As revistas O Empreiteiro e ENR – Engineering News-Record apresentam a 28ª edição da ENR Global Insider OE
Norte-americanos investem em energia limpa fora do País
O presidente Barack Obama afirmou que os Estados Unidos vão apoiar o Chile na construção da maior planta de geração de energia solar da América Latina. O assunto foi tratado pelo líder norte-americano em encontro oficial com a presidente do Chile, Michelle Bachelet.
A Overseas Private Investment Corporation (OPIC) aprovou recentemente um empréstimo de US$ 230 milhões à First Solar, uma das maiores empresas do mundo de módulos solares fotovoltaicos, baseada no Arizona. O recurso será usado para a construção de uma planta de energia solar de 141 MW no deserto do Atacama, no Chile. O local é um dos que mais concentram radiação solar no mundo.
Desde de junho de 2013, a OPIC já aprovou quase US$ 900 milhões de empréstimo para seis projetos de plantas de geração de energia renováveis no Chile, fazendo dos Estados Unidos líder no financiamento de projetos desse tipo no mundo. A Casa Branca afirma que o projeto ajudará nas exportações norte-americanas e também na geração de empregos no país.
“Nós estamos muito interessados em como podemos fazer a transição para uma economia de energia limpa”, disse Obama. “Estaremos anunciando algumas colaborações, incluindo a facilitação de construção da maior planta de energia solar do Chile, que vai ao encontro das nossas necessidades energéticas”.
Michelle Bachelet afirmou que os Estados Unidos são os maiores investidores estrangeiros do Chile: “Nós queremos continuar nesse passo”.
Dutos de água flexíveis são projetados para enfrentar abalos sísmicos
A cidade de São Francisco, Estados Unidos, realiza um programa de US$ 4,7 bilhões de melhoria e reforma da sua rede de água. São 83 projetos espalhados na área da baía e além dela. Atualmente, 16 desses projetos estão em andamento e somam US$ 2,7 bilhões em contrato.
Um dos mais críticos trabalhos envolve um par de dutos de água que atravessa Hayward Fault, zona potencial de abalo sísmico da Califórnia. A Comissão de Saneamento Público de São Francisco aponta esta etapa como a mais complexa do programa.
Nestes dutos, foram instalados estações para fechar a passagem de água na tubulação em caso de abalo sísmico. Mas não foi a única medida. Para assegurar o abastecimento de água potável para 2,6 milhões de pessoas, o projeto prevê pelo menos o funcionamento de um dos dutos 24 horas depois do terremoto.
A técnica usada para evitar avarias em caso de abalos envolve apoios deslizantes nos dutos instalados dentro de caixas de concreto flexíveis. Cada caixa, que pode se mover em caso de movimento do solo, é composta em seu interior por duas grandes bolas que permitem que os dutos se desloquem sem se romper. As junções dos dutos são fechadas com placas de metal anticorrosivas e que asseguram o movimento das estruturas sem partir-se.
Marty Czarnecki, vice-presidente sênior em São Francisco da empresa URS, projetista do empreendimento, afirma que o projeto foi inspirado no duto que cruza a região congelada do Alaska em condições semelhantes. A construtora Steve P. Rados tem trabalhado nessa obra desde 2012 e deve terminar o serviço nos dutos que cruzam a falha geológica na cidade norte-americana em outubro. Posteriormente, a estrutura passará por testes.
Londres busca financiamento de projeto para captar esgoto
A empresa de saneamento de Londres convidou investidores internacionais para ajudar a financiar um projeto de túnel ao custo estimado de US$ 7 bilhões, que pretende captar o esgoto que extravasa nas chuvas e atinge o rio Tâmisa.
A proposta é começar a construir um túnel de 25 km na cidade a partir de 2016. A empresa privada Thames Water afirma já ter uma lista de consórcios concorrentes à execução da obra (a ser dividida em três lotes) e disse que anunciará os vencedores e a forma de financiamento do projeto no início do ano que vem.
A agência reguladora de saneamento inglesa já concordou com o trabalho. O projeto é visto como de potencial risco pelo mercado, mas o governo prometeu dar garantias aos investidores.
O túnel proposto sai de Acton, no oeste da cidade, e vai até a estação de bombeamento de Abbey Mills, que se localiza na parte leste de Londres e fica muito próxima do parque utilizado nos Jogos Olímpicos de 2012.
Neste ponto, o túnel se conectaria a um outro túnel, este já em construção, que ligaria o fluxo de esgoto à estação de tratamento de esgoto de Beckton. O túnel terá diâmetro variando de 6,5 m a 7,2 m. Boa parte do túnel segue abaixo do leito do rio Tâmisa.
Trata-se de mais um projeto global que mostra soluções factíveis para prevenção de inundações.
AECOM adquire a URS por US$ 6 bi
Depois de uma reorganização interna, a empresa norte-americana URS foi adquirida pela também norte-americana AECOM. O negócio está avaliado em cerca de US$ 6 bilhões.
A URS tem forte atuação em serviços de engenharia nos mercados de óleo e gás, energia e setor público, com faturamento anual de US$ 19 bilhões, 95 mil empregados e operações em 150 países.
A aquisição deve aumentar a capacidade da AECOM de entregar serviços globais integrados, uma tendência crescente no mercado mundial. A URS vinha procurando um comprador depois que suas ações passaram por forte desvalorização.
Há quatro anos, a AECOM adquiriu a Tishman Construction porque ela não encontrava recursos suficientes para se expandir em um mercado cada vez mais globalizado. Com a URS, a AECOM encontra uma empresa já bastante capilarizada pelo mundo. O desafio agora é fazer a integração entre ambas as firmas e suas gigantescas estruturas.
Fonte: Revista O Empreiteiro