Newsletter eletrônico da ENR ,que tem O Empreiteiro como parceiro editorial exclusivo no Brasil, salienta também a ambição chinesa em trens de alta velocidade (TAV)
e a lentidão dos esforços de reconstrução no Haiti
O desastre com o poço em águas profundas no campo Mancando da BP no Golfo do México só tem uma certeza – os prejuízos ambientais são gigantescos e levarão anos para serem reparados. O vazamento submarino a 64 km das costas de Louisiana, nos Estados Unidos, começou após uma explosão a bordo da plataforma semi-submersível Deepwater Horizon, no dia 20 de abril último.
O óleo e o gás trazidos pelo poço a 6 mil m abaixo do leito do oceano, sob 1700 m de água, ao chegar na superfície entrou em combustão. Dos 126 membros da tripulação, 11 estão desaparecidos e 17 feridos. Dois dias depois, uma segunda explosão afundou a plataforma. Operada pela Transocean, da Suíça, a plataforma é responsabilidade legal da BP, arrendatária do campo petrolífero.
O vazamento atinge um volume estimado de 210 mil galões de óleo por dia. As investigações apontam que o acidente ocorreu quando foi concluída a concretagem em torno do furo do poço, criando um revestimento que passou por teste de pressão. Entretanto, este revestimento entrou em colapso por causa ainda desconhecida, impedindo que o BOP funcionasse. BOP é uma válvula que deveria vedar o poço em casos de acidente e pesa 450 t.
Uma força tarefa acionada pelo governo americano mobilizou nove veículos de controle remoto (ROV) no leito do mar para apoiar os trabalhos para estancar o fluxo de óleo. Uma medida que está sendo analisada pela BP é remover o BOP defeituoso e recolocar um novo. Outra já decidida é instalar um domo de contenção sobre um dos vazamentos – uma caixa de 98 t, que vai captar o óleo flutuando à superfície e bombeá-lo para uma embarcação-reservatório. Uma solução definitiva seria perfurar um poço de alivio, num prazo de 90 dias, e tamponar o poço danificado.
O BP está gastando US$ 6 milhões por dia nos trabalhos de limpeza. A recuperação das áreas costeiras atingidas deve custar cerca de US$ 4,5 a 6 bilhões. O acidente já paralisou o projeto do governo em liberar novas áreas para exploração no mar nas costas dos EUA.
China quer ser construtor global de TAV
A participação de empresas chinesas na concorrência do TAV no Brasil não é uma proposta isolada. A estatal China Railway Construction Corp. (CRCC) atua hoje em 60 países, produzindo 40% da sua receita no exterior. São 42 projetos no exterior, no valor de US$ 22 bilhões, do qual US$ 8 bilhões foram contratados em 2009. Obras variam de um VLT sob concessão em Tel Aviv, Israel, a um TAV na Arábia Saudita, capaz de ligar Meca a Medina em 30 minutos, à velocidade de 360 km/h. Duas linhas TAV transcontinentais estão sendo planejadas, uma até a Alemanha através da Rússia, outra atravessando o sul da Ásia, ligando o Oriente Médio a Londres, numa viagem de dois dias.
A massa crítica para esse rápido crescimento da engenharia chinesa provém das extensas obras domésticas, que receberam recursos do pacote de estímulo de US$ 59 bilhões lançado pelo governo em 2008. O financiamento de bancos da China, a juros baixos, cria um fator de competitividade quase imbatível.
Vasta população ainda vive em tendas no Haiti
Quatro meses após os terremotos que abalaram o Haiti, os esforços de reconstrução financiados por diversos países parecem produzir poucos resultados palpáveis. O editor Tom Sawyer, da revista Engineering News Record e Jenna McKnight, diretor de jornalismo da McGrawHill Construction, passaram uma semana naquele país e enviaram um relato exclusivo que pode ser visto no site www.enr.com
Alguns pontos importantes desse relato: há US$ 9,8 bilhões doados por vários países para a reconstrução de Haiti, que aguarda, entretanto, a aprovação de projetos adequados para serem desembolsados;
O total de entulho chega a 25 milhões de m³, que vai levar cerca de três anos para serem removidos e destinados a locais apropriados; 1,3 milhões de pessoas estão morando em tendas improvisadas na capital Porto Príncipe, além de 600 mil que deixaram a região e estão alojadas precariamente pelo pais. As fortes chuvas de estação foram esperadas no início de maio e a temporada de ciclones começa em junho.
Inglaterra avança projetos de estocagem de CO2
Quatro projetos de demonstração em escala industrial para captação e estocagem de CO2 produzido por termelétricas de carvão foram aprovados na Inglaterra, devendo receber vultosos subsídios públicos. O Departamento de Energia e Mudança Climática (DECC) vai decidir em 2011 entre dois projetos, um da EON UK e outro da Scottish Power, que visam a captar as emissões de uma termelétrica a carvão de 400 MW, e o CO2, que devera ser transportado e estocado sob o Mar do Norte por volta de 2014.
A empresa escocesa vai realizar o retrofit de uma termelétrica existente, perto de Edinburgh, e o CO2 será drenado no Mar do Norte. O consórcio é formado ainda pela Aker norueguesa e a Shell Upstream Europe. A EON vai construir uma nova planta termelétrica perto de Londres, empregando a tecnologia supercrítica, e tem como parceiros a Mitsubishi Heavy Industries, do Japão, e Foster Wheeler.
Deslizamento
do Morro da Bumba em Niterói-RJ
Esta edição Insider traz matéria sobre o deslizamento do Morro da Bumba, em Niterói, RJ, produzido pela redação da revista O Empreiteiro, que tem uma parceria editorial exclusive com a revista Engineering News Record.
Fonte: Estadão