Metrô carioca rumo a Ipanema Mais um bairro é beneficiado com transporte sobre trilho No dia 30 de março de 2007 o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou de metrô, no Rio de Janeiro, até a recém-inaugurada Estação Cantagalo, em Copacabana, na Linha 1, onde detonou uma pedra que se encontrava no túnel subterrâneo. Estavam iniciadas, simbolicamente, as obras de expansão da Linha 1, em direção a Ipanema. O projeto prevê a construção de um túnel de 780 m de extensão, a maior parte em rocha, com mais uma estação, na Praça General Osório, em Ipanema. O custo total do projeto está orçado em cerca de R$ 472 milhões, R$ 305,7 milhões dos quais a serem financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O restante terá a contrapartida do Estado, com recursos do Tesouro. O financiamento é por um período de 180 meses, com carência de 42 meses e amortização em 138 meses, à taxa de 2% ao ano, sendo indexado pela TJLP. O total estimado para a execução da expansão inclui a compra de mais quatro trens, com seis carros cada, mais sistemas. Para esses fornecimentos serão abertos processos de concorrência internacional. Mas as obras já estão contratadas. Ficará responsável pelo serviço a Norberto Odebretch, que em 1986 ganhou a concorrência para a construção do lote Cantagalo-General Osório, que desde então permanecia engavetado. A Estação General Osório terá três plataformas: uma central para embarque e duas laterais de desembarque. Construída em rocha, ela dará acesso à Praça General Osório por meio de um túnel sob a Rua dos Jangadeiros. Com o prolongamento da Linha l, da Siqueira Campos até General Osório, passando pela Estação Cantagalo, a previsão é de um acréscimo de 90 mil passageiros/ dia – o equivalente a um aumento de demanda da ordem de 19% sobre a média diária de 500 mil passageiros/dia. Para garantir o pleno atendimento desse crescimento da demanda, a Rio Trilhos, empresa estatal responsável pelos projetos de expansão do metrô carioca, pretende abrir licitação a outros projetos paralelos. O principal deles é a construção de dois novos acessos interligando as plataformas das Linhas l e 2 na Estação Estácio. Cada acesso terá uma escada rolante e uma fixa, que possibilitarão a redução dos problemas de saturação nesta estação, hoje considerada um dos gargalos do sistema. A construção dos dois acessos vai aumentar em 25% a capacidade de transferência entre as linhas, o que significa receber 13 mil passageiros/hora. Atualmente, a capacidade de absorção de passageiros na Estação Estácio está esgotada, o que restringe o crescimento da demanda na Linha 2. Para esse projeto serão necessários recursos da ordem de R$ 13 milhões. A Estação Afonso Pena (Linha 1), na Tijuca, zona norte do Rio, também vai sofrer transformações. Uma escada rolante e duas plataformas laterais serão construídas para facilitar o acesso de portadores de deficiência física e de idosos. O Programa de Acessibilidade à Pessoas Deficientes e com Mobilidade Reduzida, introduzido em 1998, já adequou nove estações do Metrô Rio para o deslocamento de passageiros. Em 2006, a Opportrans concessionária do metrô do Rio de Janeiro investiu R$ 25 milhões no sistema, o que representou mais do que o dobro do total aplicado no ano anterior (R$ 11,1 milhões). Cerca de 50% deste valor foi investido na aquisição de sistemas de bilhetagem eletrônica e de controle de tráfego, para atender a todas as futuras expansões do Metro. O sistema conta com uma frota total de 182 carros (34 trens), que percorrem os 15,1 km da Linha 1, que liga a Praça Saenz Peña, na Tijuca, Zona Norte da Cidade, a Cantagalo, em Copacaba, na Zona Sul; e 21,7 km da Linha 2, que vai da Pavuna, subúrbio da Zona Norte, ao Estácio, no Centro. É nesse ponto que as duas linhas se encontram e onde ocorre a transferência dos passageiros de uma linha para a outra. Existem hoje cinco projetos de expansão do sistema. O maior deles é o da Linha 3, que estabelece uma ligação entre a Estação Carioca, no centro da cidade, até São Gonçalo, e, posteriormente, a Itaboraí, na Região Metropolitana, através de um túnel passando sob a Baía de Guanabara. É a linha de metrô com maior possibilidade de implantação a curto prazo, por atender a uma demanda estimada em cerca de 350 mil passageiros/dia, oriundos de áreas muito adensadas e carentes de transporte de massa, especialmente do município de São Gonçalo. (P.E.S)
Fonte: Estadão