Novas marcas da Coreia e China promovem 2ª onda de globalização

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Usuários aplaudem novo leque de opções, mas fabricantes nacionais reclamam do Custo Brasil que

prejudica sua competitividade

Diante do panorama de crescimento sustentável que se vislumbra para a economia do Brasil, instala-se um verdadeiro clima de festa entre as fábricas e representantes do setor de máquinas e equipamentos para a construção. Para eles, tudo indica que o País, logo após a definição eleitoral, terá um final de ano excepcional e um 2011 melhor ainda, do ponto de vista de incremento das vendas e de realização de novos negócios.

Alguns dos players que atuam nesse mercado vão além e profetizam um período de cinco ou seis anos de crescimento, em função da enorme quantidade de obras represadas durante anos e das perspectivas do que será necessário para fazer frente às demandas suscitadas pelos planos do governo federal, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Minha Casa, Minha Vida, a construção de hidrelétricas, ferrovias e estradas, e pela realização da Copa do Mundo de Futebol 2014 e da Olimpíada 2016.

Números estatísticos da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) mostram que o setor de máquinas e equipamentos vem apresentando crescimento contínuo desde o ano de 2000, na produção e na venda de produtos nacionais e importados, com expressivo incremento a partir de 2003.

O faturamento nominal em crescimento da indústria de máquinas e equipamentos, que alcançou durante os primeiros oito meses de 2010 o montante de R$ 70 bilhões, 14% superior ao mesmo período de 2009, se deve em parte ao Programa de Sustentação dos Investimentos (PSI), implementado desde junho do ano passado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Apesar da política desenvolvimentista a taxas de 5,5% ao ano para financiamentos ter sido fundamental para minimizar os efeitos da crise financeira de 2009, segundo o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, nos próximos meses há tendência de queda no aumento do faturamento da indústria de bens de capital mecânico. Essa retração deverá acontecer caso haja a redução dos recursos da Finame no financiamento do setor.

A produção, por exemplo, pulou de 7.087 unidades, em 2000, para 24.671, em 2008. As exportações de máquinas, que cresceram até 2007, apresentaram uma pequena queda em 2008. Mesmo assim, foi de 2.268 unidades exportadas, em 2000, para 11.036, em 2008. (Veja o gráfico)

De acordo com Luiz Aubert Neto, presidente da Abimaq, somente as importações vindas da China cresceram 57% no primeiro semestre de 2010, em comparação com o mesmo período de 2009. Em 2005, a China não aparecia entre os dez principais países de origem das importações brasileiras. Hoje, já é o terceiro colocado e, ainda em 2010, deverá ser o segundo, superandoa Alemanha, o maior fabricante de bens de capital do mundo.

Estudo recente da Abimaq mostra que as importações do setor em geral, de janeiro a agosto deste ano, contabilizaram US$ 15,5 bilhões FOB contra US$ 12,1 bilhoesFOB calculados em 2009.

Aubert argumenta que, até o fim do ano, o setor acumulará um déficit equivalente a US$ 12 bilhões, se não forem tomadas medidas para reverter a entrada de produtos do mercado internacional que concorrem, de maneira desigual, com os do mercado nacional, uma vez que o “Custo Brasil” diminui a competitividade das máquinas e equipamentos produzidos aqui frente aos similares de outros países, principalmente da China.

“Detemos a maior taxa de juros do mundo, maior número de impostos e tributos em um só produto. Isso, comparado aos equipamentos chineses, de menor valor agregado, se torna uma competição predatória. O pior é que o próprio País (Governo) ajuda nesta competição desigual”,

reclama Aubert, apontando para as sucessivas altas dos juros (taxa Selic) promovidas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, além da falta de normas e medidas para reverter o quadro.

A reportagem da revista O Empreiteiro entrou em contato, pessoalmente, por telefone ou e-mail, com diversos fabricantes e distribuidores que atuam no segmento de máquinas e equipamentos para construção e infraestrutura. O resultado dessa consulta está nesta edição, pelo menos no que se refere aos que puderam ou se dispuseram a responder aos questionamentos apresentados.

Fábrica e nova filial

Entre os entusiastas do mercado brasileiro, está Roberto Mazzutti, diretor comercial da Brasil Máquinas e Equipamentos Pesados (BMC), empresa que representa nacionalmenteas marcas Hyundai, Shantui, XCMG e Zoomlion, entre outras, o que lhe confere uma linha de cerca de 150 tipos de equipamentos.

A coreana Hyundai, por exemplo, já divulgou pela imprensa nacional que planeja investir, até meados de 2011, US$ 150 milhões na implantação de uma fábrica de máquinas e equipamentos para construção, que deverá ter capacidade de produção de cerca de 5 mil unidades por ano, entre escavadeiras, retroescavadeiras e pás-carregadeiras. São quatro os estados que disputam o acolhimento dessa unidade de produção – São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

A BMC também está investindo na ampliação de suas filiais. Segundo Mazzutti, a empresa vai inaugurar uma nova loja no Rio de Janeiro, no Shopping StationMall, na Barra da Tijuca, bem em frente à Cidade Universitária. “Essa é uma iniciativa inédita e inusitada, pois estamos deslocando o eixo de localização de empresas desse setor para uma nova região da capital fluminense”, destaca o diretor comercial.

Essa nova empreitada, segundo ele, “é mais um sinal claro de que a empresa acredita fortemente no crescimento do mercado nacional de máquinas e equipamentos”. A empresa tem, atualmente, 11 distribuidores para equipamentos de construção e 17 para empilhadeiras.

Participação

Com flagrante entusiasmo em relação ao mercado brasileiro, a BMC busca participação de 10% do mercado de pás-carregadeiras e 20% do mix total de escavadeiras (de 5,5 t a 80 t), que hoje responde por 17%. Para o segundo semestre de 2011, a empresa prevê o fornecimento também de retroescavadeiras da montadora Hyundai.

Em relação a outras marcas, Mazzutti avisa que pretende intensificar as vendas com os novos modelos de motoniveladoras da Xuzhou Construction Machinery Group (XCMG), que teve o projeto chinês original modificado, com a ajuda da BMC, para atender às exigências e características do mercado brasileiro. Segundo o diretor da empresa, as fábricas chinesas têm a característica de se adaptarem e de acolherem rapidamente às novas exigências e necessidades de cada mercado.

A Brasil Máquinas acaba de fechar um acordo com a XCMG para a implantação de uma fábrica de motoniveladoras e rolos compactadores no Brasil. A empresa brasileira já distribui os produtos da empresa chinesa desde 2007.

A primeira fase dessa jointventure (com XCMG) será implantada na distribuidora da Brasil Máquinas que já opera no Espírito Santo. O aporte inicial será integralmente da companhia brasileira e deve chegar a US$ 15 milhões. Até o final de 2010, a XCMG terá 20% do negócio e deverá investir outros US$ 10 milhões.

Segundo Rick Ren, representante da XCMG no Brasil, em 2011 um novo local será definido para a instalação definitiva da planta fabril. “Precisamos de um local com, pelo menos, 12 mil m², pois prevemos uma produção anual de 400 rolos compactadores e 400 motoniveladoras, com projeção de faturamento de R$ 160 milhões já para 2011”, comenta o executivo.

Segundo o presidente da Brasil Máquinas, Felipe Cavalieri, o aquecimento do setor de infraestrutura brasileiro, influenciado por obras do PAC (Programa de Acelera&

ccedil;ão do Crescimento), e os projetos previstos para atender a Copa do Mundo e as Olimpíadas, foram decisivos para a decisão de parceria. “Temos a oportunidade de trazer ainda mais investimentos externos, beneficiando a indústria nacional como um todo”, salienta.

Outra empresa chinesa que está entrando com força total no Brasil, segundo Mazzutti, é a Zoomlion, oferecendo uma grande variedade de bombas de concreto – estacionárias, embarcadas e rebocáveis, entre outras.

Assistência técnica e peças

Ao ser questionado sobre o que se diz a respeito eventual demora no atendimento de peças e serviço pós-vendas das marcas importadas, como a Hyundai, Mazzutti argumenta que “isso só seria verdade se a sua empresa não estivesse crescendo à razão de 100% ao ano, quando o próprio mercado não está obtendo um crescimento nesse nível”.

Sobre a disponibilidade de peças de reposição, Mazzutti informa que a BMC está investindo pesado nesse quesito: “Estamos prestes a formalizar um pedido, para a Hyundai da Coreia, de US$ 8 milhões”. Com isso, a sua empresa se firmará como a primeira do mundo, em compra de peças da montadora coreana.

No ano passado, a BMC vendeu cerca de 900 máquinas de construção, no Brasil, praticamente o mesmo número obtido em 2008. Em 2010, a previsão é de fechar o ano com a venda de 1,6 mil máquinas e cerca de 450 empilhadeiras:“Isso representa dobrar, tanto em empilhadeiras como em máquinas para construção, os números registrados em 2008, que, como se sabe, já foi um ano excepcional. Eu já estou contando com um incremento de 15%, para 2011”.

Ele acreditaque há muita obra “represada” por questões políticas. Depois da definição das eleições, Mazzutti acha que será desengavetada uma grande quantidade de contratos que estão parados,“o que poderá proporcionar um final de ano totalmente atípico para o setor”.

A partir do ano que vem, Mazzutti espera viver um período de cinco ou seis anos de crescimento. O cronograma de obras para a Copa e para a Olimpíada já está atrasado e tudo o que está previsto para sediar esses importantes eventos esportivos deverá acontecer nos próximos anos.

Reconhecimento do usuário

O desempenho e a qualidade dos equipamentos da Hyundai, cujo atendimento ao clienteé feito pela BMC, podem ser avaliados através do que disseram alguns usuários sobre a marca e os serviços da distribuidora.

Entre essas empresas, está a Penascal Engenharia e Construção que, além das 20 máquinas Hyundai que já possui, está em vias de adquirir outras três, conforme informa o gerente de Manutenção da construtora, Everton dos Santos. A empresa usa, basicamente, escavadeiras hidráulicas de 25t e 35t de capacidade, que são empregadas em limpeza de rios, carregamento de caminhões e em pedreiras.

De acordo com Everton, que trabalha na Penascal há mais de dez anos, “as escavadeiras são muito resistentes e apresentam um bom desempenho nas mais diversas atividades, dentro de uma obra”. Ele enfatiza que dificilmente tem de parar uma operação por problemas de falta de assistência ou de peças. “O fornecimento de peças de reposição da Hyundai é rápido e eficiente. Às vezes, o pessoal da assistência técnica nos orienta até por telefone, para tornar mais ágil o conserto da máquina e evitar o atraso da obra”, destaca o gerente da construtora.

Em outro ramo de atuação, a Pennant Serviços Marítimos, do Rio de Janeiro, que é uma operadora portuária, de armazenagem e movimentação de cargas, também emprega equipamentos da montadora coreana.

Segundo Orlando Kemp, superintendente da empresa, já foram adquiridos 26 empilhadeiras e quatro pás carregadeiras da Hyundai, entre os anos 2005 e 2006. De acordo com Kemp, “a compra desses equipamentos foi decidida pelo fato de serem, na época, as que apresentavam a melhor relação custo-benefício”. A empresa também faz uso de equipamentos da Mitsubishi, Milan, Hyster.

Segundo ele, com bom desempenho no atendimento de suas operações, as empilhadeir

as são empregadas em movimentação de carga em armazém coberto e em operações portuárias em pátio ao ar livre; e as pás carregadeiras trabalham em porão de navios para acomodação de carga, movimentação de tubos, em pátio ao ar livre, e em movimentação de granéis sólidos em área coberta.

O atendimento pós-venda, de acordo com Kemp, vem sendo aprimorado com vistas a resolver algumas dificuldades pontuais. Criterioso na sua análise, o superintendente da Pennant acredita que sempre há espaço para se buscar a melhoria do serviço. A empresa planeja a aquisição de novas máquinas e até renovação de frota.

Planos para 2012

O grupo Doosan, um dos quatro maiores fabricantes de escavadeiras hidráulicas e pás carregadeiras, com fábricas na Coreia, China e Bélgica, face ao crescimento da economia brasileira também planeja instalar uma unidade de produção de máquinas no País. “Provavelmente, isso será concretizado em 2012, quando teremos as nossas primeiras escavadeiras feitas no Brasil”, afirma Seil (Augustin) Kwon, diretor da Doosan Infracore do Brasil.

De acordo com ele, a empresa coreana pretende ter 40% de marketshare no País e na América Latina. “Apesar de termos entrado tarde no Brasil com escavadeiras, já que a Hyundai está aqui desde 2003, hoje já temos 10% desse mercado”, analisa Augustin.

Além das escavadeiras, as carregadeiras são outro forte da empresa no mercado nacional. Elas são comercializadas por empresas distribuidoras como Comingersoll, Renco e Romac. O diretor da Doosan destaca que os representantes têm plenas condições de dar suporte necessário aos clientes e mantêm, em estoque próprio, de 85% a 90% de todas as peças das máquinas.

Doosan produz os motores diesel que utiliza nos equipamentos, com tecnologia MAN. A empresa possui uma grande linha de equipamentos, entre os quais estão escavadeiras e carregadeiras de rodas. Ela controla também a marca americana Bobcat, considerada a pioneira das minicarregadeiras skidsteer, que desempenha múltiplas tarefas nos canteiros de obras, mediante a troca rápida de implementos, como rompedores, serras para cortar pavimentos, trados de perfuração, compactadores, vassouras, etc.

Augustin afirma que a Bobcat, embora já bastante conhecida no Brasil, tem amplo espaço para crescer nos segmentos de construção, prefeituras, concessionários de água, gás e rodovias, substituindo a mão de obra que está se tornando escassa e mais cara.

Fábrica no Porto de Suape

Há pouco tempo, chegou ao Porto de Suape, no Recife (PE), um navio da China carregado com máquinas XCMG. O carregamento de máquinas, que se destacou por ter sido, até então, o maior desse tipo já recebido pelo terminal marítimo, era composto por 87 equipamentos da marca chinesa, que também é representada no País pela empresa Êxito Importadora & Exportadora.

Foram 67 guindastes e 20 escavadeiras hidráulicas, num peso total de 3.167 t,que deverão atender à demanda de 22 revendedoras autorizadas distribuídas pelas cinco regiões do Brasil. Os equipamentos importados foram exclusivamente produzidos para o mercado brasileiro e devidamente tropicalizados para trabalhar no País.

A montadora chinesa, tida como a décima maior do mundo nesse do setor, planeja fabricar suas máquinas no País. A empresa já anunciou a construção de uma fábrica e dois centros de distribuição de peças, com a parceria da Êxito e investimento inicial de US$ 15 milhões. Esses empreendimentos estão sendo implantados no Porto de Suape. A empresa pretende, com base nesses empreendimentos, conquistar 8,5% do mercado brasileiro.

A parceria com a Êxito já dura cerca de três anos, sendo que a empresa brasileira informou oficialmente que atua como representante oficial para o mercado nacional e importador exclusivo de pás-carregadeiras e escavadeiras hidráulicas.

Também está em vias de entrar em funcionamento, como parte dos planos das empresas XCMG e Êxito, a criação de um Centro Logístico na capital pernambucana, que visa atender aos clientes em todo o Brasil. O País é o primeiro a receber plantas operacionais da XCMG. Em 2011, São Paulo

também terá um centro de peças da montadora chinesa.

Outra novidade da Êxito é a sua chegada ao Estado do Espírito Santo, mais exatamente à capital Vitória. Localizada na BR 101, km 291, Rodovia do Contorno, a revenda vai trabalhar com todos os modelos de máquinas da marca XCMG, além de prestar os serviços ao cliente, da venda ao pós-venda, incluindo assistência técnica.

Segundo Mário Orlandi Júnior, responsável pela nova loja, as expectativas em relação ao mercado capixaba são muito boas. “O estado vem crescendo acima da média nacional. Hoje, vivemos um grande momento de obras e expansão do nosso parque industrial, além de contarmos com muitos investimentos de grandes empresas, como a Petrobras, por exemplo. Pensando nisso tudo, tenho certeza de que a presença da Êxito e da XCMG por aqui não poderia ser em momento mais adequado”, explica.

Componentes de fontes conhecidas

Com foco no segmento de máquinas para construção, a Meggadig, representante de uma das maiores fábricas de equipamentos chineses, a Lonking, está buscando adaptar-se rapidamente ao mercado brasileiro para poder acompanhar o seu crescimento.

A empresa iniciou suas operações no Brasil em junho e, já no final de outubro, deverá ter suas instalações em Recife (PE) em pleno funcionamento. Além disso, a partir de 2011, ainda deverão ser abertas outras filiais – Rio de Janeiro, Minas Gerais, no Sul e no Norte do País.

“O nosso objetivo é estar presente onde as coisas estão acontecendo, com estrutura própria da Meggadig. Para isso, também teremos mais duas filiais em 2011 e vamos completar o nosso plano de expansão, em 2012”, informa Tadeu Buonicore, superintendente da Meggadig, empresa do Grupo Megga. A empresa já investiu US$ 5 milhões e prevê investir em torno de US$ 2 milhões com as novas filiais.

O seu portfólio é composto pelas seguintes linhas de equipamentos para construção da Lonking: escavadeiras, com três modelos disponíveis (máquinas para 7, 14 e 21 t); pás carregadeiras, também em três versões (com caçambas de 1 m3, 1,8 m3 e 3,0 m3); retroescavadeira 4×4, de 100 HP; e rolos compactadores.

“Nossos equipamentos são chineses, mas têm o trem de força de fabricantes internacionais de grande prestígio e totalmente conhecidos do comprador brasileiro. O motor, por exemplo, é da norte-americana Cummins, a transmissão e os eixos são da italiana Carraro, o comando é da japonesa Kawazaki, o câmbio é powershift, similar ao da Clark norte-americana”, explica o superintendente da Meggadig.

Isso, segundo ele, dá à empresa a certeza de que não haverá problemas com reposição de peças, porque são componentes que existem há muito tempo no Brasil e têm serviço de pós-venda assegurado.

Abrangência

Segundo Buonicore, o mais importante é mostrar credibilidade e confiabilidade. Para isso, a empresa se baseia em dois pontos fundamentais. “Primeiro, é importante frisar que o nosso equipamento tem qualidade e é feito com componentes plenamente conhecidos e aprovados pelo mercado mundial.Isso é bom para o cliente, porque passa credibilidade. Além disso,em segundo lugar, temos a melhor relação custo-benefício do mercado. Nossas máquinas são vendidas com preço entre 30% e 40% menores do que as dos fabricantes nacionais e cerca de 10% mais baratas do que as outras chinesas”.

Também faz parte da sua estratégia a venda do equipamento com demonstração ao vivo. Com uma sede em Cabreúva, no interior de São Paulo, além do estoque e da montagem das máquinas, a Meggadig tem um campo de demonstração de equipamentos onde o cliente poder fazer o testdrive com todos os modelos disponíveis no mercado nacional.

A prova de que esse sistema de venda funciona pode ser constatada, por exemplo, com o depoimento de um dos clientes da Meggadig, Mário Eduardo Di Rito, da Itabrás. Ele, que foi o primeiro a comprar uma pá carregadeira Lonking 835, por ocasião do seu lançamentoem Cabreúva, diz: “O que mais me agradou, de início, foi o preço. Foi no testdrive, entretanto, que eu pude perceber claramente que a máquina apresentava boas características de torque e dosistema hidráulico”.

Segundo ele, quando a máquina começou a trabalhar no seu porto de areia, em Jundiaí (SP), ele também pôde confirmar a agilidade no trabalho do equipamento. Os reais resultados positivos obtidos no dia a dia, paraDi Rito, já o animam a pensar em mais uma aquisição – agora uma escavadeira que já está em teste na sua empresa. “Eu já indiquei as máquinas Lonking para os amigos”, diz o diretor da Itabrás.

Seleção natural

Buonicore analisa que, com o boom da construção, “o mercado irá ganhar muitos aventureiros”, e, por isso, “haverá aqueles que, para ganhar dinheiro rápido, poderão buscar uma marca fora para, simplesmente, revendê-la no Brasil”. Mas, o superintendente da Meggadig destaca que isso, se acontecer, “será um engano muito grande”. “Hoje, não se vende apenas a máquina, pois o mercado exige também o atendimento de pós-venda. Para isso, é necessário ter profissionais competentes que, além do conhecimento do mercado e da pós-venda, também saibam qual é o produto adequado para cada cliente. Eu acredito que nós teremos, nos próximos dois ou três anos, uma verdadeira seleção natural dentro do mercado e somente ficarão aqueles que são profissionais e estão preparados tanto para venda como para a assistência posterior”, argumenta.

Hoje, na visão dele, a demanda está maior do que o parque fabril brasileiro pode suportar. “Com os números que estão aparecendo e o boom
Fonte: Estadão


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