A ponte estaiada sobre o rio Guamá, com 1.976,8 m, o elemento principal do Sistema de Integração do Pará/Alça Viária. O sistema abrangeu a construção de um anel viário entre as rodovias BR-316 e PA-151, além da construção de outras três pontes – sobre o rio Acará e duas sobre o rio Moju – e melhorias nas rodovias BR-316, PA-151 e PA-252, ao custo, na época, de R$ 190 milhões.
Construída no início dos anos 1990, a Alça teve como meta a integração direta entre a Região Metropolitana de Belém e o leste paraense, fundamental para acelerar a industrialização e o escoamento dos produtos do estado. A partir dela, foi possível alcançar o Porto de Vila do Conde, em Barcarena, sem passar por Belém, eliminando uso de balsas no destino a Marabá. Poucos anos mais tarde, se tornaria fundamental para o forte crescimento do Pará alavancado pela mineração e agronegócio.
No entanto, o volume de tráfego em toda a Alça superou as previsões daquela década. Em março deste ano, o trecho da Alça Viária de Marituba até o trevo de Barcarena recebeu melhorias, dentro da Operação Tapa-Buraco, do governo federal, a fim de manter a rodovia em condições de tráfego. As chuvas constantes, o grande movimento de veículos, muitos deles caminhões com excesso de peso, além da capacidade inadequada de suporte do solo por onde passa a rodovia, abrem constantemente novos buracos.
Todo o trecho a partir da Alça Viária até a PA – 483, em direção ao município de Barcarena, também recebeu obras de recuperação da camada asfáltica, bastante danificada em razão das carretas que transportam minérios e equipamentos pesados para o porto de Vila do Conde. A PA 483 recebe quase todo o tráfego tanto da cidade de Barcarena, da comunidade da Vila do Conde, como também oriundo ao projeto Albras/Alunorte, além do turismo que ativa a economia da região. Essa rodovia será totalmente recuperada e recapeada com recursos do próprio Estado.
O mesmo desgaste ocorreu com a Alça Viária que se estende à PA – 150 atravessando o Pará de norte a sul: planejada para atender uma demanda de 500 veículos/dia, passou a receber 2.500 veículos/dia. As obras de recuperação dessa via foram iniciadas na metade do ano.
A ponte do Guamá é o símbolo do complexo rodoviário de Belém, inserindo a capital paraense num seleto roteiro de pontes-monumento, ao lado de cidades como Brasília, que tem a Ponte JK, e São Paulo, com a Ponte Octávio Frias. Ela atua como elemento central das conexões viárias entre Belém e as regiões vizinhas.
Executada em estrutura convencional, a Ponte do Rio Guamá tem um total de 152 estais, sendo 40 pares de estais no vão central e 18 pares nos vãos adjacentes. A ponte tem ao todo 1.394 m de extensão e vão estaiado de 582,4 m. A largura, no trecho convencional é de 12,40m e no trecho estaiado de 14,20 m. Os passeios laterais chegam a 1,5 m e a pista, em mão dupla, 7 metros, sendo 3 m e meio para cada faixa de tráfego.
Duas torres atingem a altura de 100 m – similar ao de um edifício de 30 andares.
Para vencer os quase 2 km de largura do rio Guamá, a ponte estaiada de 584 m, e vão central de 320 m de extensão, tem vãos laterais também estaiados de 132,35 m. O mastro de estaiamento é formado por duas torres de 76,2 m de altura, contraventadas por meio de vigas de concreto. Para resistir aos esforços dos estais, a seção do mastro foi protendida e suas faces transversais externas foram reforçadas com aço, limitando a abertura de fissuras. Os estais são compostos por 12 a 61 cordoalhas paralelas e protegidos por bainha rígida e tubo antivandalismo colocado a 2,5 m acima do tabuleiro. As fundações foram executadas com estacas pré-moldadas para atingir até 60 m de profundidade.
Já as pontes Moju-Cidade e Moju-Alça foram construídas em estrutura metálica e de concreto e têm, cada uma, 868 m extensão. A ponte sobre o rio Acará tem 860 m. Todas oferecem plataforma de 10m e 40 cm de largura, abrigando duas faixas de tráfego, com 3,5 m de extensão cada uma, dois acostamentos laterais às faixas, com 60 cm cada um.
A construção de quatro trechos rodoviários totalizou 66 km mais uma estrada variante, com pistas de rolamento de 7 m de largura e 2,5 m de acostamento em cada lado. O primeiro trecho, de 14 km, ligou a BR-316 à altura do Km 10, em Marituba, até a ponte sobre o rio Guamá. O segundo trecho foi do rio Guamá ao rio Acará, sendo o maior com 27 km de extensão. O terceiro trecho, com 3,5 km, fica entre os rios Acará e Moju. O quarto trecho, entre o rio Moju e a rodovia PA-151, teve 21 km de extensão.
Fonte: Estadão