Dilma reconheceu que a ameaça de recessão global pode ter um impacto sobre a demanda mundial, mas acrescentou: “A crise também pode permitir políticas anticíclicas que privilegiem uma agenda verde em que o biocombustível conste como prioridade”.
Na avaliação dela, o setor não passa por necessidade de recursos em meio à crise. “O governo mobilizou recursos para capital de giro, incluindo cana-de-açúcar, e recursos específicos para pré-embarque para financiamento das exportações”, disse, referindo-se ao anúncio feito pelo governo no início deste mês, de liberação de R$ 10 bilhões para elevar a liquidez de grandes empresas via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Dilma disse não se lembrar o valor exato que foi destinado ao segmento sucroalcooleiro, mas assegurou: “Se for necessário mais, vai ser liberado mais, mas não parecer ser esse o caso.
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Dilma falou durante a abertura da Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, em um hotel na capital paulista. Diante de uma platéia formada por 92 delegações internacionais, a ministra criticou as barreiras protecionistas e os subsídios agrícolas impostos por alguns países sobre os biocombustíveis. Depois, em entrevista coletiva, ela destacou a importância de investimentos em algumas áreas como a produção de combustíveis verdes e energia renovável.
A ministra fez uma defesa eloqüente dos biocombustíveis brasileiros. Ela enfatizou que a plantação de cana-de-açúcar para produção de etanol não compete com a produção de alimentos no País nem contribui para o desmatamento do meio ambiente.
Segundo ela, a produção atual de etanol do Brasil demanda apenas 0,5% das terras do País, e chamou atenção para o zoneamento agroecológico do etanol, que, segundo ela, é uma prioridade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde a posse, em 2003. Este zoneamento consiste na indicação de regiões onde a cana pode ou não ser plantada para a produção de etanol, levando-se em conta questões como o solo e a preservação do meio ambiente. “O biocombustível já é uma realidade econômica e social, que gera emprego e renda e ajuda a desenvolver países com populações mais pobres”, pontuou.
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Dilma participou de cerimônia de comemoração da marca alcançada de 7 milhões de veículos flex produzidos no País. Ela destacou o papel dos biocombustíveis, que em sua visão, são uma alternativa para a transição rumo a uma matriz energética global “pós-carbono”, sem a utilização de combustíveis fósseis, como o petróleo. “A matriz energética brasileira hoje é boa parte renovável”, destacou a ministra. Segundo ela, entre 47,5% e 48% da energia utilizada no País vem de fontes renováveis, muito acima da média mundial, de 12,9%, e da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), formado por 30 países industrializados, que é de 6,7%.
Fonte: Estadão