Especialistas são praticamente unânimes em mencionar o metrô como a melhor opção de transporte de massa para grandes concentrações urbanísticas, já que o sistema proporciona rapidez no deslocamento, ao mesmo tempo em que rompe a segregação espacial de diferentes regiões de uma cidade.
Mas São Paulo levou tempo até se tornar o primeiro município brasileiro a investir em metrô.
Há registros que manifestam a intenção de um sistema de transporte de massa rápido e eficiente para a cidade desde o início do século XX, mas eles jamais passaram para o plano real. Por décadas, optou-se pela ampliação do sistema viário e pelo transporte coletivo sobre pneus.
Foi somente durante a década de 1960, quando era evidente a saturação do sistema viário, especialmente com o número excessivo de veículos que trafegavam pela região central paulistana, que saía do papel projetos para transporte de massa de alta capacidade na cidade.
No final de 1968, tiveram início as primeiras obras para a atual Linha 1-Azul. Àquela altura, São Paulo tinha uma população de 7 milhões de habitantes, já em posição de ultrapassar Paris e Londres, e contava com um sistema de transportes defasado. Pouco antes, um plano urbanístico básico da época recomendava, para aquele tempo, uma rede metroviária de 615 km de extensão (incluindo as linhas de trem urbano).
Em 1974, era inaugurado os primeiros 7 km da futura rede metroviária da cidade, entre Jabaquara e Vila Mariana (zona sul). No entanto, passados quase 40 anos, o metropolitano não se converteu no grande eixo estruturador do transporte e do crescimento urbano em São Paulo.
Hoje, com uma população metropolitana beirando 20 milhões de habitantes, São Paulo conta com uma rede de pouco mais de 74 km de extensão, com 64 estações (58 operadas pelo Metrô e 6 pela ViaQuatro), que atende diariamente 3,7 milhões de usuários.
Ainda que a maior parcela populacional da Grande São Paulo faça suas viagens por veículos motorizados, sobretudo ônibus e carros, o número de passageiros que utilizam o metrô tem crescido anualmente, gerando o risco de sobrecarga do sistema.
Cerca de 812 milhões de passageiros utilizaram o metrô paulistano em 2011, segundo um relatório da Companhia do Transporte Metropolitano de São Paulo. O valor é 7,7% superior em relação a 2010. Dessa forma, transporta anualmente 11 milhões de passageiros por km de linha, sendo o mais lotado do mundo, segundo a CoMet – um comitê que reúne os maiores metrôs do mundo.
“São Paulo precisa de 565 km de metrô. Vivemos um excesso de demanda no sistema, que está saturado porque a malha é ridiculamente pequena. Não dá para aliviar as linhas saturadas sem expansão”, critica Sergio Ejzenberg, engenheiro e mestre em Transporte Público pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. “É um absurdo que a resposta das autoridades seja investir em sistemas leves e de média capacidade como o monotrilho, que não resolve a demanda de alta capacidade da metrópole e corre o risco de nascer saturado.”
Metrô São Paulo
Número de passageiros por ano (em milhões) |
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2006 |
2011 |
|
Rede Total |
775 |
1.087 |
1-Azul |
335 |
434 |
2-Verde |
89 |
163 |
3-Vermelha |
332 |
427 |
5-Lilás |
18 |
63 |
Número de trens na rede do Metrô |
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2007 |
117 |
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2012 |
150 |
Fonte: Metrô de São Paulo
Fonte: Padrão