Testemunha ocular da história da Engenharia brasileira

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O cenário possivelmente esteja completo. Nem seria plausível imaginar que esta edição da revista O Empreiteiro, pensada e articulada como peça comemorativa dos seus 40 anos (2002) de atuação ininterrupta, nos múltiplos segmentos da Engenharia, Infraestrutura e Construção, pudesse abranger, em todas as suas nuanças e complexidades, a trajetória de homens, projetos e obras que, ao longo desse período, transformaram e modernizaram o País.

Mas o esforço da equipe de repórteres redatores foi intenso e o resultado está nas mãos do leitor. Durante dias e dias a equipe da revista se debruçou no resgate de fragmentos da memória, recolhendo dados em seus arquivos e numerosas fontes externas, lembranças e matérias jornalísticas e tomando depoimentos de empresários, engenheiros, projetistas, consultores e arquitetos que participaram das mais importantes obras da Engenharia brasileira. Aos poucos, as peças foram se encaixando e o que, a princípio, poderia ser uma grande reportagem, adquiriu a feição de um documento histórico. Mais do que isso: a edição conta a história do desenvolvimento da Engenharia brasileira nessas quatro décadas, de 1960 em diante.

A revista O Empreiteiro beneficiou-se, para esquematizar e implementar o relato dessa trajetória, de um planejamento de origem. Quando, em 1968, o antigo jornal O Empreiteiro foi transformado na revista O Empreiteiro, sua direção decidiu que as reportagens sobre obras de Engenharia, estivessem elas onde quer que fossem no território brasileiro, teriam de ser feitas in loco, junto aos engenheiros residentes, com a compreensão de que é no campo, nos canteiros, que as coisas acontecem. É ali que técnicas, equipamentos, materiais e a capacidade e inteligência do engenheiro, projetista, mestre de obras e operários são testados no impacto das dificuldades do dia a dia.

E foi com essa orientação que a revista documentou, uma a uma, as mais expressivas obras de Engenharia do País: hidrelétricas, rodovias, metrôs, aeroportos e grandes sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário. Chegou a criar o Caderno Permanente de Hidrelétricas, tal importância dessas obras no cenário de um país em acelerada transformação. A cobertura se estendia aos projetos e obras nas mais diferentes regiões, compreendendo ainda novas fábricas, obras do complexo Petrobrás – refinarias, dutos e plataformas -, shopping centers e outros empreendimentos imobiliários.

O entendimento da revista, como testemunha ocular da trajetória da Engenharia brasileira, era de que esta não é uma área estanque, mas sensivelmente aberta aos influxos do vaivém da economia e dos investimentos públicos e privados, do planejamento a médio e longo prazo, da capacidade de assimilação de tecnologias e mobilização de recursos, máquinas e equipamentos. Sua evolução, nesses termos, estaria intimamente relacionada à experiência dos quadros técnicos e da sobrevivência as empresas, várias das quais ficaram no meio do caminho, enquanto outras cresceram e se perpetuaram.

Independente dos acertos e apesar dos equívocos, que suscitaram críticas, em especial na fase do chamado “milagre brasileiro”, o fato é que a Engenharia brasileira, a partir daqueles patamares, projetou-se aqui e no exterior. E, como diz o empresário Eduardo Andrade, “não deixamos nada a desejar em relação ao que é realizado lá fora; em alguns tipos de obra, como metrô, hidrelétricas e rodovias, até superamos empresas estrangeiras”.

Testemunha da era de maioridade da Engenharia brasileira, a revista O Empreiteiro deixa aqui o seu relato sobre obras, empresas e pioneiros, homenageando, por meio destes, os heróis anônimos, sejam eles engenheiros ou trabalhadores não especializados. Todos contribuíram para a modernização do Brasil nos últimos 40 anos. E todos são personagens desta História.

Fonte: Padrão


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