O dia-a-dia de quem usa MND para ampliar redes

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Na via se encontram, de um lado, uma perfuratriz horizontal Universal modelo 2222 e um carro de apoio e, do outro, a 186 m de distância em linha reta, uma bobina com tubo de polietileno de alta densidade (PEAD) de 63 mm de diâmetro. Vai começar mais um dia de trabalho de construção por método não destrutivo (MND) – sem abertura de valas na superfície – de uma rede de gás.
 

Antes, porém, várias ações são realizadas no local onde acontecerá a intervenção. Primeiro, até cinco dias antes, será feita na área mapeamento e identificação de interferências por meio de georeferenciamento.

 

Depois, é produzido um plano de furo e perfuração, gerado através de um programa (o Autocad), para evitar confronto no subsolo com redes diversas existentes de outras concessionárias. Se encontrar algo de difícil descrição, faz-se escavação no local para identificar do que se trata, e toma-se as devidas providências, em caso de necessidade.

 

Por fim, faz-se uma análise visual no dia da perfuração. Um documento deve ser preenchido para apontar possíveis riscos, desde ruídos, vazamentos de todo tipo, calor ou frio excessivo, iluminação insuficiente, esgoto a céu aberto, tipo de rede elétrica, terreno, trânsito, passagem de pedestres, presença de animais, dentre outros itens.

 

“Não se começa o trabalho sem realizar esta análise”, explica Kleber Ribeiro Camargo, da Mapsolo Engenharia. O engenheiro civil está no comando do trabalho da empresa em uma área atingida pelo programa Rede Integrada de Calçadas (RIC, voltado a atender residências unifamiliares), da Comgás, no bairro do Campo Limpo, na capital paulista. A Mapsolo realizará perfuração e adoção de 7,32 km de rede para a concessionária na região.

 

Perfuração

Voltando à ação do primeiro parágrafo deste texto, a cena acontece na Avenida Lucilo de Almeida, onde a Mapsolo inicia a perfuração por método não destrutivo, dentro do programado com a companhia de gás de São PauloA frente de trabalho desta obra conta com cerca de dez pessoas.

 

Por meio de valas (devidamente escavadas no dia do trabalho por um rompedor pneumático), processa-se a entrada da haste da perfuratriz. Por pressão de água, a haste chegará ao outro extremo pelo subsolo, onde se conectará à bobina com tubo de polietileno, para ser puxada pela máquina perfuratriz – um fuse leak, instalado entre a haste e a bobina, controla a força de empuxo e se rompe, caso sofra excesso de carga, para evitar danos ao tubo.

 

Kleber Ribeiro: Sem incômodo ao vizinho
 

Um navegador com equipamento de varredura Digitrak SE vai acompanhando da superfície, na linha de perfuração, se a haste segue caminho correto ao projetado – na haste que perfura o solo, um campo magnético acionado envia mensagem ao detector na rua, nas mãos do navegador, que monitora profundidade, inclinação e ângulo de rotação da perfuração.

 

O navegador fica permanentemente em contato com o operador da máquina perfuratriz sobre o andamento dos trabalhos. A haste “navega” a cerca de 1 m de profundidade.

 

Como cada bobina conta com 100 m de tubo, e o serviço a ser executado naquele trecho possui 186 m, uma nova bobina será usada – uma luva de encaixe com eletrofusão fará emenda das duas bobinas, por meio de soldagem; na soldagem a luva derrete e se adere aos dois extremos dos tubos.

 

Terminado este serviço de perfuração, a empresa irá para outra frente de trabalho. No dia, a Mapsolo previa fazer 400 m de perfuração para colocação de rede da Comgás.

 

Posteriormente, serão construídos o ramal da tubulação às unidades habitacionais atingidas na via, por meio de contrato específico ainda a ser definido.

 

O engenheiro Kleber Ribeiro Camargo, da Mapsolo, conta que “as interferências, principalmente de rede de água, são as mais constantes” e que requerem cuidado. Ele diz ainda que não incomodar a vizinhança na hora dos serviços é uma preocupação permanente.

 

A Mapsolo Engenharia montou um canteiro em Taboão da Serra, município limítrofe com o bairro do Campo Limpo, onde realiza o trabalho para a Comgás, para atender a este projeto.

 

Perfuratriz, bobina com tubo de PEAD e controle na construção da rede

Fonte: Revista O Empreiteiro


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