Aena prevê melhorias em seis aeroportos do Nordeste

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Em 2019, a Aena, maior operadora aeroportuária do mundo em número de passageiros, arrematou por R$ 1,9 bilhão seis aeroportos no Nordeste – Recife (PE), Maceió (AL), João Pessoa (PB), Aracaju (SE), Campina Grande (PB) e Juazeiro do Norte (CE). O valor pago representou ágio de 1010% sobre o valor mínimo (R$ 171 milhões) ofertado pela concessão de 30 anos. Juntos, os seis aeroportos do Nordeste movimentam cerca de 13,2 milhões de passageiros, o que representa 6,5% do tráfego aéreo nacional, e são estratégicos para o crescimento do grupo no Brasil.

 Para tanto, a empresa reservou cerca de R$ 1,4 bilhão para modernização dos terminais. “Aena Brasil está investindo em obras estruturais para transformar os seis aeroportos que administra no Nordeste e torná-los mais modernos, tecnológicos, seguros, sustentáveis e confortáveis. Até o final de 2024, serão aplicados mais R$ 600 milhões em sistemas e equipamentos”, revela Marcelo Bento, diretor de ESG, Relações Institucionais e Comunicação da empresa.

As obras preveem, continua o executivo, significativa ampliação dos terminais, com mais espaço para todas as atividades operacionais, como check-in, inspeção de segurança (raios-x), embarque e desembarque. Também está sendo expandido e diversificado o mix comercial, com mais áreas e opções de alimentação, lojas e serviços. “As melhorias envolvem ainda a aquisição de equipamentos mais modernos e avanço dos compromissos ambientais, como reuso de água e compra de energia renovável”, diz Bento.

De acordo com o diretor, Juazeiro do Norte, Recife, João Pessoa e Campina Grande tiveram os terminais ampliados. “Em Aracaju, o prédio foi fechado e climatizado. Alguns crescem em área construída, em outros, estamos otimizando os espaços já existentes e melhorando os fluxos, permitindo uma reordenação mais inteligente, com ganho de superfície operacional. Oito novos fingers (pontes móveis de embarque) foram instalados em três deles – Recife (4), Aracaju (2) e João Pessoa (2)”, esclarece.

Todos os pátios passaram por obras, requalificações de pavimento e sinalização horizontal, entre outras melhorias. Alguns serão ampliados, segundo Bento. “No Recife, serão 60 mil m2 de acréscimo. Estamos implantando áreas de segurança de final das pistas, para assegurar um espaço ainda mais adequado e salvaguardado de chegada e partida de aeronaves.” Outras obras relevantes estão em marcha nos terminais nordestinos.

 No Aeroporto Internacional Gilberto Freyre (Recife), está sendo feita ampliação do terminal em mais de 40% de sua área atual, o que vai permitir criar novas salas de embarque e desembarque internacional, aumentando a capacidade operacional do aeroporto, que vai poder atender até 15 milhões de passageiros ao ano. “Quatro novas pontes de embarque (fingers) serão instaladas em novo píer internacional reversível, de 24 mil m2, para aeronaves de grande porte que vão poder operar simultaneamente, capazes de receber um maior número de aviões e, consequentemente, incrementar o número de voos internacionais na capital pernambucana”, frisa Bento.

As pontes são fabricadas pela chinesa Tianda, uma das principais empresas do setor, têm estrutura metálica e são climatizadas. Podem ter a altura ajustada para um mínimo de 2 m e um máximo de 6 m, e são compatíveis com mais de 40 modelos de aeronaves a jato.

O equipamento também é automatizado, com sensores de altura e aproximação e atendem aos requisitos de acessibilidade, incluindo os passageiros que têm dificuldade de locomoção. Segundo a Aena, tanto em Aracaju quanto em João Pessoa, as pontes vão atender a cerca de dois terços dos voos domésticos. Em Juazeiro do Norte, o Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes “sofrerá transformação total, com demolição de toda a parte antiga para construção de uma estrutura mais moderna, ampla e confortável”, afirma o executivo. O aeroporto ficará 2,7 vezes maior, passando de 2,5 mil m2 para 6,8 mil m2. Estão sendo renovados fachada, saguão, áreas de embarque e desembarque, pátios de aeronaves, check-in, balcões e esteiras. O estacionamento ganhou nova estrutura, mais ampla.

Para realizar essa obra, a Aena construiu um desvio e investiu na expansão na rodovia estadual CE-292, que passava por dentro do estacionamento. A estrada agora tem nova sinalização, iluminação, gradil e pavimentação flexível, além de pista dupla nos dois sentidos.

Já no Aeroporto Internacional Presidente Castro Pinto (João Pessoa), o terminal de passageiros teve área ampliada em 40% – passando de 8,8 mil m² para 12,5 mil m², com expansão dos ambientes operacionais.

Embarque e desembarque ficarão com o dobro do tamanho atual. Haverá também reformulação no lado ar – área que é acessada pelos passageiros após passarem pelos procedimentos de segurança e controle de passaporte –, incluindo ampliação do pátio de aeronaves em mais de 11 mil m², pistas de táxi e de pouso e decolagem, com melhoras de segurança operacional e aumento do número de pontos de embarque, que vão de cinco para oito, sendo dois deles com fingers, que não existiam no terminal. Em Campina Grande, o terminal do Aeroporto Presidente João Suassuna, com quase 2,7 mil m², vai ter 1,3 mil m² reformados, além da construção de mais 605 m².

Depois das obras, a edificação fica com uma área total de 3,3 mil m². No lado ar, o pátio terá a expansão de 10,7 mil m², enquanto a pista de táxi ganhará mais 17,7 mil m². No Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, em Maceió, está sendo feita a reformulação no lado terra, que inclui adequação da área comercial, check-in, nova área administrativa, canais de inspeção doméstico e internacional, três novas esteiras e carrosséis de bagagem, escadas rolantes, embarque remoto doméstico leste e oeste e o embarque internacional.

 Também o lado ar está sendo reformado e inclui melhorias na pista de pouso e decolagem, pistas de táxi e pátio, com correção de uma deformidade no encontro dos pavimentos rígido e flexível. Ele ganhou mais uma posição (agora são 12) e uma delas pode receber as aeronaves de grande porte. Com essas intervenções, o aeroporto passou da categoria 4C para a 4E.

 Por fim, o Aeroporto Internacional Santa Maria, de Aracaju, está com as obras de ampliação do embarque e do desembarque sendo concluídas. A sala de embarque aumentou de 950 m² para cerca de 1800 m² e foi transferida do térreo para o primeiro andar, ficando na altura correta para acoplar os dois fingers.

Já o desembarque aumentou de 785 m² para 1.150 m² e foi modernizado, com novas esteiras de restituição de bagagem automatizadas. O pátio de aviação ganhou mais uma posição, passando a ter maior capacidade operacional e a possibilidade de receber aeronaves de porte superior ao atual.

As concorrências para a realização das obras nos aeroportos nordestinos operados pela Aena Brasil foram fechadas em três blocos. Os trabalhos do bloco 1 (Recife) estão sendo realizados pelo consórcio Passarelli-Método. O bloco 2 (João Pessoa e Campina Grande) ficou a cargo do consórcio Teixeira Duarte & Alves Ribeiro.

Já a disputa pelo bloco 3 (Maceió, Aracaju e Juazeiro do Norte) foi vencida pelo consórcio Encalso Construções e Azevedo Travassos. Além disso, o consórcio SEG (Sener, Engecorps e GPO) ficou responsável pelo gerenciamento das obras. De acordo com Bento, as entregas das obras dos terminais começaram a acontecer no primeiro semestre e a previsão é de estarem todas concluídas até dezembro desde ano. “As obras beneficiam diretamente a população dos Estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Sergipe, além de toda a região do Cariri – são mais de 20 milhões de pessoas.

Ao final das obras, os seis aeroportos do Nordeste terão incremento da capacidade de atendimento e ampliação do número de conexões nacionais e internacionais”, salienta o diretor.


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