Antes, porém, várias ações são realizadas no local onde acontecerá a intervenção. Primeiro, até cinco dias antes, será feita na área mapeamento e identificação de interferências por meio de georeferenciamento.
Depois, é produzido um plano de furo e perfuração, gerado através de um programa (o Autocad), para evitar confronto no subsolo com redes diversas existentes de outras concessionárias. Se encontrar algo de difícil descrição, faz-se escavação no local para identificar do que se trata, e toma-se as devidas providências, em caso de necessidade.
Por fim, faz-se uma análise visual no dia da perfuração. Um documento deve ser preenchido para apontar possíveis riscos, desde ruídos, vazamentos de todo tipo, calor ou frio excessivo, iluminação insuficiente, esgoto a céu aberto, tipo de rede elétrica, terreno, trânsito, passagem de pedestres, presença de animais, dentre outros itens.
“Não se começa o trabalho sem realizar esta análise”, explica Kleber Ribeiro Camargo, da Mapsolo Engenharia. O engenheiro civil está no comando do trabalho da empresa em uma área atingida pelo programa Rede Integrada de Calçadas (RIC, voltado a atender residências unifamiliares), da Comgás, no bairro do Campo Limpo, na capital paulista. A Mapsolo realizará perfuração e adoção de 7,32 km de rede para a concessionária na região.
Perfuração
Voltando à ação do primeiro parágrafo deste texto, a cena acontece na Avenida Lucilo de Almeida, onde a Mapsolo inicia a perfuração por método não destrutivo, dentro do programado com a companhia de gás de São Paulo. A frente de trabalho desta obra conta com cerca de dez pessoas.
Por meio de valas (devidamente escavadas no dia do trabalho por um rompedor pneumático), processa-se a entrada da haste da perfuratriz. Por pressão de água, a haste chegará ao outro extremo pelo subsolo, onde se conectará à bobina com tubo de polietileno, para ser puxada pela máquina perfuratriz – um fuse leak, instalado entre a haste e a bobina, controla a força de empuxo e se rompe, caso sofra excesso de carga, para evitar danos ao tubo.
Um navegador com equipamento de varredura Digitrak SE vai acompanhando da superfície, na linha de perfuração, se a haste segue caminho correto ao projetado – na haste que perfura o solo, um campo magnético acionado envia mensagem ao detector na rua, nas mãos do navegador, que monitora profundidade, inclinação e ângulo de rotação da perfuração.
O navegador fica permanentemente em contato com o operador da máquina perfuratriz sobre o andamento dos trabalhos. A haste “navega” a cerca de 1 m de profundidade.
Como cada bobina conta com 100 m de tubo, e o serviço a ser executado naquele trecho possui 186 m, uma nova bobina será usada – uma luva de encaixe com eletrofusão fará emenda das duas bobinas, por meio de soldagem; na soldagem a luva derrete e se adere aos dois extremos dos tubos.
Terminado este serviço de perfuração, a empresa irá para outra frente de trabalho. No dia, a Mapsolo previa fazer 400 m de perfuração para colocação de rede da Comgás.
Posteriormente, serão construídos o ramal da tubulação às unidades habitacionais atingidas na via, por meio de contrato específico ainda a ser definido.
O engenheiro Kleber Ribeiro Camargo, da Mapsolo, conta que “as interferências, principalmente de rede de água, são as mais constantes” e que requerem cuidado. Ele diz ainda que não incomodar a vizinhança na hora dos serviços é uma preocupação permanente.
A Mapsolo Engenharia montou um canteiro em Taboão da Serra, município limítrofe com o bairro do Campo Limpo, onde realiza o trabalho para a Comgás, para atender a este projeto.
Fonte: Revista O Empreiteiro