Um comparativo entre os primeiros trimestres de 2007 e 2008 mostra que a tonelada média embarcada por Santos subiu para US$ 1.291, em 2008, ante os US$ 1.087 do ano anterior, com alta de 18,8%. Em termos nacionais, esse indicador avançou 19,5%, de US$ 329,4 para US$ 393,7, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Para os últimos 12 meses, até março, os números de Santos mostram uma estabilização no movimento, alta de 0,69%, com queda de 2,6% nas exportações e aumento de 6,92% nas importações. A carga geral, ou não-fracionada, nos dois fluxos, declinou 14,4% relativamente a igual período anterior.
Em dezembro do ano passado o ministro Pedro Brito, da Secretaria Especial de Portos, assinou Carta Convênio com o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento para cooperação técnica não reembolsável, a fim de elaborar o Plano de Desenvolvimento e Expansão do Porto de Santos.
O estudo, segundo o presidente do Porto de Santos, José di Bella Filho, permitirá traçar as diretrizes de crescimento do porto, analisará diversas alternativas para a expansão das instalações, estimando que até o final de 2008 já deverão estar indicadas algumas possibilidades para aquele que será o maior investimento no setor portuário da América Latina nos próximos anos. “Hoje, o País tem uma fatia de 1,15% do comércio internacional com previsão de chegar a 1,5% em 2008. O aumento dessa participação é imprescindível para a definição dos prazos. O Brasil tem um fluxo comercial de US$ 270 bilhões, devendo chegar a US$ 300 bilhões no próximo ano, com Santos representando cerca de 26% desse total”, diz Di Bella.
As conclusões do estudo permitirão a Santos expandir sua capacidade a fim de manter sua competitividade, atender à demanda e tornar-se o porto concentrador de cargas do Brasil. A cooperação prevê a contratação de empresa de consultoria para desenvolvimento do Plano no valor global de US$ 1,3 milhão, sendo US$ 300 mil a título de contrapartida nacional pela SEP e o restante de US$ 1 milhão deverá ser alocado pelo BID.
A iniciativa está sendo bancada com recursos do Fundo Para o Financiamento de Operações de Cooperação Técnica para Iniciativas para a Integração da Infra-Estrutura. O BID, de acordo com o solicitado pelo Governo do Brasil, e com o regulamento do Fundo, se encarregará dos processos de seleção e contratação dos serviços de consultoria, de acordo com suas políticas e procedimentos de aquisições.
Para elaboração do Plano estão previstos estudos para definir com precisão a demanda atual do Porto, por tipo de carga, assim como projeção do crescimento a médio e longo prazos e a identificação de eventuais gargalos físicos, operacionais e técnicos, incluindo a caracterização detalhada dos subsistemas e componentes que integram o Porto de Santos, para um inventário atualizado.
Facilitando o acesso
A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) entregou, dia 12 de março, de 2008 um trecho de 500 m da pista de chegada ao Porto da Avenida Perimetral da Margem Direita, localizado entre os armazéns 4 e 9. Hoje, 1,1 km de extensão contínua já recebe o tráfego de acesso à região do Paquetá, da praça Barão do Rio Branco até as proximidades do prédio do tráfego.
Prossegue em obras, agora, a pista oposta, no trecho entre a rua Conselheiro Nébias e o prédio do tráfego. A Codesp já tem cerca de 80% de todo o projeto da obra pronto, mantendo a estimativa inicial de conclusão da Perimetral até o final deste ano.
A Codesp obteve em abril deste ano, junto ao Ibama, a licença para a construção da Avenida Perimetral da Margem Esquerda, com 5 km de extensão, avaliada em R$ 33,5 milhões, o que já permite também licitar o projeto executivo e as obras.
Além disso, em março deste ano foi encaminhado Eia-Rima ao Ibama para o aprofundamento do Canal do Estuário. O investimento permitirá ampliar a profundidade que varia de 12 a 14 m para 15 m, e a largura do canal de navegação de 150 para 220 m, possibilitando a navegação simultânea de embarcações e dando ao porto condições de receber navios de até 9 mil TEUs. Estima-se que serão necessários investimentos de R$ 207 milhões, que viabilizarão Santos como porto concentrador de cargas.
Em maio de 2007 foi concluída a caracterização geológica-geotécnica do canal de acesso, bacias de evolução e berços de atracação, bem como a elaboração do novo traçado geométrico do canal. O projeto executivo de derrocamento das pedras de Teffé e Itapema, iniciado em dezembro, integra os procedimentos para aprofundamento do canal do estuário. Esse projeto define a metodologia de desmonte das pedras, estimativa de custo e prazos de execução e forneceu informações para o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório (RIMA)..
Fonte: Estadão