Pipas barateiam custos de eólica

Compartilhe esse conteúdo

A força dos ventos e o extenso espaço territorial chamam a atenção para o grande potencial de geração de energia por fontes eólica no Brasil. A fonte alternativa tem demonstrado vasta capacidade de aumentar a participação na matriz energética brasileira, na qual representa atualmente 2% de toda a energia gerada no País.

Mas ao invés de usar turbinas eólicas tradicionais de produção de energia, uma nova solução utiliza duas pipas de alto desempenho que acionam um gerador de solo instalado no local. A nova tecnologia promete reduzir o custo da energia eólica em até 40% em terra, mas possui um potencial ainda maior offshore, garantem especialistas.

Bill Hampton, diretor executivo da Kite Power Solutions (KPS), explica que as pipas, que são feitas de um material reforçado e tem formato semelhante apenas à ponta da lâmina de uma turbina de vento tradicional, voam em uma trajetória circular perpendicular ao vento. As forças aerodinâmicas são transferidas para o solo pela corda da pipa. Esta corda é, então, utilizada para girar a manivela ao nível do solo, que está acoplado ao gerador elétrico. Cada sistema utiliza duas pipas, o que proporciona maior fator de capacidade e disponibilidade do sistema, resultando na produção de energia contínua.

Além disso, devido ao fato de as pipas serem ativamente controladas, elas podem ser totalmente lançadas de forma autônoma e ancoradas a um mastro para explorar os ventos fortes e evitar danos em condições extremas, assim como furações ou tempestades.

A tecnologia ainda está longe de ter escala comercial, devendo ainda levar cerca de quatro anos em testes. Contudo, ela já tem o Brasil como um dos principais alvos. “Outros mercados, como Coreia do Sul e Japão, estão sendo estudados, mas as condições climáticas tornam o Brasil o mais favorável para sua implantação”, afirma Bill Hampton.

Além de ver um forte potencial de aplicação da tecnologia no Brasil, devido às condições climáticas e perspectivas de desenvolvimento econômico do País, o executivo explica que após a sua montagem, as pipas precisam ser atualizadas a cada três anos e, por isso, vê interesse de instalar uma unidade de montagem no País. “O Brasil é um dos principais mercados a serem estudados para isso”, garante.

A KPS é uma das 17 empresas que estiveram recentemente no Brasil integrando a Missão Clean and Cool – grupo que reuniu 17 empresas britânicas para oferecer tecnologias sustentáveis com a proposta de explorar oportunidades de negócios em energia alternativa. A KPS demonstrou a alternativa na Feira do Meio Ambiente Industrial e Sustentabilidade (Fimai), que aconteceu em novembro, em São Paulo (SP).

De acordo com o Mike Pitts, especialista em sustentabilidade e responsável por organizar a missão, foram escolhidas empresas novas para compor o grupo e que tinham relação com o mercado brasileiro e poderiam produzir em série para atender demandas e ajudar a expandir o mercado.

“Essas empresas estão crescendo ainda e tentam achar o seu mercado. Essa missão está dando apoio para que elas cresçam e usem a sustentabilidade como negócio. Dentro desses estudos percebemos que o Brasil tem muito vento e que é muito atrativo para empresas do setor eólico”, explica.

Além da KPS, formaram o grupo as empresas Antaco, Buffalo Grid, Clayworks, Clearview Traffic Group, Codbod, Cool Curve, Cyan, Elemental Digest Systems, Embedded Technology Solutions, Florest Group, Hydro Industries, Papa Pump, RE Hydrogen, Rezatec, SEaB Energy e Trakeo.

Fonte: Revista O Empreiteiro


Compartilhe esse conteúdo

Deixe um comentário