Comentaristas políticos dizem que será travada uma luta quase fratricida entre o novo e o velho nas eleições paulistanas. Mas, onde está o novo? E onde está o velho? O novo tem-se apresentado, em algumas vezes, conforme dizia o antigo Jânio Quadros, com a cara de ontem e com as ideias de anteontem. E o velho, embora algumas vezes exponha ideias novas, não conseguiu, durante todo o tempo em que permaneceu no poder, ou na órbita dele, inovar o que quer que fosse.
O que existe são extremos. De um lado, a posição de quem ficou na extremidade à direita e, de outro lado, a posição de quem tentou ficar timidamente na extremidade à esquerda.
A gente sabe o que o velho já fez e intui o que o novo pode fazer nas questões de obras de infraestrutura, habitação, segurança, saneamento e por aí afora. No caso, a “velhice” não significou austeridade, cuidado com a coisa pública, rigor no trato do dinheiro do contribuinte. Ela ficou marcada, em sua extremidade, por uma nódoa difícil de ser eliminada. Já o novo, exposto por políticos envelhecidos, não teve a ousadia para um enfrentamento maior com as questões urbanas da periferia abandonada ou do centro deteriorado.
O político recente, que acaba de desembarcar na cidade, pretenderia unir fragmentos das duas extremidades do velho e do novo. É um jogo que aproveitaria o tempo que a junção lhe proporcionaria na TV a fim de atirar poeira nos olhos do principal interessado: o cidadão. E este, se não tomar cuidado, será, novamente, o alvo do prejuízo político provocado pela manipulação dos farsantes. Porque, para estes, o importante é a continuidade do poder. A qualquer preço.
Fonte: Nildo Carlos Oliveira