Em Minas, uma expansão robusta

Compartilhe esse conteúdo

Luiz Fernando Pires*

Pelas estimativas da Fundação João Pinheiro, a construção civil, aqui em Minas Gerais, continua apresentando expansão mais robusta do que no restante do País. Os dados do primeiro trimestre do PIB-MG demonstram isso: ela cresceu 1,2%, em relação a igual período do ano anterior. Este resultado foi superior ao observado pela construção nacional.

Programas como Minha Casa, Minha Vida, obras para a Copa do Mundo (reforma do Mineirão), os programas Pró-Acesso e Pró-MG do governo estadual, e, as obras do BRT em BH,contribuíram para este resultado. Sendo os programas de maior alcance social o Minha Casa, Minha Vida a nível federal e o Pró-Acesso e Pró-MG, a nível estadual. São programas que deram certo, ativam a economia, geram riqueza e têm um grande alcance social.

De fato,a construção civil mineira vem demonstrando, nos últimos anos, desempenho melhor do que a construção nacional. De 2004 a 2012 o crescimento acumulado do setor no País foi de 49,68%, ou seja, média anual de 4,68%. Neste período a Construção mineira cresceu 62,37%, o que representa uma média anual de expansão de 5,53%.

No acumulado dos cinco primeiros meses de 2013 todos os indicadores de desempenho do segmento imobiliário de Belo Horizonte apresentam redução em relação a igual período do ano passado. As vendas ficaram menores, alcançando 1216 unidades, comparados com 1690 unidades do mesmo período de 2012. Já os lançamentos caíram de 1555 em 2012 para 1137, no mesmo período deste ano.

Dados divulgados pelo Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC),indicam que as vendas de cimento para o mercado interno brasileiro, em junho de 2013 atingiram 5,5 milhões de toneladas, com crescimento de 3% em relação a igual período do mês anterior, no período de janeiro a junho de 2013 apresentou um crescimento de 1,6% comparados com o mesmo período de 2012.

O mercado imobiliário, depois de um ajuste de atividades nos últimos dois anos, deverá apresentar crescimento de vendas no segundo semestre do ano. Espera-se uma maior estabilidade de cenário para aumentar a confiança do mercado.

Num momento em que o País apresenta dificuldades para acelerar o ritmo de seu crescimento, a construção civil assume um papel de destaque ainda maior, pois o emprego e renda gerados em sua extensa cadeia produtiva são capazes de estimular a economia. A infraestrutura precária e a necessidade de habitação revelam a importância das atividades do setor para o País.

O crescimento do País depende do investimento em infraestrutura como portos, aeroportos, rodovias, ferrovias e mobilidade urbana. Principalmente em Minas, onde os investimentos federais não chegam.

Além dos investimentos em infraestrutura, outro grande gargalo é a burocracia que impede o desenvolvimento. Os processos de licenciamentos ambientais, as aprovações de projetos nas prefeituras, os cartórios e o cipoal de regulamentações e alterações legais constantes, geram insegurança jurídica, afastando investimentos e impedindo um maior ritmo de crescimento do País.

O que as ruas clamam é que os recursos do País sejam melhor aplicados, e não consumidos em custeio. A riqueza gerada pela força do trabalho tem que trazer retorno para a população em infraestrutura de qualidade como: transporte coletivo, saúde, educação, segurança e muito mais.

O Brasil é um país rico, porém os nossos recursos estão sendo desperdiçados e consumidos em uma estrutura grande demais e muito cara, por falta de gestão, escolha inadequada de dirigentes e equívocos de modelos superados. Assim o brasileiro trabalha muito, gera riqueza e a população não tem o retorno que deveria.

*Luiz Fernando Pires é presidente do Sindicado da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG)

Fonte: Revista O Empreiteiro


Compartilhe esse conteúdo

Deixe um comentário