O II Workshop, realizado este mês pela revista O Empreiteiro em São Paulo (SP), mostrou que gestão eficaz, feita com o suporte da tecnologia de informação, ajuda a engenharia a superar dificuldades e torna as obras públicas mais transparentes aos órgãos fiscalizadores e ao monitoramento da sociedade
O público, formado por contratantes públicos como o DER-SP e a Cia. do Metropolitano de São Paulo, e contratantes privados, como a Ecovias e a Arteris, além de empresas projetistas, montagem industrial e construtoras, e especialistas na área de TI, contou com representação internacional, com destaque para a presença de Daniel Belcher, do Departamento de Transportes de Michigan (EUA), que encara o emprego da modalidade BIM (Building Information Modeling) como recurso essencial para a modernização dos trabalhos de gestão na construção de obras na infraestrutura e em outras áreas.
Chamou a atenção, também, a palestra de Mike Dyrdahl, engenheiro de operações que lidera o DOT de Montana (EUA). Além de discorrer sobre os aspectos técnicos do ponto de vista de planejamento de obras e operações rodoviárias, PRI mostrou os cuidados que são adotados na composição dos investimentos estaduais e federais para que os serviços de conservação, manutenção e ampliação de estradas não sejam jamais interrompidos ao final de cada administração.
Representantes de diversas empresas de engenharia relataram vivência em obras recentes que remetem à lembrança de trabalhos pioneiros. E demonstraram que a prática da engenharia, nos cases ali apresentados, adquire feição moderna, na medida em que pode contar com acompanhamento e gestão online, estejam elas nos sítios mais remotos, no Brasil ou no exterior, em razão das novas possibilidades das ferramentas de TI disponíveis na prateleira.
Salientamos o relato da Potencial Engenharia sobre a desmontagem, condicionamento, transporte, remontagem e comissionamento em novo local de uma unidade de recuperação de gás natural modular, da Petrobras, do município de Ipojuca (BA), até o município de Coari (AM), vencendo toda sorte de adversidades inerentes a uma aventura desse gênero, num traçado dessa extensão; a construção de uma unidade industrial de papel e celulose da Suzano, em Imperatriz do Maranhão, gerenciada pela Pöyry Engenharia, que fez o start up, dentro do prazo e custo orçado; e a construção e a montagem de uma linha de transmissão ao longo de um traçado de 2.375 km, de Rondônia até a região de Araraquara (SP), gerenciada pela Sistema PRI Engenharia
Modelagem 3D com cronograma permite melhor planejamento de obras
Da mesma forma, foram destacadas as obras do Parque Olímpico Rio 2016 e da Linha 4 do metrô carioca, ambas executadas por consórcios liderados pela Odebrecht, que estão sob intenso monitoramento da opinião pública; a construção do prédio do Museu da Imagem e do Som (MIS), também no Rio de Janeiro, cujos trabalhos se caracterizam pela seleção e emprego de técnicas avançadas, sobretudo na fase de fundações, sob a responsabilidade da Rio Verde Engenharia; e a montagem de um pipe rack de 9 km de extensão no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, da Petrobras, em Itaboraí (RJ), gerenciada pela Projectus Engenharia, cujo exíguo prazo não poderia ser cumprido não fosse a concepção modular adotada nos trabalhos, o que permitiu diversas frentes simultâneas de atividades na obra.
No conjunto, são obras que espelham a diversidade da “cultura” da engenharia brasileira e a necessidade de que sejam difundidas em todos os seus aspectos, em especial gerenciais.
O que fica, como exemplo ilustrativo para um País onde critérios de licitação de obras públicas e, depois, os critérios de gestão invariavelmente são escamoteados e dissimulados, e que por conta disso se tornam objetos frequentes de manifestações dos órgãos fiscalizadores, é que a gestão eficiente precisa ser uma exigência e uma prática comum, para inibir distorções. Ela é um instrumento a serviço da transparência e da moralidade para inibir corrupção e a subtração do dinheiro público, em todas as instâncias de governo. A seguir, a cobertura do evento, cujas matérias, técnicas, serão aprofundadas, no contato com gerenciadoras e construtoras, nas próximas edições de O Empreiteiro.
Este II Workshop teve o copatrocínio das empresas Oracle/Primavera em conjunto com Verano, Bentley, Autodesk e Mega Construção. E contou com o apoio institucional das entidades Sinicesp, Abemi, Clube de Engenharia, Sicepot-MG, Sinaenco e Abece. Os debates que se seguiram tiveram, como moderadores, os jornalistas Josephy Young (diretor editorial) e Nildo Carlos Oliveira (consultor editorial) da revista.
Fonte: Revista O Empreiteiro