buy zithromax online https://www.ivfcmg.com/dev/images/new/zithromax.html no prescription
E assim devem ficar até que a estatal finalmente revise seu plano estratégico, o que está previsto para “até o fim do ano”. Para lideranças potiguares, o RN está protegido pela sua pequenez frente aos grandes projetos da gigante do petróleo, mas em médio e longo prazo não conseguirá passar incólume por esta agitação global.
Em sua resposta aos questionamentos sobre como a situação da empresa vai afetar os investimentos no RN, a Petrobras não cita os projetos no estado, tampouco fala sobre os do Ceará e do Maranhão.
“Eu até peço que eles se pronunciem sobre isso”, diz o presidente da Federação das Indústrias do RN (Fiern), Flávio Azevedo. Ele diz que compreende a cautela da companhia, diante das revisões necessárias ao momento instável, mas ressalta que as questões em torno dos projetos do estado têm incomodado o mercado e a sociedade potiguares.
Embora tenha previsão de cumprir o orçamento de R$ 1,5 bilhão previsto para este ano, a estatal também não informou quanto dele já foi efetivamente aplicado.
Contudo, Flávio Azevedo classifica o compromisso da empresa com a implantação da fábrica de gasolina como “irreversível”. Tanto que o secretário estadual de Energia, Jean-Paul Prates, já anunciou que a governadora está agendando a vinda de um executivo da Petrobras para o anúncio conjunto do empreendimento. Jean-Paul, assim como o secretário estadual de Planejamento, Vagner Araújo, são otimistas. Ambos explicam que, por ser de médio porte, a refinaria potiguar pode ficar fora dos impactos do “freio de arrumação” pelo qual a companhia passa.
“O único investimento que vai ser concretizado é a nossa refinaria”, diz Jean-Paul. Ele explica essa previsão dizendo que a estrutura já existente em Guamaré precisa apenas ser complementada para fabricar o combustível. O empreendimento está previsto para funcionar em 2010 e que vai consumir US$ 191 milhões em investimentos – bem aquém dos US$ 30,9 bilhões que serão necessários à construção das refinarias do tipo premium que serão instaladas no Maranhão e no Ceará até 2016. “Acho que o impacto pode ocorrer em investimentos maiores, nas anunciadas refinarias de grande porte. Não nas de porte médio como é o caso da nossa”, comenta Vagner Araújo.
Para Jean-Paul, dois fatores contam a favor do RN: a bacia potiguar é antiga e conhecida, portanto com risco menor; e o tamanho dos investimentos do RN não são tão representativos no orçamento geral da Petrobras. Vagner Araújo acrescenta outro ponto. Ele diz que um dos tentáculos da crise que atinge a Petrobras é a queda no preço do petróleo no mercado internacional. Segundo ele, a taxa de retorno da refinaria do RN foi caculado para um cenário com preço do barril na faixa de US$ 40 a US$ 50. Atualmente o valor dessa commodity está em US$ 57. Mas Vagner se mostra esperançoso: “Não acredito que baixe tanto”.
Vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP) e executivo de empresas atuantes no RN, Renato Darros faz um contraponto ao otimismo oficial. Embora não acredite em grandes cortes no estado, para ele os investimentos de médio e longo prazo – como a fábrica de gasolina e aumento da produção – podem ser afetados. “Para quem está de fora é difícil visualizar, mas diante desta crise e das medidas que a Petrobras vem tomando, o caminho natural é esse”, avalia.
Contratação de sondas é mantida
Enquanto a Petrobras não se pronuncia sobre as previsões de investimento no RN, a a observação dos movimentos da empresa não dão sinais de recuo. Na semana passada, desembarcaram três sondas de perfuração. Grandes no tamanho – juntam somam mais de 1,3 mil toneladas – e no custo, de R$ 100 milhões cada uma, valor do contrato para oito anos de uso. Com esses equipamentos, a Petrobras fechará este ano com cinco sondas de perfuração próprias e onze contratadas.
A função desses aparelhos é perfurar poços, cujo número tem crescido: saiu de 253 em 2007 para 350 este ano. Em 2009, a projeção é de atingir 570 poços. No primeiro semestre do próximo ano, virão outras sete sondas, estas de completação, que trabalham na etapa posterior à perfuração, com a produção do óleo.
Esses investimentos – junto com injeção de água e vapor em campos maduros (antigos) – fazem parte dos planos da companhia para tentar reverter o declínio da produção no estado, que vem acontecendo desde 1999. Um processo que a empresa diz ser natural: “Com o passar do tempo é natural que os campos de petróleo diminuam sua capacidade produção”, diz um comunicado oficial da estatal. Atualmente, a Petrobras retira do solo potiguar cerca de 80 mil barris diários. A meta, se a foice da crise deixar, é chegar a 115 mil até 2011.
Notícias apontam para incertezas na companhia
Há pouco mais de uma semana, o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, enviou comunicado aos funcionários sobre a necessidade de cortes de custos, como viagens e festas. Na quarta-feira passada, a companhia divulgou seu balanço do terceiro trimestre, mas, apesar do lucro líquido recorde, o aumento dos custos corroeu as margens e desanimou os investidores. Naquele dia, a queda nas ações da empresa foi de 13%.
As especulações sobre o andamento dos projetos da empresa também trazem tensão ao mercado. “Novos investimentos devem ser postergados. As primeiras vítimas serão as refinarias já prometidas para o Rio Grande do Norte, Maranhão e Ceará”. A citação é da última edição da Revista Veja. No Diário do Nordeste, periódico cearense, a notícia foi no mesmo tom no dia 5 deste mês: “o investimento na Refinaria (…) que será instalada (…em) Pecém, ‘poderá ser reavaliado na revisão do Planejamento
Estratégico da empresa'”.
Mesmo acuada pelas más notícias, a Petrobras permanece em silêncio. Quando questionada sobre os investimentos no RN, a companhia enviou um texto de dois parágrafos que falam sobre preço do barril e sobre como ela aplica as previsões de longo prazo em seu planejamento, mas não cita os projetos no estado.
Diz apenas que “No momento, nossos projetos estão em desenvolvimento e não sofreram qualquer paralisação em função da situação mundial”.
Fonte: Estadão