Brasil e Argentina defendem barreiras para importações.

Dois dias depois de assinarem a declaração conjunta do G20, que inclui uma rejeição ao protecionismo e a promessa de passar um ano sem criar barreiras ao comércio, autoridades do Brasil e da Argentina defenderam o aumento da Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul para produtos como vinhos, pêssegos, lácteos, têxteis, couro e móveis de madeira, entre outros.

A decisão de aumentar barreiras para estes itens faz parte do comunicado divulgado nesta segunda-feira pela Secretaria de Indústria do governo argentino, após reunião, em Buenos Aires, entre negociadores dos dois países.

“(Os dois governos) decidiram levar à próxima reunião do Mercosul (que acontece em dezembro, em Salvador) os requerimentos para o aumento da TEC para vinhos, pêssegos, lácteos, têxteis, produtos de couro, móveis de madeira, entre outros”, diz o texto.

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Perguntado pela BBC Brasil sobre esta iniciativa, anunciada após reunião do G20, em Washington, um assessor da Secretaria de Indústria da Argentina afirmou que “não há contradição”, já que a idéia de aumentar a TEC não significa medida ampla, mas sim “específica para produtos sensíveis à entrada de similares produzidos fora do bloco”.

O assessor ainda destacou: “Isso não é protecionismo.

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É defender nossa produção. Todos os países do mundo estão cuidando de suas indústrias sensíveis, vulneráveis neste momento (de crise financeira internacional)”.

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O comunicado da Secretaria de Indústria informa ainda que a Argentina destacou, na reunião desta segunda, a “preocupação” com determinadas exportações brasileiras para o mercado local –reclamação que já era esperada e havia sido anunciada em outubro por autoridades do país.

“Apesar de se tratar de casos isolados, o governo (brasileiro) se comprometeu em estudar a situação nos setores de metal mecânico, autopeças e outras mercadorias industriais”, afirma o comunicado.

No mês passado, assim que a crise financeira internacional se acelerou, o governo argentino anunciou a adoção de medidas para proteger sua indústria, inclusive contra mercadorias brasileiras.

Fonte: Estadão

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