Exportações podem superar US$ 200 bi

As exportações estão surpreendendo e os especialistas em comércio exterior já estimam que podem ultrapassar a barreira de US$ 200 bilhões este ano. Se as previsões se confirmarem, esse resultado será obtido apesar da valorização do real. Graças a esse desempenho, as projeções para o saldo comercial também subiram e já atingem US$ 25 bilhões a US$ 27 bilhões.

A Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) revisou para cima suas estimativas e agora projeta exportações de US$ 201 bilhões em 2008, uma alta de 25% em relação a 2007. “Mesmo que os preços de exportação recuem daqui para frente, o efeito na balança comercial brasileira só vai aparecer no fim do ano”, avaliou Fernando Ribeiro, da Funcex, acrescentando que as cotações da soja e do minério de ferro embarcados hoje pelo Brasil já estão seladas.

O bom desempenho do preço das commodities exportadas explica esse fenômeno. No acumulado do ano até junho, a quantidade exportada pelo Brasil recuou 0,6%, enquanto os preços subiram 27,2%. Para Ribeiro, o volume embarcado deve se recuperar levemente e fechar o ano com alta entre 2% e 3%. Em compensação, os preços podem voltar um pouco, depois do pico.

De acordo com a Funcex, as importações devem atingir US$ 176 bilhões este ano, o que significa alta de 46%. Por isso, a entidade revisou sua projeção de saldo de US$ 23 bilhões para US$ 25 bilhões. Para a LCA Consultores, o saldo da balança comercial brasileira pode chegar a US$ 26 bilhões, com as exportações atingindo US$ 206 bilhões. “Os preços das exportações estão batendo recordes”, disse Francisco Faria, economista da LCA.

Para Lia Valls, coordenadora de projetos do Centro de Estudos do Setor Externo da Fundação Getúlio Vargas (Cesex-Ibre/FGV), a estabilização no ritmo de crescimento da quantidade importada também pode favorecer a balança comercial brasileira, tornando-se possível encerrar o ano com um saldo positivo próximo de US$ 27 bilhões a US$ 28 bilhões. No departamento econômico do Bradesco, a projeção para o saldo comercial também atinge US$ 27 bilhões. Os economistas do banco não descartam um resultado ainda mais expressivo, dependendo do desempenho do preço das commodities no segundo semestre.

Fonte: Estadão

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