Minicidade sustentável

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Empreendimento terá 1,7 milhão de m2 de área construída. As primeiras 15 torres foram entregues
 

Cidade Pedra Branca materializa o conceito de morar e trabalhar no mesmo lugar.  Até 2040, o local poderá reunir 80 mil pessoas entre residentes e não residentes

Lúcio Mattos

 

Um empreendimento imobiliário com o intuito de estabelecer um bairro autossuficiente, quase uma minicidade, começa a ganhar corpo no município de Palhoça (SC), na Grande Florianópolis, distante 20 km do centro da capital catarinense. Batizado de Cidade Pedra Branca, o plano urbanístico prevê um complexo multiúso com 1,7 milhão de m² de área construída, distribuída em 47 quadras, com cerca de 12 mil unidades habitacionais e comerciais.

 

O valor bruto de venda de todos os imóveis – o chamado VGV no jargão imobiliário – é estimado em R$ 6 bilhões pela Pedra Branca Empreendimentos Imobiliários, administradora do negócio.

 

O projeto teve início em 1999, quando foi criada uma sociedade para incorporar uma fazenda de 250 ha, de propriedade dos investidores. No momento, 10% do que está em projeto já está implantado.

 

“A Pedra Branca é um modelo bem-sucedido de projeto urbanístico com práticas sustentáveis”, explica Renato Ramos, gerente de Negócios do empreendimento. “Acreditamos que as cidades são a solução para termos um mundo mais equilibrado e sustentável, pois é nela que nossa realidade acontece. Se tivermos cidades mais humanas, mais compactas e conectadas, certamente caminharemos para um mundo mais sustentável.”

 

Desde os primeiros passos, a bússola foram os princípios do chamado “Novo Urbanismo”, uma corrente de pensamento urbanístico surgida nos Estados Unidos, nos anos 90 do século passado, que busca soluções para o crescimento exagerado das cidades modernas, dependentes do automóvel. O diagnóstico, aplicado à maior parte dos aglomerados urbanos brasileiros, é de que, junto com a abertura de autopistas e avenidas largas, estabeleceu-se a prática de deslocamento da população por grandes distâncias entre o local de moradia e o de trabalho.

 

Assim, ampliou-se a divisão entre os espaços comerciais e habitacionais, fazendo com que o ambiente urbano perdesse a mistura e convivência de diferentes públicos, distanciando o morador da própria cidade.

 

O plano do “Novo Urbanismo” – e da Cidade Pedra Branca, por consequência – é recuperar o sentido de centro da cidade, estabelecendo moradia, trabalho, educação, comércio, serviços e lazer a distâncias confortáveis para serem percorridas a pé ou de bicicleta.

 

Quando completo, em 2040, o projeto prevê um público circulante de 80 mil pessoas, metade morando e metade trabalhando ou estudando na Pedra Branca. Dessa forma, o bairro-cidade teria 40 mil moradores, 30 mil pessoas que a ele viriam para trabalhar e 10 mil estudantes no campus da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina), em funcionamento no bairro desde 1996.

 

Empreendimento combina áreas construídas com extensas áreas verdes

 

Atualmente, o empreendimento conta com 150 mil m² de área construída, incluindo 15 torres. Em 2013 foram entregues as duas primeiras quadras de uso misto, com dez edifícios de apartamentos, escritórios e lojas comerciais (Condomínio Pátio da Pedra), além de outros dois edifícios de escritórios (Office Green e Inaitec).

 

Neste ano foi inaugurado o Passeio Pedra Branca, uma alameda comercial que funciona como um shopping center a céu aberto, envolvendo 30 operações, com supermercado, farmácia, loja de bicicletas e 11 restaurantes. “Em agosto serão entregues mais 200 novos apartamentos e em 2016 outras 200 salas comerciais”, afirma Renato Ramos.

 

Atualmente, a Cidade Pedra Branca tem 5 mil moradores, outras 5 mil pessoas que vão ao bairro diariamente para trabalhar e 7 mil estudantes. Cerca de 200 empresas já estão instaladas no complexo, que respondem por aproximadamente 6 mil empregos.

 

Fundação Clinton

A atenção à sustentabilidade no empreendimento fez com que a Cidade Pedra Branca fosse convidada pela Fundação Clinton (a ONG criada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton) a participar de uma iniciativa chamada Desenvolvimento do Clima Positivo, parte da Clinton Climate Initiative.

 

A ONG dos Clinton trabalha com governos e empresas em todo o mundo para desenvolver soluções locais, que sejam sustentáveis econômica e ambientalmente. O programa para o qual a Cidade Pedra Branca foi convidada visa apoiar o planejamento e implementação de empreendimentos imobiliários e estabelecer padrões pelos quais os construtores possam medir o impacto sobre o clima.

 

O projeto de Palhoça é o único da América do Sul entre os 18 projetos selecionados pela Fundação Clinton.

 

Os investidores

A Cidade Pedra Branca é um empreendimento que tem dois sócios, a Família Gomes e a ESPB (Espírito Santo Property Brasil). A Família Gomes é proprietária da Cerâmica Portobello, uma companhia que fabrica porcelanatos, pisos e revestimentos cerâmicos com sede em Tijucas (SC), com receita líquida de R$ 950 milhões em 2014. A família também possui uma empresa de soluções logísticas em Itajaí (SC), a Multilog.

 

A ESPB tem sede em São Paulo (SP) e é uma sociedade entre os portugueses Grupo Espírito Santo-Rioforte e o empresário brasileiro Oscar Americano.

 

Cidade Pedra Branca (SC)

 

– Localização: Palhoça (SC) – Grande Florianópolis

– Área construída projetada: 1,7 milhão de m²

– Área construída atual: 150 mil m²

– Unidades habitacionais e comerciais previstas: 12 mil

– Valor Bruto de Venda (VGV): R$ 6 bilhões*

– População esperada: 80 mil pessoas

– População atual: 17 mil pessoas**

– Investidores: Família Gomes e ESPB (Espírito Santo Property Brasil)

 

*Estimado pelo empreendimento/**Incluindo público flutuante

Fonte: Redação OE


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