Porto e indústrias devem movimentar 60 milhões de t/ano até 2020

Hoje, a movimentação é de 4,1 milhões/ano;obras de infraestrutura da área chegam a R$ 2 bilhões
Nara Faria

Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) encerrou o ano de 2012 com uma movimentação total de 4,1 milhões de t. Mas a expectativa da Companhia de Integração Portuária do Ceará (Cearáportos) – empresa que administra o porto, ligada à Secretaria de Infraestrutura do Ceará – é que até 2020 movimente cerca de 60 milhões de t, impulsionado por novos projetos estruturantes que estão se instalando no polo e na retroárea do porto.

Considerado o projeto mais relevante, a expectativa inicial é que a refinaria Premium II tenha capacidade para processar 300 mil barris/dia de petróleo. Os investimentos estão orçados em US$ 11,1 bilhões e as obras devem começar em breve. A previsão é de criação de 90 mil postos de trabalho diretos e indiretos.

“As expectativas permanecem nas etapas que ainda temos que cumprir em relação à ampliação do porto. Quanto mais se amplia, mais possibilidade existe de as grandes estruturas entrarem. O impulso maior é a refinaria iniciar”, complementa o diretor de Infraestrutura da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), Eduardo Neves.

Com 35.945 km², divididos pelos municípios de São Gonçalo do Amarante e Caucaia, ambos a cerca de 60 km de Fortaleza, o complexo conta atualmente com oito empresas instaladas. São elas: CGTF, Termoceará (Petrobras), Wobben Windpower, Jatodois, Tortuga, Votorantim, Companhia Industrial de Cimento Apodi e Hydrostec.

Uma nona empresa deve fazer parte do complexo ainda este ano. A ser instalado em Caucaia e com investimento orçado em R$ 117 milhões, o Grupo Eternit – atuante nos segmentos de coberturas, painéis e placas de cimento – anunciou que começará a construção de sua 12ª fábrica no País, por meio de uma joint-venture constituída com a multinacional colombiana Corona.

O término das obras está previsto para dezembro de 2013. A etapa de terraplenagem, já concluída, foi executada pela Construtora JBM.

Além da Eternit, outras seis companhias estão em fase de instalação no complexo, somando investimentos de R$ 1 bilhão.

Melhorias

A economia aquecida no Nordeste brasileiro e a proximidade do porto com os principais mercados mundiais (Europa e Estados Unidos) impulsionam o governo local para melhoria no porto. De acordo com dados da Cearáportos, os investimentos e obras de infraestrutura previstos para os próximos dois anos totalizam mais de R$ 2 bilhões.

Já em 2013 será iniciada a segunda etapa de ampliação do porto com construção de dois novos berços, uma nova ponte de acesso e uma via sobre o quebra-mar, com investimento de R$ 568 milhões. Além disso, será feita aquisição de uma nova correia transportadora com investimento de R$ 215 milhões e de um novo descarregador de granéis, no valor de R$ 80 milhões.

Também será implantado um Terminal Intermodal de Cargas com detalhamento de investimento a ser definido por meio de parceria público-privada.

A segunda ampliação do porto já tem recursos assegurados, faltando apenas a licença do Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para que a obra seja iniciada. A licitação foi vencida pelo consórcio formado pelas empresas Queiroz Galvão, Marquise e Ivaí.

Em 2014, serão iniciadas as obras da terceira etapa de ampliação com construção de oito novos berços e um novo quebra-mar, com investimentos em torno de R$ 1,2 bilhão. Além disso, serão realizadas obras de adequação e modernização portuária totalizando R$ 105 milhões.

Fonte: Revista O Empreiteiro

Deixe um comentário