Empresa capitalizada sofre menos

Com um caixa de R$ 2,5 bilhões destinados aquisição de empresas no País e mais de R$ 1 bilhão em investimentos em distribuição e geração de energia já contratados para este ano, a Neoenergia S. A. planeja seguir com seu plano de expansão em 2009, apesar do cenário de crise. Quem garante é o diretor financeiro e de relações com investidores da empresa, Erik Breyer, que esteve ontem em Fortaleza apresentando aos investidores locais os números e perspectivas da companhia para o mercado brasileiro de energia.

Segundo ele, a crise tende a afetar menos as empresas capitalizadas e que possuem plano de investimento. ´A Neoenergia reinveste por ano aproximadamente 65% de seu lucro líquido. Além disso, com os recursos que dispomos em caixa, não fomos tão afetados pela redução de crédito que passou a ocorrer no Brasil´. De R$ 1 bilhão contratados para 2009, R$ 482,4 milhões serão aplicados pela empresa na distribuição. O restante, na geração de energia.

Mesmo não atuando diretamente no fornecimento de energia ao Ceará, por meio da concessão de investimentos públicos, a companhia diz estar atenta aos investidores que tem no Estado. ´Recebemos investimentos de todo o País. Nos últimos cinco anos tivemos mais de vinte emissões de debêntures, seis continuam vigentes no mercado. Daí a importância do investidor acompanhar o que acontece na Neoenergia´.

Conforme Breyer, a empresa que atua como concessionária de energia em três estados do Nordeste (Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte), comercializa no mercado livre de energia e busca oportunidades para investir em energias eólica, hidrelétrica e térmica. ´Estamos sempre analisando oportunidades para investir em leilões. Não fazemos nada sem planejamento´, afirma.

Para Breyer, para quem se preparou, o ano de 2009 não será dos piores. ´É certo que a crise gera nervosismo no mercado financeiro, levando a retração do consumo e a redução dos empregos, mas o setor também ganha tempo para desenvolver sua infra-estrutura, se preparando para atender demandas futuras do novo ciclo de crescimento por qual precisará passar o setor´.

Breyer descarta o risco de apagão durante a Copa de 2014. ´O sistema elétrico brasileiro é baseado na energia hidroelétrica, dependendo das chuvas. Entre 2007 e 2009 tivemos chuvas suficientes para afastar o risco de racionamento ou apagão. Com a crise e a consequente redução do Produto Interno Bruto (PIB), estamos vivenciando uma época de redução na demanda associada ao incremento da oferta´.

Fonte: Estadão

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