Nova diretoria do Sinaenco propõe redesenhar o futuro do País

“Caminante, no hay camino: El camino se hace al andar”

José Roberto Bernasconi, do Sinaenco

O engenheiro José Roberto Bernasconi, que já foi presidente nacional do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco) nos biênios 2006-2007 e 2008-2009 e presidente da Regional São Paulo desde 2010, volta à presidência nacional da entidade com um discurso em que defende o planejamento do futuro do País. E expôs o que fazer — e como fazer — invocando dois versos do poeta espanhol Antonio Machado, publicados acima como epígrafe.

Com uma diretoria renovada, em que a Regional São Paulo passa a contar, na presidência, com o engenheiro Carlos Roberto Soares Mingione, o programa da entidade para o biênio 2014-2015 defende o reencontro do Brasil com o caminho do desenvolvimento. “Hoje”, diz Bernasconi, “estamos sem rumo e não temos convicções”.

Em seu discurso, ele reconhece que o Brasil mudou e que hoje seria impossível imaginar uma realidade, semelhante à de 1988, quando a inflação anual brasileira era da ordem de 1.037%, menos da metade do que se verificou em 1993, quando ela chegou a 2.708%. Lembrou que em 1988 “éramos 144 milhões de brasileiros, com um PIB de US$ 425 bilhões; hoje, com uma população de 200 milhões de habitantes, o PIB brasileiro é da ordem de US$ 2,3 trilhões.

Essa mudança, no entanto, está longe de significar, segundo a interpretação do novo presidente do Sinaenco, que o Brasil está no melhor dos mundos. Ao contrário, “patinamos no planejamento e na definição e formatação das concessões e PPPs”. E ele chama a atenção para o fato de que as obras de mobilidade urbana e de aeroportos para a Copa, que começa em junho próximo, correm o risco de ficar, em sua maior parte, para “depois da Olimpíada de 2016”.

Ele alerta que o planejamento precisa ser levado a sério pelos governantes e que o bom projeto é instrumento insubstituível na execução de boas obras. Lembrou metáfora expressa pelo ex-presidente da entidade Cristiano Kok de de que “o bom projeto é como a partitura de uma sinfonia ou de uma ópera. Se for ruim, não há orquestra que dê jeito nas imperfeições”.

Em tom mais contundente, disse que o bom projeto é “uma vacina anticorrupção”, pois permite construir sem surpresas futuras, definindo o objeto a ser construído com qualidade, custo e prazo corretos.

O engenheiro João Alberto Viol, que deixa a presidência nacional e assume a vice-presidência de Gestão e Assuntos Internacionais, diz que realizou uma gestão voltada para a consolidação da entidade, que ora comemora 25 anos de atividades. Na solenidade houve o lançamento do livro sobre os 25 anos da entidade e lembrada a mulher que deixou sua presença marcada nos trabalhos do Sinaenco: a engenheira Norma Gebran Pereira, que a revista O Empreiteiro também homenageia.

(Nildo Carlos Oliveira)

Fonte: Revista O Empreiteiro

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