Com o objetivo de produzir cerca de 15 milhões de metros cúbicos de biometano por safra, a São Martinho irá construir sua primeira planta do combustível renovável em Américo Brasiliense, no interior de São Paulo. Produzido através da biodigestão da vinhaça, um resíduo da fabricação de etanol, a planta processará 100% da vinhaça gerada na unidade Santa Cruz para produzir o biometano, que é capaz de substituir o gás natural fóssil.
A previsão de investimento é de cerca de R$ 250 milhões, com operações iniciadas a partir do segundo semestre de 2025.
Segundo a empresa, o objetivo da nova planta é de explorar a totalidade de seu potencial de geração de biometano a partir da vinhaça, e que estão sendo avaliadas suas três demais unidades, São Martinho e Iracema, também no interior de SP, e Boa Vista, no interior de GO.
“A planta de biometano da Santa Cruz marca a entrada da São Martinho no mercado de gás natural de origem renovável e reforça nosso posicionamento em contribuir de forma efetiva para a transição energética. A produção do biometano tem início com 20% do nosso potencial, conectado ao sistema de distribuição via gasoduto e capaz de oferecer uma alternativa renovável a uma região com alto consumo de combustível fóssil”, destaca Fabio Venturelli, presidente da São Martinho, sobre o projeto que possibilitará atendimento a clientes através da venda de biometano pressurizado ou injetado a partir de rede de distribuição de gás na região de Araraquara, nordeste do estado de São Paulo.
Com essa operação, a São Martinho terá o potencial de evitar a emissão de até 32 mil toneladas equivalentes de gases de efeito estufa. “Ainda vale reforçar que a vinhaça biodigerida seguirá sendo utilizada como adubo orgânico nos canaviais da unidade, como era feito antes com a vinhaça in natura”, conclui Venturelli. Para essa iniciativa, a Companhia conta com o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – no âmbito do programa BNDES Fundo Clima e do subprograma Energias Renováveis – e da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) – do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI).
Diferentemente de outros projetos, a São Martinho irá operar em um modelo no qual é proprietária de 100% da molécula de biometano gerada, com autonomia de produção e comercialização.
Desde 1987, a empresa trabalha com o desenvolvimento de tecnologias para fabricação do biogás a partir da vinhaça.
Em 1993, entrou em operação na unidade São Martinho, em Pradópolis (SP) a primeira planta com tecnologia UASB (Upflow Anaerobic Sludge Blanket – Manta Anaeróbica de Lodo de Fluxo Ascendente), equipamento desenvolvido e patenteado pela empresa, que operou por mais de 20 anos, com utilização do biogás produzido para secagem de levedura.