Joseph Young
Na Equipo Mining 2010, vimos o sucesso das marcas da Coréia e China em equipamentos para movimentação de terra e minério. O aprendizado tecnológico das marcas emergentes é cada vez mais rápido e elas focam com igual prioridade o suporte pós-venda. O usuário é que sai ganhando.
Também aqui as fábricas brasileiras merecem o destaque. Criaram uma plataforma de exportação de modelos de padrão mundial – leia-se americana e européia – que faz sucesso nos quatro continentes. Agora que o custo Brasil tornou-se quase insuportável, acrescido pelo peso inimaginável da valorização do real, elas continuarão a ter preferência dos usuários, porque nada substitui a tradição de frotas imensas de equipamentos formadas ao longo de décadas e o suporte de peças e serviços aperfeiçoados ao longo de anos.
Mas elas devem ter consciência de que o cliente sempre tem razão. Cabe às fábricas brasileiras fazerem a sua parte para encarar essa concorrência da Ásia. As marcas coreanas costumam dizer que têm a tecnologia ao nível do Japão e os preços para concorrer com a China. Pressionar o governo a tomar medidas defensivas em segmentos ameaçados pela valorização cambial do real e massacrados pelo custo Brasil, porque todos os países do mundo o fazem, a exemplo dos Estados Unidos, onde a Câmara dos Deputados aprovou lei que autorizou o governo a sobretaxar as importações predatórias. Até agora, o Brasil esta fazendo papel de parceiro comercial bonzinho (ou bobo?), capitalizando ao mesmo tempo os custos baixos para segurar a inflação. Os usuários não estão se queixando. Mas a plataforma de exportação de máquinas que as empresas criaram durante décadas não pode ser sucateada.
Fonte: Estadão