 1° a 30 de novembro. O horário de visitação é de terça a sábado, das 9h às 21h, e aos domingos, das 10h às 21h. A entrada é franca. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 3321-4400 ou no site www.caixa.gov.br/caixacultural”.
A construção da nação
No início do século vinte, no Brasil, a arquitetura e a engenharia passaram a utilizar em larga escala uma tecnologia que deveria revolucionar não apenas o universo das grandes estruturas, mas também o próprio perfil das cidades brasileiras. Desde então, em nosso país, a arquitetura e a engenharia baseadas no emprego do cimento se desenvolveram em progressão geométrica, a tal ponto que, hoje, pode-se falar com segurança da existência de uma verdadeira escola brasileira do concreto armado.
Ao longo dos últimos cem anos, o concreto armado tornou-se marca registrada da arquitetura e da engenharia brasileiras. Casas, palácios, arranha-céus, escolas, pontes, rodovias, indústrias, portos, usinas hidrelétricas e mais um sem número de modalidades de construções de pequeno, médio e grande porte foram surgindo em todo o território nacional, configurando uma importante e verdadeira escola que, ao longo do tempo, tem inclusive exportado sua alta tecnologia. Quase inteiramente construída em concreto armado, a capital Brasília ganhou tal destaque a ponto de ser incluída pela Unesco na lista do Patrimônio Cultural da Humanidade.
Reconhecido pelos especialistas
O arquiteto Paulo Mendes da Rocha, vencedor do prêmio Pritzker 2006, considerado o Nobel da arquitetura, assina o texto de apresentação da mostra e assim descreve o trabalho de Scipioni: “O olhar do fotógrafo Lamberto Scipioni sobre a arquitetura no Brasil, especialmente a arquitetura com destaque para a força da sua consistência estrutural, com um claro elogio da engenharia do concreto armado, faz desta exposição um belíssimo exemplo do “saber ver”. É uma chamada inteligente, inclusive aos estudantes de arquitetura, para que saibam que, particularmente na América Latina, a edificação das cidades é um monumental testemunho da presença do homem no universo.”
Para o engenheiro Augusto Carlos de Vasconcelos e para o arquiteto Renato Carrieri, a mostra é um conjunto de imagens com alma. “Durante os anos de 2004 e 2005, a convite da Axis Mundi Editora, vivemos com Lamberto Scipioni uma grande aventura: a preparação do livro A Escola Brasileira do Concreto Armado. Lamberto produziu um dos mais belos acervos fotográficos jamais produzidos sobre a arquitetura e a engenharia do concreto armado no Brasil. Muito expressivas, suas fotos falam por si. São imagens com alma. Nelas, essas grandes estruturas de cimento que podem parecer frias ao primeiro olhar, revelam vida e calor. Esta mostra é uma festa de imagens de arquitetura e engenharia, não apenas para arquitetos e engenheiros, mas também para estudantes, artistas, interessados em fotografia, ciência e cultura e o público em geral. Ela ensina a compreender o significado e a importância, no Brasil, de duas profissões tão antigas quanto a história da humanidade.”
Sobre o fotógrafo
Lamberto Scipioni nasceu em Roma.
Colabora com várias publicações européias e brasileiras.
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Expôs em vários países e galerias. Algumas das suas mostras individuais:
1975 Roma – Galeria Il Fotogramma
1975 Roma – Galeria Il Ponte
1980 Roma – Palazzo Braschi
1982 Manila (Filipinas) – Festival Internacional do Cinema
1982 San Sebastian (Espanha) – Festival Internacional do Cinema
1983 São Paulo – MASP Museu de Arte de São Paulo
1983 Rio de Janeiro – MAM Museu de Arte Moderna
1989 Roma – Galeria Portinari (Embaixada do Brasil)
1989 Lisboa – Galeria do Centro de Estudos Brasileiros
1990 Madri – Galeria Casa do Brasil
1998 São Paulo – Pinacoteca de São Paulo
2000 Milano – Centro Culturale Ítalo-Francese alle Stelline
2001 Saint-Tropez – Prefeitura do município
2003 Paris – Gallerie de la Chapelle de l’Humanité
Livros
É autor de vários livros de fotografia, dentre os quais:
Slavik-Sculptures Évolutives, Edizioni Mazzotta, Milano, 1998
O Egito dos Faraós, Coleção do Museu do Louvre – FAAP, São Paulo, 2001
100 Anos de Pierre Verger, Axis Mundi, São Paulo, 2003
L’Éternel Retour, Edizioni Mazzotta, Milano, 2003
A Escola Brasileira do Concreto Armado, Axis Mundi, São Paulo, 2005
A talha neoclássica na Bahia, Odebrecht, 2006
Prêmio Europeu de Fotografia 2007, pela Comissão Européia de Turismo.
Faz parte da Coleção Pirelli de Fotografia.
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